quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Sobre a Escritura

Já faz algum tempo que Deus tem desafiado meu coração para lutar pela restauração do lugar que a Escritura Sagrada deve ter na minha vida e na vida da igreja. Não estou falando sobre termos uma Bíblia, a maioria de nós tem até mais que uma, no meu caso nem sei quantas tenho. Também não estou falando sobre simplesmente ler a Bíblia todos os dias, pois isso pode ser feito de uma maneira errada, como dizia meu mentor em teologia bíblica, Pr John Carl Bosma, não basta ler a Bíblia precisa se saber como ler. Tenho a convicção de que o Iluminismo gerou em nós, os cristãos, uma postura arrogante e equivocada de ser ler as Escrituras. Tomados pela concepção de que agora temos "um Livro em nossas mãos", achamos que pela nossa capacidade humana e através da aplicabilidade dos recursos das ciências sociais, teríamos domínio sobre o Livro. Não me entendam mal! Não sou contra o estudo, na verdade me debruço horas a fio lendo as Escrituras e autores que escrevem sobre os temas nela contidos. Sou professor de seminário, sou formado em teologia, filosofia e tenho mestrado em missiologia e especialização em missões urbanas. Contudo, tudo isso é nada se a postura que eu tiver for a de que eu tenho domínio sobre o Livro. Sei que muitos pensam de maneira contrária a minha, tenho amigos, bons amigos, que não concordam com meu ponto de vista, mas a cada dia tenho mais convicção de que este é o único ponto de vista que faz jus às Escrituras. A Bíblia não é um livro meramente humano, ela é produzida por homens, mas sob a direção de Deus. Neste sentido ela é uma Revelação. Por outro lado, ela não apenas contém uma revelação que narra registros do passado, com princípios para serem encontrados e aplicados no presente. Ela é uma Revelação! Vou explicar. A Bíblia tem como objetivo nos revelar a pessoa de Deus, do Deus que se revela plenamente em Jesus Cristo. Então, ela é um Livro que visa nos levar a um relacionamento com a pessoa que ela revela, ou seja, Jesus Cristo. Isto acontece a medida que entendemos que Jesus Cristo está vivo e que ele se faz presente entre nós através do Espírito Santo. A Bíblia é o Livro que nos coloca em sintonia com a presença do Espírito Santo e nos afina os ouvidos para discernirmos sua voz a cada momento de nosso viver. Ou seja, quando lemos a Bíblia, ela continua sendo uma Revelação de Deus para nós. Em minha opinião estamos completamente errados quando achamos que o que temos que fazer é ler a Bíblia e procurar nela como aplicar seus princípios para o nosso cotidiano. A Bíblia é uma Revelação de quem Deus é e de como a história está se desenvolvendo a partir da direção soberana deste Deus. Assim, precisamos aprender a trazer nossa vida, nossa família, nossa história e a história da humanidade para dentro da Bíblia, para dentro da revelação bíblica, pois então teremos como avaliar o que acontece ao nosso redor a partir da grande história da redenção que a Bíblia está nos mostrando. Dai vamos entender textos como o de Romanos 12.2, quando o apóstolo Paulo nos diz que não devemos nos conformar com o presente século. Não é apenas não fazer as mesmas coisas que as pessoas ditas sem Deus fazem, mas não ver o mundo da mesma maneira que as pessoas desconectadas de Deus vêem. Fico alarmado quando ouço cristãos, inclusive pastores, alguns deles meus amigos, achando que podem entender e responder a vida com pressupostos das ciências sociais, buscando na Bíblia argumentos para responde-los. Não é este o caminho. O que precisamos fazer é redescobrir a centralidade das Escrituras para a vida e a história. O que precisamos fazer é trazer toda a história para dentro da Bíblia e interpretá-la a partir do que a Revelação de Deus nos diz sobre quem Deus é, sobre o estado do ser humano e do universo caído, e de como Deus está no meio disto tudo, trazendo redenção e conduzindo a história para a consumação que se manifestará em um novo céu e uma nova terra, onde habitam justiça. Tenho muito mais para dizer, mas para começo acho que é o suficiente. Espero que você pare e pense em como você tem lidado com a Escritura, pois ser um autêntico seguidor de Jesus Cristo, passa por sermos comprometidos com o que Deus nos revela na Bíblia.
No Caminho,

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sobre as manifestações


Passei parte desta semana em silêncio. Procurei ver, ouvir, conversar, ler, bastante sobre tudo o que temos visto acontecer devido, dizem, e sem razão, a 20 centavos de aumento na passagem de ônibus.
Embora tenha lido muita coisa boa escrita por amigos meus, que eu poderia apenas compartilhar, gostaria de me posicionar neste momento.
O que está acontecendo? E como lidar com isto?

Estamos vendo, em minha opinião, um movimento que nasce para trazer a tona a indignação que está escondida no coração do povo brasileiro a muito tempo.

 Estamos vendo acontecer um movimento que é expressão clara da chamada "geração y". Ele nasce via internet, ele se mobiliza na horizontal, basta perceber que não há pessoas que se destaquem como os "lideres carismáticos do movimento".

Estamos vendo acontecer um movimento que pode ser bom ou ruim, isto dependerá da postura e consciência real de justiça presente em um povo.

Estamos vendo acontecer um movimento que tem a força e a fragilidade de todo movimento popular. A força de juntar as massas e impressionar e até mesmo amedrontar aqueles que estão no poder. A fragilidade por dar a muitos baderneiros e oportunistas a camuflagem necessária para fazerem arruaça, vandalismo e destruição.

Estamos vendo acontecer um movimento que pode de fato ser o marco de um novo momento de se posicionar de nossa nação, mas que precisará ser relevante em momentos chaves e decisivos como as eleições do próximo ano, e as aprovações de emendas constitucionais feitas na surdina por nossos parlamentares.

Em minha opinião estamos vendo algo bom, mas também muito perigoso. Bom porque mostra que os poderes públicos não podem ser absolutos em uma democracia. Eles não podem fazer o que bem entendem sem ter que dar satisfação a ninguém, isso é totalitarismo e não republica. Perigoso, porque corre o risco de se tornar algo que não seja consistente com o que seja de fato relevante para a nação como um todo, mas apenas uma força que lute por parcos interesses pessoais, que nos incomode diretamente, ao invés de ser uma luta por grandes questões que podem mudar a postura política de uma nação.

Agora, o que fazer? Bem, como procuro ser um autêntico seguidor de Jesus Cristo, minhas considerações, provavelmente não irão agradar a todos:

1. Devemos orar. Acima de tudo e acima de todos existe um Deus que dirige soberanamente a história e que é aquele que de fato pode mover tudo para a direção da justiça.

2. Devemos ser cobeligerantes. Toda ação que se expresse, seja por que grupo for, que carregue em suas ações e propostas valores ligados ao Reino de Deus, deve ter o nosso apoio como povo de Deus em missão no mundo.

3. Devemos ser conscientes. A Bíblia deixa claro que não iremos ter um mundo de justiça nesta presente era. As forças que dirigem o presente século são opostas a Deus e, por isso mesmo, opostas a toda justiça.

4. Devemos ser autênticos. A igreja é o povo de Deus em missão no mundo e, seguindo os passos de Jesus Cristo, nossa missão é proclamar o evangelho do Reino de Deus, que implica em apresentar a graça de Deus que se expressa em seu perdão dado em Jesus Cristo, mas também na submissão ao governo de Deus que é exercido por Jesus Cristo. Ou seja, nós não podemos achar que as coisas vão melhorar só porque conseguimos baixar o preço das passagens de ônibus ou levamos governantes a votarem emendas de acordo com o que queremos.

Como igreja devemos nos lembrar que se pessoas não se rendem ao evangelho, não se submetem ao governo de Deus em Jesus Cristo, hoje estarão lutando por uma causa justa e amanhã fazendo eco a posicionamentos que são absolutamente contrários ao Reino de Deus.

Assim, minha opinião é que devemos orar por um despertar da consciência política de nossa nação, mas devemos trabalhar, mais do que nunca, pela propagação do evangelho do Reino, convocando as pessoas ao arrependimento e a fé, que implica em submissão ao governo de Deus em Jesus Cristo.

Para finalizar, penso também que este é o momento para que sejamos missionais e intencionais com nossa liderança. É o momento de autênticos cristãos, que estão em posições estratégicas na política e em outros pontos chaves da nação se levantarem e se fazerem ouvir, se posicionarem e se apresentarem com referências e propostas que possam ser seguidas.

No Caminho,

quinta-feira, 13 de junho de 2013

HOMOSSEXUALISMO: DANDO A CARA PARA BATER, DE NOVO.

Bem, este é um assunto que acredito que vamos ter que tratar muito ainda. Estamos vendo apenas a ponta do iceberg.  Muito me incomoda ver como a mídia trata esta questão, mas mais incomodado ainda fico em ver como aqueles que se afirmam cristãos lidam com isso.

Assim, mais uma vez vou tentar dar minha contribuição em termos de uma reflexão bíblico-teológica. Quero reforçar isso. Minha contribuição não é em termos morais, éticas, filosóficas, antropológicas, psicológicas, ou qualquer outra linha de ciências humanas. É teológica!

O que quero dizer com isto? Quero dizer que o que escrevo parte de pressupostos e paradigmas que para mim, e para o Cristianismo Histórico, estão estabelecidos desde antes da fundação do mundo. O que apresento aqui tem por base a convicção de que a Bíblia é uma Revelação. Uma revelação feita pelo próprio Deus, interagindo com os seres humanos ao longo da história.

Também tem por base que Deus é real, e que ele não é uma energia, uma força mística, mas uma Pessoa, e que é o Criador de tudo que existe e como tal, estabeleceu critérios e uma ordem que deve estruturar e reger a criação feita por ele.

Na Bíblia, mais precisamente no primeiro livro que ela contém, chamado Gênesis, nos dois primeiros capítulos, vemos o que é chamado de criação boa e perfeita de Deus. No capítulo 3 há um evento que chamamos de Queda, que tem a ver com a rebelião do ser humano contra seu Criador.

A partir dai tudo o que encontramos na Bíblia está relacionado a Deus nos mostrando como as coisas deveriam ser, como nos distanciamos disto e como Deus está trabalhando para trazer tudo de volta a ordem.

Em termos de relacionamentos sexuais, a Bíblia não nos dá a opção de escolhermos o que desejamos ser ou como desejamos nos relacionar. Existe um Deus que sabe como devemos ser, porque nos criou, e diz como devemos nos relacionar.

Se não fazemos do jeito que ele nos apresenta em sua palavra nós estamos nos rebelando contra sua vontade que é boa e perfeita para a humanidade. As pessoas em nossa sociedade podem ficar bravas o quanto quiserem, podem chamar isto de moralismo, ou preconceito, mas lembre-se que não estou tratando de moral e não estou tratando de sociologia, estou tratando de teologia.

Portanto, conforme o que a Bíblia nos ensina, se somos autênticos seguidores de Jesus Cristo, vamos desejar ver e fazer as coisas de conformidade com o projeto original de Deus. O que em termos de sexualidade implica em manter um relacionamento entre um homem e uma mulher, com fidelidade a esta relação.

Eu não estou dizendo com isto que não devemos respeitar um homossexual, ao contrário. Como um seguidor de Jesus Cristo, eu respeito um homossexual como ser humano, como faço com qualquer outro ser humano. Se ele precisar de minha ajuda irá encontrar, se precisar que eu doe sangue para ele, irei doar, se precisar de alguém para conversar, irei me dispor. No entanto, eu não concordo com sua decisão de querer dirigir sua vida de maneira independente do que Deus diz para nós. Assim como não concordo com isto em qualquer outra área da vida, da minha própria vida, com a qual eu tenha que lutar porque está se manifestando de maneira contrária ao governo de Deus.

Os meios de comunicação tratam desta questão apenas querendo mostrar que homossexuais podem ser pessoas de respeito, e podem mesmo, podem ter famílias decentes, e podem mesmo, mas a questão não é esta. A questão é que Deus, o Deus que fez sua revelação através da Bíblia, o Deus que se manifesta na pessoa de Jesus Cristo, nos diz que ele não criou o ser humano para que este se relacionasse sexualmente homem com homem ou mulher com mulher.

E não adianta ter igrejas que aceitem isto, ou digam o contrário, não é a igreja que dita isto, é a Bíblia. É por isso que tantas pessoas fazem questão de rejeitar a Bíblia como Palavra de Deus, porque se não rejeitar tem que rever o que querem fazer de suas próprias vidas.

É claro que a Bíblia não trata apenas desta questão, trata também de muitas outras, e quero deixar claro que se é tratado explicitamente pela Bíblia, então, precisa ser acolhido de modo intencional e comprometido por todo aquele que quer ser discípulo de Jesus Cristo.

Logo, torno a dizer que não tem nada de preconceito aqui. Tem sim consciência de compromisso com o que Deus planejou e ordenou para o ser humano. Contudo fazemos parte hoje de uma sociedade que não quer se submeter a Deus. Quer um Deus que as aceite fazendo as coisas que querem fazer, no lugar de se arrependerem para aceitarem um Deus que diz como elas devem fazer as coisas.

Qualquer pessoa tem o direito de escolher e viver do jeito que bem entende, mas todos nós temos que lidar com as consequências de nossas escolhas. E neste caso a consequência é que Deus não se relaciona e não acolhe em seu Reino pessoas que se rebelão contra sua vontade.

"Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus." (1Coríntios 6.9-11)

Note que não são apenas os homossexuais, e que não são apenas atitudes que nossa sociedade denomina como erradas, mas são posturas de rebelião e independência ao que Deus estabeleceu como sendo bom e perfeito para nós seres humanos.

Note também como, apesar de nossa rebelião, Deus não nos abandonou, mas nos enviou Jesus Cristo, para como ser humano, fazer a escolha de viver em harmonia e obediência aos propósitos de Deus para que, então, com sua morte e ressurreição pudessem nos perdoar e nos tirar de nosso estado de rebelião.

Pronto, dei a cara a bater de novo! Minha oração é para que Deus dê amor, compaixão, sabedoria e coragem a todos aqueles que são autênticos discípulos de Jesus Cristo. Para que assim possamos responder ao presente século com uma vida de compromisso com o governo de Deus.

No Caminho,

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Mais que um Vingador: A Supremacia de Cristo sobre todos.



Toda pessoa, mesmo que saiba que super-heróis não existem, tem em seu imaginário um lugar para eles.

Está sendo filmado o segundo filme que junta quatro principais super-heróis do mundo dos quadrinhos: Homem de Ferro, Thor, Hulk e Capitão América. Juntos eles formam uma liga de heróis que se denomina “Os Vingadores”.

A expectativa que gira em torno de todo filme de super-heróis é sempre a mesma, que ele de modo altruísta e corajoso salve o mundo de alguma grande catástrofe. Mas, a pergunta que temos a fazer é: quem salva estes super-heróis? 

É interessante notar que cada um deles, apesar da coragem que exprimem, tem suas limitações, tem suas falhas, tem realidades das quais precisam ser redimidas. Realidades  que expressão na verdade características de cada um de nós. Assim, todos eles, como cada ser humano,  precisam de um Salvador.

Nesta série iremos ver como e porque Jesus Cristo é superior sobre todo e qualquer super-herói e porque só Ele pode ser o verdadeiro salvador que nós seres humanos precisamos.

Hoje veremos como Jesus Cristo é superior ao “Vingador” Homem de Ferro em humildade e por isso é o redentor da humanidade. Mas, talvez nem todos aqui conheçam muito bem o “Homem de Ferro”, então, vamos fazer uma pequena resenha dele.

O Homem de Ferro tem debaixo de sua armadura o multi-milionário Tonny Stark, uma espécie de “mercador da morte”, uma vez que sua empresa fabrica armas de guerra para o governo americano. Um homem ganancioso, vaidoso, mulherengo, alcoólatra e altamente arrogante. 

O Homem de Ferro expressa, portanto, a principal característica daqueles que resistem a graça de Deus: o orgulho!

“Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”. (Tiago 4.6)

A questão, portanto, é procurarmos entender como Jesus Cristo é superior ao “Homem de Ferro”, e aqueles que por ele são prefigurados, em função de sua humildade. E para isto veremos o texto de Filipenses 2.5-11, a fim de conhecermos a supremacia de Jesus Cristo nesta área.

O que a palavra de Deus nos ensina neste texto sobre a humildade suprema de Jesus Cristo?


QUE ELA É SUSTENTADA PELA CONSCIÊNCIA DE SUA IDENTIDADE.

“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se;” (Filipenses 2.5-6)

Dentro do contexto de nossa sociedade contemporânea temos uma noção de humildade muito fora daquilo que a Bíblia nos apresenta como humildade. Conforme o sentido etimológico da palavra:

“Humildade significa  terra fértil, vem  da palavra húmus que significa : solo sobre nós. É a qualidade das pessoas que procuram se manter no nível dos outros, ninguém é pior ou melhor do que os outros, todos estamos no mesmo nível de dignidade, de cordialidade, respeito, simplicidade e honestidade.” (www.significados.com.br)
No entanto, praticamente falando, nossa sociedade lida com o conceito de humildade como algo que é expressão de gente fraca, inferior e incapaz. Geralmente quando vemos uma pessoa de condições sociais inferior ou limitada em termos educacionais a expressão que se usa é que ela é “uma pessoa muito humilde”.
Confundimos também o conceito de humildade quando achamos que a mesma está relacionada a não admitirmos as virtudes que temos. Uma brincadeira que sempre fazemos ou ouvimos sobre isso é: “Orgulho-me muito de minha humildade.” 
Mas o texto de Filipenses nos mostra que Jesus Cristo é humilde justamente porque ele sabe quem é.
“embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se”.
Ou seja, o que faz de Jesus alguém humilde é justamente o fato dele ser Deus e saber que é Deus, e abrir mão de usar suas prerrogativas de Deus, uma vez que se fez homem.
Jesus diz em Mateus 11.29 o seguinte:
“Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.” (Mateus 11.29)
Justamente porque Jesus Cristo sabe quem é, é que a humildade pode se manifestar concreta e plenamente em sua vida como ser humano, pois ele não precisa provar nada para ninguém.
Geralmente nossa necessidade de reconhecimento, por falta de segurança de quem realmente somos, é que faz com que tenhamos atitudes de orgulho em nossa vida. 
Na estória do Homem de Ferro ele não tem sua relação bem resolvida com seu pai que já faleceu, e passa toda sua vida tentando provar quem é, ou o que pode ser. ORGULHO!
Para que possamos ter um verdadeiro Salvador, precisamos de alguém que não tenha que lutar por si mesmo, que esteja completamente resolvido e consciente de sua própria identidade. Jesus Cristo é este alguém (João 13.1-4)

QUE ELA SE MANIFESTA NA SUA ENCARNAÇÃO.

“mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” (Filipenses 2.7)
Henri Nouwen foi quem desenvolveu o conceito, a partir deste texto, do que ele chama de “mobilidade descendente”. Este conceito tem a ver com a escolha que o Filho faz de se mover de sua glória, majestade, e eternidade para dentro do mundo criado pela Trindade, se limitando a um corpo físico, e fazendo isto em uma categoria de servo.
Sim, a questão da encarnação de Jesus Cristo é mais do que o Deus Filho se tornar um ser humano, passa pela sua decisão de tornar-se um ser humano sem privilégios e de viver uma vida de serviço e devoção a Deus Pai, através de representá-lo entre os seres humanos e servindo a sua criação, em busca do resgate dela.
O que chamamos de encarnação de Deus é um conceito que é completamente contra-cultural aos anseios e buscas da sociedade humana. Desde que nascemos somos ensinados a buscar o sucesso, a sermos reconhecidos, a nos tornarmos alguém importante, para que possamos merecer os melhores lugares.
Na encarnação, aquele que é o princípio e o fim, o alfa e o omega, se limita a uma vida humana para viver em serviço da sua criação. Conforme as próprias palavras de Jesus Cristo, ele veio para servir e não para ser servido.
“Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.45)
Que contraste com o Homem de Ferro! Ele gosta de glamur, de destaque, gosta de ser reconhecido e elogiado. Ele atua em favor de outros, porque a sua própria vida está em risco também.
A vida de Jesus Cristo não estava em risco. Ele a colocou em risco por nós. Ele não precisa fazer isto, mas fez. O Deus Filho se tornou o homem Jesus Cristo. Ele encarnou a natureza humana não porque tinha que fazer isto, mas porque escolheu fazer isto. E o escolheu por amor a sua criação.
E como ser humano ele aprendeu a obediência com humildade e por isto se tornou o Supremo Salvador da sua criação. Devido a sua obediência ele recebeu do Pai, o que já lhe era de direito, toda autoridade e todo poder sobre tudo e todos.
“Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu; e, uma vez aperfeiçoado, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” (Hebreus 5.8-9)

QUE ELA SE CONCRETIZA EM SEU SACRIFÍCIO
“E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! (Filipenses 2.8)
Embora a encarnação de Jesus Cristo seja por si só um ato de suprema humildade, pois o Deus eterno se limitou na forma finita de sua criação, o ápice da mesma se dá diante de sua morte.
Vamos pensar juntos sobre isso. Quando falamos de Jesus Cristo não estamos falando de um personagem de história em quadrinhos. Nós não estamos falando de uma lenda ou de um personagem da mitologia grega, nórdica, ou judaica.
Quando falamos de Jesus Cristo estamos falando de um ser humano, mas de um ser humano que contem em si toda a natureza do Deus Eterno que criou o universo. Talvez algumas pessoas possam duvidar disto, talvez outras possam achar que é um exagero ou uma loucura aceitar tal afirmação.
Contudo, a verdade não deixa de ser verdade porque não cremos nela. E sendo Jesus Cristo o Deus Eterno que se fez ser humano, então, ele é a própria essência da vida. E se ele é a essência da vida, então, não há expressão mais clara de humildade do que deixar-se matar por sua própria criação.
Sim! É absolutamente importante que compreendamos que Jesus Cristo não morreu porque não tinha como evitar isto. Ele podia evitar. Jesus Cristo morreu porque entregou-se a morte. Ele entregou-se em favor do resgate do ser humano que foi criado a sua imagem e semelhança.
No Evangelho de João, Jesus Cristo deixa absolutamente claro isto para nós. Que ele deu a sua vida para resgatar o seu povo.
“Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para remotá-la. Esta ordem recebi de meu Pai.” (João 10.17-18)
E a palavra de Deus nos ensina que Jesus Cristo fez isto por nós não porque merecêssemos, mas porque decidiu nos amar.
“Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5.8)
Não há expressão de humildade maior do que o Autor da Vida se submeter a própria morte. Não há expressão maior de humilhação do que aquele que pode em qualquer momento manifestar toda a sua glória, calar-se diante do insulto e da blasfêmia de seres insignificantes como nós.
Jesus Cristo é superior em humildade ao Homem de Ferro e a qualquer outro, porque diante do desaforo, qualquer um que tenha poder em suas mãos deixaria claro quem é que estava no controle.
Mas, Jesus Cristo, aquele que tem todo o poder e toda a autoridade no céus e na terra, escolheu humilhar-se e manter-se dependurado em uma cruz, até que sua vida se fosse, para que então, pudesse reaver a nossa vida por intermédio da dele.
Conclusão
Como consequência de sua humildade a palavra de Deus nos mostra que Jesus Cristo recebeu de vota do Pai toda autoridade e poder que sempre teve em toda a eternidade.
E é diante dele, diante de seu infinito poder e majestade, que um dia todo joelho se dobrará e toda língua confessará seu governo soberano sobre tudo e todos.
“Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai.” (Filipenses 2.9-11)
Diante de sua suprema humildade Jesus Cristo recebeu uma suprema exaltação, que foi promovida pelo próprio Deus Pai.
Quando nós seguimos os passos de Jesus Cristo, nos rendendo ao seu governo amoroso, e também nos humilhamos diante da poderosa mão de Deus, ao invés de orgulhosamente exigirmos os nossos direitos, o Senhor semelhantemente nos exaltará para a sua própria glória.
“Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.” (Tiago 4.10)
Não devemos nos esquecer que no Reino de Deus os humildes são bem aventurados e aqueles que foram vistos como perdedores dentro do padrão do nosso mundo contemporâneo é que serão tidos como vencedores.
“Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.” (Mateus 5.5)
“Contudo, muitos primeiros serão últimos, e os últimos serão primeiros.” (Marcos 10.31)

terça-feira, 28 de maio de 2013

Família estendida


Introdução

Aqui vamos nós para nosso terceiro Round no UFC Família. Nosso combate de hoje precisa iniciar com a definição de uma expressão que tem sido usada no contexto missional: “Família estendida”.

O que queremos dizer com isto? Segundo o Pr. Mike Breen:

Basicamente, o termo família estendida é utilizado, quando uma pessoa se relaciona com outras pessoas além de sua própria família que fazem parte de seu convívio cotidiano, como parentes, amigos e pessoas com quem há interatividade regular.”

Esse é um conceito que temos usado como igreja missional, mas que é observado também no contexto cotidiano. Como mostra estehttp://youtu.be/AXXPIk4v6aw

Assim, a idéia de família estendida passa pelo conceito de reconhecermos um grupo maior, que transcende a família nuclear, podendo ser composta por outros familiares consangüíneos ou mesmo amigos.

Por que para a igreja é importante entrar em combate por este conceito de família? Pelo menos por três razões:

Primeiro, porque a conhecida família nuclear tem sofrido com o individualismo de nossa sociedade contemporânea, quando gera a idéia de que se nos tornamos uma família, então, temos que responder individualmente por ela.

Segundo, porque um número cada vez maior de crianças, adolescentes e jovens, frutos da desagregação familiar contemporânea, carecem de referências para suas vidas de relacionamentos saudáveis e de modelos adequados de paternidade, vida conjugal e relacionamento entre os membros de uma família.

Terceiro, porque conforme a Bíblia a própria essência da igreja é a de uma família estendida que expressa o grande e generoso amor de Deus que é derramado sobre nós.

Quando lemos os Evangelhos vemos que o próprio Senhor Jesus apontou para esta dimensão na explicação de sua igreja, expressa primariamente pela comunidade de seus discípulos reunidos ao redor dele.

“Então chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Ficando do lado de fora, mandaram alguém chamá-lo. Havia muita gente assentada ao seu redor; e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram. Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? , perguntou ele. Então olhou para os que estavam assentados ao seu redor e disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” (Marcos 3.31-35)

“Respondeu Jesus: Digo-lhes a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou campos, por causa de mim e do evangelho, deixará de receber cem vezes mais, já no tempo presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, e com eles perseguição; e, na era futura, a vida eterna.” (Marcos 10.29-30)

Então, como podemos combater em prol do conceito e desenvolvimento da família estendida como uma alternativa de Deus para o acolhimento e modelamento de pessoas que se rendem ao evangelho em nossa cultura contemporânea?

Para responder a esta questão quero que observemos o texto bíblico conhecido como “Tito”, em seu capítulo 2. Este livro é uma carta escrita pelo apóstolo Paulo a um de seus jovens discípulos, que ficou com a responsabilidade de liderar o avanço do evangelho e a estruturação da igreja na Ilha de Creta.
ENTENDER QUE TODOS NÓS SOMOS RESPONSÁVEIS NA FORMAÇÃO DOS VALORES FAMILIARES.

“Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina.” (Tito 2.1)
“É isso que você deve ensinar, exortando-os e repreendendo-os com toda a autoridade. Ninguém o despreze.” (Tito 2.15)

Entre a abertura e o encerramento deste texto temos para quem Tito deveria ensinar o que é chamado de “sã doutrina”. E a mesma deveria ser ensinada para:

  1. Os homens mais velhos
  2. As mulheres mais velhas
  3. As mulheres mais jovens
  4. Os jovens.
  5. Os escravos

Ou seja, todos as faixas etárias são contempladas, bem como as posições sociais.

No contexto de Tito, os escravos faziam parte de uma família. Na cultura grega eles eram de propriedade dos patronus.

No texto de Efésios 6.9 vamos ter uma orientação da palavra de Deus direcionada aos patronus cristãos em relação a seus escravos, que é omitida aqui em Tito, mas que serve de referência para entendermos que todos estão sendo contemplados pela orientação das Escrituras sobre suas responsabilidades para a formação e manutenção dos valores do Reino de Deus na vida familiar.

“Vocês, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os ameacem, uma vez que vocês sabem que o Senhor deles e de vocês está nos céus, e ele não faz diferença entre as pessoas.” (Efésios 6.9)

Na nossa cultura fugimos da responsabilidade que temos como parte de nossa família. E há muitas famílias que não tem nenhuma referência que possa ser seguida pelos seus componentes, porque estamos mais preocupados com nossos direitos individuais do que com nossa responsabilidade familiar.

Assim, a igreja deve ser uma grande família. Temos todos o mesmo sangue! O sangue do Cordeiro Santo de Deus, Jesus Cristo, que morreu por nós e ressuscitou, para que pudéssemos ter uma nova vida. Uma vida com um novo poder, novo relacionamento e novo propósito.

Cada um de nós precisa se ver como responsável por outros que chegam no nosso meio precisando de modelos de pais, mães, casamentos, filhos, para que saibam como viver as suas vidas dentro dos valores do Reino de Deus.



ENTENDER QUE NOSSO MODELO DE VIDA DEVE SER REFERÊNCIA PARA A VIDA FAMILIAR

“Ensine os homens mais velhos a.... Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas a... Assim poderão orientar as mulheres mais jovens a.... Da mesma forma encoraje os jovens a.... Ensine os escravos a....”

Ao orientar Tito sobre o que ele deveria ensinar na igreja em Creta, o apóstolo Paulo, enfatiza a vida cotidiana e comum que temos para viver como cidadãos do Reino de Deus, inseridos como peregrinos em uma cultura oposta ao governo amoroso de Deus.

A descrição que encontramos em Tito 1.9-16 demonstra claramente como a cultura em que a igreja de Creta estava inserida era contrária ao Reino de Deus e como a igreja deveria responder a ela.

De modo semelhante em nossos dias vivemos cercados por valores que são opostos a boa e perfeita vontade de Deus para a humanidade e como igreja devemos nos opor a eles através de um estilo de vida que propicie uma alternativa para a sociedade que nos cerca.

Assim, a sã doutrina que a Bíblia nos ensina não é nada etérea, mas concretamente pratica para nosso viver diário e para a vida das pessoas que nos cercam.

  1. Os homens mais velhos devem ser modelos de moderação, respeito, sensatez, e de uma vida saudável de fé, amor e esperança (Tito 2.2).
  2. As mulheres mais velhas devem ser modelos de vidas reverentes, bondade, temperança e benignidade. Orientando as jovens mulheres (Tito 2.3-4).
  3. As mulheres mais novas precisam praticar o amor ao esposo e cuidado para com os filhos, a serem prudentes e puras, a não serem ociosas, a serem bondosas, e submissas a seus maridos (Tito 2.4-5).
  4. Os jovens precisam ser prudentes (2.6).
  5. Os escravos precisam ser submissos, agradáveis aos seus senhores, sem responderem e roubá-los (2.9-10).

Estes são exemplos do primeiro século de uma cultura específica, mas que expressam o princípio do que a “sã doutrina” do evangelho deve produzir em nossa vida.

Hoje as pessoas precisam, tanto ou mais do que nos dias de Tito, de referências do que vem a ser uma vida familiar sadia. Pessoas precisam de referenciais e de encontrarem um caminho alternativo para inspira-las na vida familiar.

Adolescentes e jovens precisam encontrar referência de casais com casamentos sadios para se sentirem seguros ao entrarem em um casamento. Crianças precisam encontrar o modelo de masculinidade e feminilidade saudáveis para que possam se desenvolver como homens e mulheres integrais. Jovens casais precisam ver em casais mais maduros a sabedoria de um casamento que fez a escolha pela aliança conjugal no lugar da transitoriedade da paixão. 

ENTENDER QUE A GRAÇA QUE NOS É OFERECIDA PELO EVANGELHO É O QUE SUSTENTA A FAMÍLIA ESTENDIDA.

“Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança; a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à pratica de boas obras.” (Tito 2.11-14)

A conclusão deste texto é de fundamental importância para a compreensão da igreja como a família estendida de Deus para nós.

O texto nos lembra que se vivemos o que vivemos como igreja é devido a graça de Deus e não a nossos esforços pessoais, ou porque a igreja tem em si algum elemento mágico.

Muitas pessoas se decepcionam com a igreja porque esquecem-se de que ela é composta por seres humanos como todos os demais, e que a única diferença entre nós é o poder do evangelho que nos conduz a aprender e viver um estilo de vida diferente do contexto que nos cerca.

A igreja, assim como qualquer outra família, tem suas crises, suas limitações, seus desencontros, mas a graça de Deus se manifesta salvadora através do evangelho, nos conduzindo a busca continua de um novo padrão de vida que irá nos referendar.

A igreja é o contexto onde as pessoas devem encontrar uma família estendida que foi remida de toda a maldade e purificada para ser o povo de Jesus Cristo que está neste mundo, mas que vive na prática das boas obras (a vontade boa e perfeita de Deus para a humanidade).

É no contexto desta família estendida que a sociedade pode encontrar esperança no evangelho, no que Deus fez por nós através da morte e ressurreição de Jesus Cristo, pois aprendemos com ele a viver nesta era presente de maneira sensata, justa e piedosa, enquanto esperamos a chegada plena do Reino de Deus.

Esse é o desafio e o privilégio que o Evangelho nos impõe como uma igreja missional! Sermos a referência para as famílias ao nosso redor do que é um casamento baseado na aliança conjugal, do que são pais comprometidos com a formação de seus filhos e filhos engajados com dar honra a seus pais.

Se nossa sociedade contemporânea não sabe o que é isto, então, que ela olhe para a igreja e veja o modelo disto em nós. E para tanto, precisamos da graça de Deus.

No Caminho,

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Formação dos Filhos


Gostaria de tratar com vocês hoje sobre o desafio que temos quanto a formação de nossos filhos.

Não tenho dúvida de que estaremos mexendo hoje com a “taça de cristal” da maioria de nós. Geralmente temos a tendência de darmos do nosso amor incondicional a nossos filhos. Isso não é mau, pois na verdade é isto que Deus planejou para que fosse vivenciado em todos os nossos relacionamentos.

Contudo há um problema na maneira em que fazemos isto! É o fato de não reconhecermos, muitas vezes, que nossos filhos estão inseridos em um mundo que está marcado pela realidade da desconexão com Deus e por isso sofre das influências do que é contrário ao plano bom e perfeito de Deus para nossas famílias.

Conforme a revelação bíblica, Deus nos deu como pais a responsabilidades de educarmos e formarmos nossos filhos com os fundamentos da sua vontade revelada nas Escrituras.

Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.” (Efésios 6.4)

Precisamos compreender e admitir que existe uma forte influência exercida em nosso mundo para que as pessoas vivam contrárias ao propósito bom e perfeito de Deus para nós. E isto influencia nossos filhos.

Dentre as forças que competem pela formação da identidade e valores de nossos filhos estão a mídia, o ensino secular, e atualmente o próprio Governo que deveria cuidar de leis e ações que promovessem o bem e a segurança social, mas estão mais interessados em exercerem domínio sobre os valores de nossas famílias.

Veja como exemplo a chamada “Lei da palmada” que foi promulgada pelo Governo Federal que restringe o direito a correção que os pais tem de exercer sobre seus filhos, em nome de uma pedagogia chamada construtivista, que é inócua, pois não considera a realidade da desestrutura da maioria das famílias, sem falar na perspectiva do que a revelação bíblica chama de pecado original.

É claro que não somos favorável a qualquer forma de violência física contra crianças, mas a solução para isto não está na promulgação de uma Lei que proíbe os pais de corrigirem seus filhos.

Quanto a mídia existe um incentivo cada vez maior a violência, a independência, a irresponsabilidade, ao sexo casual e sem compromisso, a erotismo nas relações e a patologias no comportamento, apresentado por programas de televisão, novelas, filmes e séries.

No campo da educação secular, existe um explicito movimento contrário a valores já estabelecidos, usando-se do argumento de se desfazer preconceitos, mas que visa formatar uma aceitação a-crítica as tendências que grupos sociais querem insistir em que se tornem o paradigma aceito em nossa sociedade. Veja como exemplo o gasto irresponsável do Governo de verba pública para disseminar o chamado “kitgay”, com o argumento de um ensino “anti-homofóbico”, mas que na verdade é uma apologia e incentivo ao homossexualismo.

Também podemos citar cartilhas que ensinam como usar drogas e a fazer sexo seguro, com o argumento de que precisamos prevenir as consequências para nossos filhos, no lugar de promover uma mudança de mentalidade.

O fato é que todos os dias somos expostos a notícias assustadoras que envolvem crianças, adolescentes e jovens, que poderiam ser nossos filhos, ou que são colegas de nossos filhos.

Aliado a tudo isto está a apologia de nossa sociedade a uma vida hedonista, materialista e utilitarista, que faz com que nós busquemos como prioridade as nossa própria satisfação e sucesso profissional. Vendo até mesmo a maneira que criamos nossos filhos por esta agenda.

Diante de tudo isto nos deparamos com este ensino que as Escrituras Bíblica nos apresentam, de que como pais somos responsáveis diante de Deus pela formação de nossos filhos.

Assim, como é que podemos ganhar este Round?

  1. ASSUMINDO O COMPROMISSO DE FORMAR NOSSOS FILHOS NA INSTRUÇÃO E CONSELHO DO SENHOR.

“Pais, ...., criem seus filhos segundo a instrução e conselho do Senhor.”  (Efésios 6.4)

A nossa sociedade pode nos dizer, e podemos acreditar, que a coisa mais importante que temos que fazer por nossos filhos é dar-lhes uma boa formação educacional e bens materiais, contudo isso não é verdade e não é suficiente.

Veja o que o filósofo e articulista da Folha de São Paulo Hélio Schwartsman tem a dizer sobre isso:

“Deu na Folha que pais paulistanos investem fortunas em escolinhas bilíngues cuja missão é formar superbebês. Eu próprio não agia de forma diferente quando meus filhos eram pequenos, mas é importante ter em vista que essa superestimulação é muito provavelmente um desperdício de recursos, que atende mais a nosso desejo de controlar as coisas do que às necessidades cognitivas das crianças.” (Folha de São Paulo 07/05/2013)



Conforme a sabedoria bíblica a tarefa mais importante que temos na formação de nossos filhos é ensina-los a conhecerem a vontade boa e perfeita de Deus que nos é revelada em sua Palavra, ensinando-os a viverem no que a Bíblia chama de “temor ao Senhor”.

Ouça, ó Israel: O SENHOR, o nosso Deus, é o único SENHOR. Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões.” (Deuteronômio 6.4-9)

Nossos filhos precisam observar em nós um adequado relacionamento com Deus, de compromisso, obediência e temor, e serem orientados por nós a uma entrega verdadeira de suas vidas a Jesus Cristo, mediante o evangelho, para que então tenham uma vida de fato bem sucedida.

  1. ASSUMINDO O FATO DE QUE LIDAMOS COM UMA GERAÇÃO DIFERENTE DA NOSSA.

“Pais, não irritem seus filhos;” (Efésios 6.4)

O texto bíblico nos diz para criarmos os filhos segundo a instrução e o conselho do Senhor e não conforme os nossos pontos de vistas, pois se fizermos isto iremos na verdade apenas irritá-los.

Uma das crises que como pais vivemos com a responsabilidade de formarmos nossos filhos é gerada pelo equivoco que fazemos de achar que os mesmos têm ou terão uma leitura do mundo e da vida como foi a nossa, ou que temos que ter uma leitura do mundo como a deles.

Toda cultura humana é formada pelo entrelaçamento de gerações, mas é preciso entender que estas gerações lidam com a vida e o mundo de maneira diferente umas das outras.

É claro que sempre haverá uma medida de influência trocada entre as gerações, mas não podemos esperar que a cosmovisão de mundo que tínhamos a 40 anos atrás seja exatamente a mesma que nossos filhos terão.

Sociologicamente falando podemos dividir as gerações de nossa sociedade em 4 principais: baby boomers; geração x; geração y (milenius/eu me acho) e a geração z.


Baby Boomers
Geração X
Geração Y
Geração Z
1946 a 1964
1965 a 1979
1980 a 1995
Pós 1995
Pós-guerra: busca de prosperidade econômica.
Guerra fria: busca por valores liberais
Globalização: Geração eu me acho.
Era da informação: Os primeiros nativos digitais
Características:
  1. Ambiciosos
  2. Plano de carreira
  3. Busca por estabilidade financeira
  4. Conservadores
Características:
  1. Autoconfiantes
  2. Carreira como item  complementar.

Características:
  1. Tecnológicos
  2. Mutaveis
  3. Trabalho como meio para atingir objetivos pessoais
Características:
  1. Não conhecem o mundo sem a internet
  2. Forte interação digital
  3. Geração Indoor


Educadores e psicólogos familiares chamam nossa atenção para o equivoco que temos feito como pais em procurar super valorizar a auto-estima de nossos filhos. Isto os tem levado a serem parte de uma geração iludida e que não sabe lidar com suas próprias frustrações, gerando uma juventude emocionalmente enferma e que busca fugir em uma série de compulsões: drogas, bulemia e anorexia, se cortar, síndrome do pânico, ansiedade, depressão, etc.

A matéria de capa da Revista Época de 22/07 de 2012 trouxe uma matéria demonstrando como nossa tendência de criarmos nossos filhos a partir de nossas expectativas contribuem para a formação de uma geração altamente egocêntrica. 

“Em português, inglês ou chinês, esses filhos incensados desde o berço formam a turma do “eu me acho”. Porque se acham mesmo. Eles se acham os melhores alunos (se tiram uma nota ruim, é o professor que não os entende). Eles se acham os mais competentes no trabalho (se recebem críticas, é porque o chefe tem inveja do frescor de seu talento). Eles se acham merecedores de constantes elogios e rápido reconhecimento (se não são promovidos em pouco tempo, a empresa foi injusta em não reconhecer seu valor). Você conhece alguém assim em seu trabalho ou em sua turma de amigos? Boa parte deles, no Brasil e no resto do mundo, foi bem-educada, teve acesso aos melhores colégios, fala outras línguas e, claro, é ligada em tecnologia e competente em seu uso. São bons, é fato. Mas se acham mais do que ótimos.”

Segundo a matéria apresentada na revista o problema com a formação de nossos filhos é duplo:

“A primeira é o esforço incansável dos pais para garantir o sucesso futuro de sua prole – e esse sucesso depende, mais do que nunca, de entrar numa boa universidade e seguir uma carreira sólida.  O segundo pilar da criação moderna está na forma que os pais encontraram para estimular seus filhos e mantê-los no caminho do sucesso: alimentando sua autoestima. É uma atitude baseada no Movimento da Autoestima, criado a partir das ideias do psicoterapeuta canadense Nathaniel Branden, hoje com 82 anos.”

De modo semelhante constata a jornalista Eliane Brum:

“Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.”
Se compreendemos isso, então, precisamos aceitar que a única realidade que pode alterar esta situação é o Evangelho. O único poder com condições de transformar qualquer realidade e alterar qualquer cosmovisão e paradigma e que poderá transformar a vida de nossos filhos é o evangelho.

Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.” (1Coríntios 1.18)

Precisamos como pais viver o evangelho e compartilha-lo de modo explicito e claro com nossos filhos, pois ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer. 

  1. ASSUMINDO QUE A RESPONSABILIDADE PELA FORMAÇÃO DE NOSSOS FILHOS É DO CASAL.

“Pais (Pateres),...” (Efésios 6.4)

A palavra de Deus atribui a responsabilidade pela formação dos filhos aos pais. Ou seja, não apenas a mãe, mas também ao pai.

Em Efésios 6.1, a palavra no original para que os filhos sejam obedientes aos pais é “yoneusin” que significa “pais” genericamente falando, ou seja, pai e mãe. Mas, no início do verso quatro a palavra usada é “pateres”, que se refere a figura do pai, do homem. 

Esta não é uma responsabilidade do Governo ou de uma instituição de ensino. A responsabilidade pela formação de nossos filhos é nossa como pais, como casal. Não apenas da mulher, mas também do homem.

Quando, como homens, não ocupamos o nosso lugar na formação de nossos filhos, mas achamos que esta responsabilidade cabe somente as mulheres, deixamos um vácuo emocional e de insegurança na vida de nossos filhos.

No caso das meninas faltará um referencial masculino saudável que lhe de segurança e um claro conceito do que seja um homem forte e amável. No caso do menino, faltará a figura de um modelo masculino saudável que ele poderá tomar para norteá-lo em seu desenvolvimento social e emocional.

Precisamos ter a convicção de que o Governo não tem autoridade dada pela revelação bíblica para ingerir sobre nossa responsabilidade de pais na formação de nossos filhos. E não podemos transferir esta responsabilidade para a escola, babás, ou mesmo a igreja. Estas instituições e pessoas são complementares a tarefa que precisa ser exercida por nós como pais.

“Meu filho, obedeça às minhas palavras e no íntimo guarde os meus mandamentos. Obedeça aos meus mandamentos, e você terá vida; guarde os meus ensinos como a menina dos seus olhos.” (Provérbios 7.1-2)

Boa parte daquilo que nossos filhos contemplarem em nós é o que eles irão reproduzir em suas vidas.