quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Tributo a Okuyama
Usarei este post para falar sobre uma das pessoas que mais influenciou e ainda influencia a minha vida.
"Pedro"Isokichi Okuyama. Ele é meu "sensei de coração". Eu acho incrível a maneira que Deus atua em nossa história para nos guardar e preservar e para ir nos conduzindo aos propósitos dele, mesmo quando estamos indiferentes a ele.
Para este post ter sentido vou ter que contar um pouco de história, na verdade, um pouco da minha história. Eu desde pequeno, talvez por ter sido muito franzino e doente quando criança, sempre gostei muito de artes marciais. Eu era fã dos filmes do "Besouro Verde", devido ao "Kato" o mordomo chinês do herói "Besouro Verde". Kato era interpretado por Bruce Lee, que na época ninguém imaginava que viria a ser o ícone do cinema de artes marciais como veio a ser. Quando mais velho eu não perdia uma estréia de algum filme novo de Kung Fu que fosse lançado no cinema, a não ser os que eram proibidos para menores, pois naquela época tinha censura, he...he...
Bem, aos 12 anos minha mãe permitiu que eu começasse a treinar Judo e me matriculou no Centro Ribeirão Pretano de Judo. Treinei por dois anos Judo, chegando a faixa amarela, mas o que me fascinava mesmo era o Karatê. Um dia encontrei um livro em uma banca de jornais sobre Karatê com muitas explicações e fotos de um japonês e comprei e comecei a treinar em casa. Em seguida comprei um outro livro intitulado "Karatê Junior" e também comecei a tentar imitar o que via ali. Isto foi feito em paralelo ao meu treinamento de Judo.
Quando eu estava com 14 anos, vi em um dos jornais da cidade de Ribeirão Preto uma matéria com uma foto dizendo que a academia de Karatê Butoku-kai estava em um novo endereço. Aquilo encheu meus olhos. Minha mãe achava Karatê muito violento e não me deixava treinar, mentia para mim dizendo que só maiores de 18 anos é que poderiam treinar Karatê, isto quando eu era menor.
Naquela semana peguei minha bike e fui até o endereço no centro da cidade, Rua Duque de Caxias esquina com Rua São José. Quando cheguei, um cara estava em uma escada arrumando a placa do Dojo, mais tarde eu iria conhece-lo melhor, seu nome era Ícaro e ele era um faixa marrom, um dos Karatecas mais fortes que já conheci. Ele me cumprimentou e disse que eu poderia entrar. Na sala de entrada estava atrás de uma escrivaninha uma senhora, que me atendeu com cordialidade. Seu nome Susana, ou Dna Susana como nós a chamávamos e mais tarde eu iria saber que ela era esposa do Sensei Okuyama.
Ela me passou os horários e eu me matriculei com um dinheiro que tinha guardado de trabalhos esporádicos que fazia. No dia seguinte cheguei na parte da manhã para treinar. Quando entrei, dei de cara com Sensei Okuyama, que me parecia alguém familiar, e só mais tarde é que fui associar que ele era o japones do livro que eu havia comprado a dois anos atrás....risos.
Sensei Okuyama, de poucas palavras, me cumprimentou, chamou um faixa roxa, que o pessoal chamava se Sergião, e mandou que ele me desse a primeira aula. Eu e Sergião nos tornamos bons amigos.
Nos primeiros 3 meses frequentei as aulas da turma das 9h da manhã, mas como eu já vinha praticando pelos livros eu aprendia rápido e, então, comecei a treinar com o pessoal das 7h da manhã, sob o ensino de Okuyama. Na Botuko-kai fiz bons amigos: Eli, Ronaldo, Sidiney, entre outros, mais tarde veio o Roberto Santana.
Bem, assim comecei minha trajetória no Karatê. Contudo, o alvo aqui não é falar do Karatê em si, mas de como Deus usou a vida de Okuyama Sensei para seus propósitos em minha vida.
Eu só estudava, e amava Karatê, logo comecei a passar a manhã toda no Dojo e ir na parte da tarde também. Isto me proporcionou não apenas a oportunidade de treinar Karatê, mas de ir me tornando mais próximo do Sensei Okuyama e através da vida dele e do conhecimento que ele tinha do Budô minha vida foi radicalmente transformada.
Com Sensei Okuyama aprendi o sentido da palavra foco e também disciplina. Aprendi a ser dedicado ao que faço e a honrar as pessoas e suas histórias. A fidelidade dele a seu Sensei, o Professor Okuda, como Okuyama dizia, era algo extraordinário. Com isto aprendi a ser fiel a meus Sensei e Sempais.
Quando eu comecei no Karatê, Sensei Okuyama era um shintoista, ele não acreditava em um Deus pessoal, mas entendia que Deus era uma energia que estava em todas as coisas. Com o passar do tempo Deus foi se revelando mais e mais a ele e hoje ele é um seguidor autentico de Jesus Cristo e o mesmo ímpeto e dedicação que ele tinha ao Karatê ele tem ao Senhor Jesus.
Ainda hoje eu encontro com meu Sensei e ele continua me orientando e ensinado, e o que ele me diz, sobre Karatê está dito. Entre muitas outras coisas, Deus usou Pedro Okuyama para me manter afastado de confusões e das drogas, por exemplo, pois ele sempre dizia que o verdadeiro Karatê só devia ser usado em última instância e em caso de vida ou morte, e por isto devíamos nos desviar do perigo.
Minha admiração por ele era tamanha e eu desejava tanto ter um Karatê "forte" como eu acreditava que era o dele que eu queria treinar cada vez mais e fazia tudo que ele me dizia. Ele disse que eu deveria dormir cedo nos finais de semana para estar inteiro para os treinos e por isto eu deixei de sair para as farras. Disse que eu não deveria beber muito, pois isto tirava a energia e eu parei de tomar cerveja quando saia. Assim, comecei a ir as reuniões de jovens da Igreja Presbiteriana em Rib. Preto e fui alcançado pelo Evangelho de Jesus Cristo.
Sou muito grato a Deus pela vida de Okuyama Sensei. Sou grato a Deus por ele ter me presenteado com a oportunidade de aprender Karatê com um verdadeiro "budoka" (guerreiro). Assim, neste post deixo meu tributo a meus Sensei de coração: Pedro Isokishi Okuyama. Com ele aprendi honra, determinação, máxima força sempre, nunca desistir, gentileza e respeito.
A você meu querido Sensei eu digo:
OSS!
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Um comentário:
Muito bacana seu post Ri...
Deus realmente coloca pessoas especiais em nossas vidas, pessoas que marcam nossas vidas e nos ensinam valores e princípios que levamos para toda nossa caminhada...Deus seja Louvado por isso...Abraços
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