segunda-feira, 4 de agosto de 2008
O primeiro fruto
"O primeiro fruto do amor é a meditação sobre Deus. Os pensamentos daquele que ama sempre voltam ao objeto de sua afeição. Aquele que ama a Deus experimenta o enlevo e o arrebatamento da contemplação de Deus. "Quando acordo, ainda estou contigo" (Salmo 139.18, ARC). Os pensamentos são como viajantes da mente. Os pensamentos de Davi se mantinham no cominho do céu. "Ainda estou contigo". Deus é o tesouro, e onde está o tesouro, ali está o coração. Podemos, assim, testar nosso amor por Deus. A que nossos pensamentos se voltam com maior freqüência? Podemos dizer que somos arrebatados de prazer quando pensamos em Deus? Nossos pensamentos têm asas? Voam para o alto? Contemplamos Cristo e a glória?[...]. Um pecador empurra Deus para fora de sua mente com outros pensamentos. Só pensa em Deus com pavor, como o prisioneiro pensa no juiz. "(Thomas Watson, All Things for Good, p.74, 1986).
Qual tem sido o primeiro fruto em nosso coração? Penso que existe uma realidade sutil que nos envolve hoje sem percebermos. Para Watson, se você fosse um cristão, então sua mente se ocuparia com a meditação em Deus e se você fosse um pagão, não ousaria pensar em Deus, pois a visão e sentimento quanto a ele seria a de um juiz que te puniria.
Nosso problema hoje é que conseguimos pensar em Deus, sem tê-lo como o primeiro fruto de nossas afeições, sem temê-lo como juiz. As pessoas em nossa geração não olham para Deus como alguém que irá condena-las, temos nossas igrejas cheias de pessoas que pensam em Deus como alguém que irá abençoá-las, que deve ser buscado para suprir suas necessidades, mesmo que ele não seja o objeto primeiro de nossa afeição.
Como isso pode ser possível? Como chegamos a essa realidade? Como podemos achar que, mesmo que nosso coração não se deleite em Deus, podemos nos aproximar dele sem temor, pois ele existe para nos socorrer e abençoar? Onde encaixamos histórias como a de Ananias e Safira hoje?
A graça não exclui a importância de nosso contínuo quebrantamento e arrependimento. A graça coloca no nosso coração o desejo de termos o Senhor como nossa primícia e nossa afeição a ele como o tesouro maior de nossa vida.
Ricardo Costa
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