sábado, 11 de outubro de 2008
A Experiência do Deserto
Em Marcos 1.12-13, encontramos, de modo resumido, a presença de Jesus no deserto. No relato da tentação de Jesus no Evangelho de Marcos fica claro que foi o Espírito Santo quem levou Jesus para o deserto. É possível que para os judeus e crentes primitivos, a necessidade de um passo para o deserto fosse considerado um elemento importante do crescimento dos líderes espirituais. Moisés havia passado 40 anos no deserto antes de conduzir os israelitas na saída do Egito e guiá-los na conquista da terra prometida. Muitos outros reconhecidos personagens bíblicos também tiveram sua passagem pelo deserto. Na solitude, na carência de alimentos, em meio a intempéries, Jesus vai confrontar-se com sua personalidade e especificamente com suas debilidades. Satanás o tentou com os impulsos humanos básicos: os desejos da carne, os desejos dos olhos e a vanglória da vida (1João 2.16). Não foi um mero jogo de palavras. Se Jesus ia cumprir com a missão que o Pai o encarregou na terra, então, como homem devia vencer suas inclinações naturais e isto sempre implica em dor profunda.
O PODER TRANSFORMADOR DO DESERTO.
O deserto é o lugar dos imponderáveis, a esfera onde não temos controle das situações. Estamos separados do conhecido, estamos sós, sentimos pânico e uma imensa dor. Os homens primitivos se preparavam para os momentos difíceis mediante os rituais de iniciação. Jesus se preparou durante um período de 40 dias de permanência no deserto, cercado por feras e assediado por Satanás. Hoje em dia homens enfrentam essas situações de deserto, essas situações aonde perdemos o controle, mas na maioria das vezes isso acontece de modo repentino e inesperado em nossas vidas e por isso são enfrentadas sem a adequada preparação. Desemprego, divórcio, enfermidade, acidentes, traição, são situações que produzem dores indescritíveis e difíceis de ignorar ou esconder.
Na experiência do deserto, a maioria de nós homens carecemos das ferramentas para confrontar a dor emocional e espiritual, mas por outro lado ela pode nos proporcionar o contexto necessário para adquirir tais ferramentas. Se ocultarmos nossas dores ao invés de lidar com elas, estaremos acalentando a confusão, a depressão, a desmotivação, e as lições que poderíamos aprender no deserto se perderão.
A experiência do deserto é um passo para a maturidade da nossa espiritualidade masculina. Quando estamos no meio de uma situação inesperada, quando nos sentimos sós, cheios de dor e atemorizados, quando sentimos fome e sede espiritual tremenda, então vem a nossa mente as perguntas fundamentais: O que amamos? O que valorizamos? O que podemos eliminar de nossas vidas? Quais são as nossas debilidades? Como somos tentados? Como encontramos a Deus em meio a tentação?
De acordo com os registros da tentação em Mateus e Lucas (Mateus 4.1-11; Lucas 4.1-13), é possível reconhecer quatro princípios que são aprendidos nos momentos em que nos encontramos no deserto e precisamos amadurecer:
1. A experiência da humilhação (2Coríntios 12.9). Deus resiste aos soberbos e dá graça aos humildes.
2. A experiência da fome (Mateus 5.6; João 6.48). Somente os famintos podem ser fartos, somente os enfermos podem ser curados.
3. A experiência da tentação. No geral somos tentados em nossas próprias debilidades (Tiago 1.14). O deserto e um tempo de purificação.
4. A experiência do regresso (Lucas 4.14). Quando saímos do deserto não somos mais os mesmos. Uma nova identidade se forma em nossa vida. Um novo pode será liberado.
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