sexta-feira, 16 de julho de 2010

A igreja é uma instituição humana


Estou de volta e continuaremos a pensar a respeito de alguns "mitos e verdades sobre a igreja".

O que trataremos aqui é um dos mais polêmicos. Diz respeito a natureza da igreja em si. Para muitas pessoas a igreja (muito não dizem isto com palavras, mas suas ações demonstram) não passa de uma organização humana, assim como o Rotary Club e outros afins.

É verdade que a igreja, ao longo da história vai se moldando as realidades sociológicas que a cerca para que possa ter uma forma, poderíamos pensar nisto como um odre, mas sua essência é o que está dentro, o vinho, e não o que a modela externamente. Ao longo de nossa história, este molde, o odre, que se tornou mais comum foi o da Denominação.

Desde de a Reforma Protestante uma série de seguimentos da igreja cristã que rompeu com a Igreja Estatal Romana, vem sendo desenvolvida, e com seu desdobramento, várias denominações surgiram: presbiterianos, batistas, luteranos, assembleianos, etc, são alguns exemplos.

Depois vieram os movimentos carismáticos, dos quais acabaram saindo vários novos grupos das denominações já existentes, seguidos pelas chamadas "comunidades", e agora pelas igrejas ditas "não-denominacionais", as igrejas chamadas "apostólicas" e o atual movimento das ditas "igrejas emergentes". Entremeado a todas estas manifestações tivemos ao longo da história o surgimento de vários movimentos missionários visando algum tipo de grupo específico, que passaram a ser chamados de "paraeclesiásticos", exemplos destes são: ABU, JOCUM, MPC, entre outros no Brasil.

Uma primeira questão que precisa ficar claro aqui é que todos estes que foram mencionados acima, sejam movimentos denominacionais, não-denominacionais, ou "paraeclesiáticos", na verdade são "para-eclesias" (paralelos a igreja). Todos eles devem ser entendidos como "odres" que carregam a verdadeira essência do que a igreja é.

Outro ponto a ser considerado é que, principalmente no ocidentes, as mais diversas manifestações da igreja, nos últimos 50 anos tem passado pela questão da perspectiva "empresarial", pois em muitos aspectos, dentro de nossa cultura, temos que lidar com questões que de fato são de estruturas mais "corporativas" na existência sociológica da igreja.

Tudo isto tem levado muitas pessoas ao equivoco de achar que a igreja é uma instituição como qualquer outra instituição humana, mas isto é um mito.

Qual é a realidade? A Realidade é a que podemos ver exposta em Mateus 16.18: "E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la".

Conforme esta afirmação de Jesus Cristo, a igreja é uma realidade espiritual que se faz existir historicamente mediante a proclamação do Evangelho do Reino de Deus e seu acolhimento por parte de pessoas que reconhecem que Jesus é o Messias, ou seja o Rei deste Reino, e que submetem suas vidas a seu governo, e comprometidos com isto passam a viver de conformidade com este Reino e a convocar outras pessoas a reconhecerem a Jesus como Senhor de suas vidas, e tal avanço faz com que o Hades (inferno, uma metáfora para a oposição de Satanás ao governo de Jesus) não prevaleça contra o avanço deste Reino.

Em outras palavras, a igreja é um organismo vivo, é o Corpo de Cristo na terra, com suas imperfeições devido ao fato de estar sendo formada por homens e mulheres que são pecadores redimidos pela graça e que estão em um processo de formação para se tornarem a perfeita e plena habitação de Deus no mundo.

Não devemos confundir os aspectos, necessários contudo secundários, das estruturas sociológicas e culturais que dão razão de ser a igreja em um contexto especifico, com a igreja em si. Ser igreja é ser o povo de Deus na terra, um povo que avança em missão, como peregrinos neste mundo, até que cheguemos a eternidade, que é a vinda plena do Reino de Deus entre nós.

No Caminho,

Um comentário:

Anie disse...

Muito legal!
O que mais vemos nesses dias é esta confusão, do que a igreja é e o que deve ser