segunda-feira, 6 de maio de 2013

Aliança conjugal



Veja o vídeo:

 http://youtu.be/jyKK-9Ppkac

Existe um anseio presente no mais profundo do coração do ser humano por compromisso, por pertencimento, por fidelidade e exclusividade. E, embora haja em nossa cultura contemporânea um sistema que insisti em combater estas realidades, não há como negar que elas existem.

Essa canção tem feito sucesso nas rádios de nosso país. Eu a ouço constantemente na rádio, e é uma canção que fala do anseio por compromisso, e pela prática de ações que alguns querem defender que estão falidas.

O que acontece? Por que é que em meio a uma onda de afirmações que querem negar a exclusividade conjugal, querem afirmar que o casamento já não é uma realidade que as pessoas buscam, que afirmam a conveniência do sexo casual; uma canção como essa faz sucesso?

Entendo que isto é assim porque o ser humano anseia por um compromisso que seja durável e que lhe traga segurança. E entendo também que é justamente porque ansiamos por isto e não sabemos como construir que vemos tantos relacionamentos fadados ao fracasso.

Deixe-me tentar explicar o que quero dizer com isto. Nossa cultura contemporânea criou o conceito do “amor romântico”, a idéia de que para que um relacionamento dure precisamos estar “apaixonados” e precisamos sentir a intensidade disto.

Veja, não quero que achem que não acredito na importância do romantismo em uma relação, mas o que quero que percebamos é a inconsistência do que esperamos que este romantismo seja.

A cultura contemporânea nos comunica através de filmes, séries, novelas e livros a falsa idéia de que um relacionamento será sempre marcado pelo intenso sentimento de paixão que existe no início, ou que achamos que existe, por intensas emoções.

Como a idéia passada é que para permanecer com alguém você tem que estar “apaixonado”, ter sentimentos que sejam continuamente intensos pela outra pessoa, e se isso acabar é porque o amor acabou, e se o amor acabou, então, por você ter direito de ser feliz, deve procurar outro relacionamento.

Ai saímos “apaixonadamente” em busca de um novo relacionamento, pois é o que ansiamos. Mais buscaremos novamente baseado em um pressuposto errado, e mesmo que achemos outro alguém que nos traga sentimentos maravilhosos, com o passar do tempo esses sentimentos não vão se manter como estavam, porque a vida não é um filme que termina com o casal seguindo apaixonados para algum lugar.

Diante disto temos dois caminhos. O da sociedade tradicional que dizia e diz que devemos ficar juntos até que a morte nos separe, mesmo que seja em uma relação que não tem nenhum sentimento, nenhuma beleza, nenhum romance, mas que é melhor assim do que se separar, pois a família é a coisa mais importante que existe.

O outro caminho é o proposto pela cultura contemporânea que diz que temos o direito de ser felizes e se não estamos felizes em um casamento devemos abrir mão e partir para outro, pois esta não era a pessoa ideal para nós, pois o indivíduo é a coisa mais importante que existe.

Estes dois paradigmas desencadeiam uma série de posturas que só servem para criar mais enfermidade em nossas relações. Deixe-me destacar três delas:

  • Pessoas acham que se viverem juntas sem assumirem um compromisso irão conseguir preservar a paixão.
  • Casais abrem mão de sua fidelidade conjugal achando que com casos extra-conjugais poderão manter seu casamento, pois buscam a emoção da paixão em outros lugares.
  • Casais substituem o afeto e construção que deveriam fazer em seus casamentos pelos filhos.

Estas e outras posturas surgem para amenizar o problema, mas só o pioram!

Ai vem as vozes de movimentos afirmando que o casamento está em colapso e que não adianta procurar lutar por algo que já está perdido. Mas será que está? Será que não existe uma alternativa?

Entendemos que existe e que devemos entrar no combate por ela. A alternativa que existe é aquela que nos é apresentada pela espiritualidade bíblica. A Bíblia explica o porque que ansiamos por relacionamentos que sejam duráveis e nos mostra como é que podemos construí-los em nosso casamento.

A palavra que a Bíblia usa para isto é aliança! Agora o que é uma aliança? Este é um conceito que está cada vez menos presente no consciente de nossa cultura contemporânea ocidental.

Conforme a Bíblia aliança é um compromisso entre duas partes com o testemunho de uma terceira, que geralmente é uma divindade ou autoridade. Existem exemplos na Bíblia de alianças entre amigos, entre nações e entre um homem e uma mulher. Chamamos estas alianças de “alianças horizontais”.

A Bíblia nos apresenta um outro tipo de aliança também, maior e mais poderosa que é a aliança entre Deus e o ser humano. Chamamos esta aliança de “aliança vertical”.

Aliança na perspectiva bíblica, então, é um compromisso formal e legal, mas que é mais do que um contrato, pois ela é tomada na presença de Deus e tem como objetivo fornecer as bases, o alicerce para que uma determinada decisão seja mantida.

Conforme a Bíblia, portanto, quando nos casamos com alguém, nós entramos em uma aliança com esta pessoa, diante de Deus. E é esta aliança que dará o sustento para a manutenção e a construção de um relacionamento de amor que será consistente e durará até que a morte nos separe.

A questão é que hoje em dia, influenciados pela cultura utilitarista nas relações, a maioria dos relacionamentos não são construídos em torno deste conceito da aliança conjugal, mas é este conceito de aliança conjugal que continua presente no fundo do coração de todo ser humano. Veja este exemplo:

“MARIDO RICO

Saiu no Financial Times (maior jornal sobre economia do mundo).
Uma moça escreveu um email para o jornal pedindo dicas sobre "como arrumar um
marido rico".
Contudo, mais inacreditável que o "pedido" da moça, foi a disposição de um rapaz
que, muito inspirado, respondeu à mensagem, de forma muito bem fundamentada.

Leiam...
E-mail da MOÇA:
"Sou uma garota linda (maravilhosamente linda) de 25 anos. Sou bem articulada e tenho classe. Estou querendo me casar com alguém que ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano. Tem algum homem que ganhe 500 mil ou mais neste jornal, ou alguma mulher casada com alguém que ganhe isso e que possa me dar algumas dicas? Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso. E 250 mil por ano não vão me fazer morar em Central Park West. Conheço uma mulher (da minha aula de ioga) que casou com um banqueiro e vive em Tribeca! E ela não é tão bonita quanto eu, nem é inteligente. Então, o que ela fez que eu não fiz? Qual a estratégia correta? Como eu chego ao nível dela? (Raphaella S.)"

Resposta do editor do jornal:

"Li sua consulta com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu caso e fiz
uma análise da situação. Primeiramente, eu ganho mais de 500 mil por ano. Portanto, não estou tomando o seu tempo a toa... Isto posto, considero os fatos da seguinte forma: Visto da perspectiva de um homem como eu (que tenho os requisitos que você procura), o que você oferece é simplesmente um péssimo negócio. Eis o porquê: deixando as firulas de lado, o que você sugere é uma negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas : Você entra com sua beleza física e eu entro com o dinheiro. Mas tem um problema.
Com toda certeza, com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia acabar, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará aumentando. Assim, em termos econômicos, você é um ativo sofrendo depreciação e eu sou um ativo rendendo dividendos. E você não somente sofre depreciação, mas sofre uma depreciação progressiva, ou seja, sempre aumenta! Explicando, você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos próximos 5 ou 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano. E no futuro, quando você se comparar com uma foto de hoje, verá que virou um caco. Isto é, hoje você está em 'alta', na época ideal de ser vendida, mas não de ser comprada. Usando o linguajar de Wall Street , quem a tiver hoje deve mantê-la como 'trading position' (posição para comercializar) e não como 'buy and hold' (compre e retenha), que é para o quê você se oferece... Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um 'buy and hold') com você não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim! Assim, em termos sociais, um negócio razoável a se cogitar é namorar. Cogitar... Mas, já cogitando, e para certificar-me do quão 'articulada, com classe e maravilhosamente linda' seja você, eu, na condição de provável futuro locatário dessa 'máquina', quero tão somente o que é de praxe: fazer um 'test drive' antes de fechar o negócio... podemos marcar?"
(Philip Stephens, associate editor of the Financial Times - USA)”

Em resumo: conforme a cultura contemporânea ocidental o nosso relacionamento conjugal é construído a partir dos nossos sentimentos, que são voláteis, e com um enfoque utilitarista. E, conforme a proposta bíblica, o nosso relacionamento conjugal deve ser construído a partir da aliança, de um compromisso que assumimos de nos doarmos um ao outro para a construção de um relacionamento que seja duradouro, com a ajuda de Deus.

Como diz Stephen Kenitz:

“Homens e mulheres que conheceram alguém ‘melhor’ e acham agora que cometeram enorme erro quando se casaram com o atual cônjuge esqueceram a premissa básica e o espírito do contrato de casamento. O objetivo do casamento não é escolher o melhor par possível mundo afora, mas construir o melhor relacionamento possível com quem você prometeu amar para sempre”. 
Como isto pode ser feito? Como podemos entrar em combate pela preservação da aliança conjugal? 

Em Efésios 5.18-33 encontraremos uma série de orientações que nos auxiliam neste combate.


PRECISAMOS RECONHECER OS PAPÉIS NA ALIANÇA CONJUGAL.

“Mulheres, sujeitem-se cada um a seu marido, como ao Senhor.... Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela.” (Efésios 5.22, 25)

Para que possamos lutar pela aliança conjugal é necessário que primeiramente reconheçamos que há papéis a serem desempenhados dentro desta aliança.

Comecemos observando que há gêneros na aliança: mulher e homem. Isso nos remete a Gênesis 2, ao contexto da criação boa e perfeita de Deus. Texto que será citado mais adiante neste contexto de Efésios.

“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.” (Gênesis 2.24)

Por mais que haja protestos e acusações por parte de algumas pessoas a este fato, a Bíblia não abre qualquer precedente para o conceito de aliança conjugal, o que chamamos de casamento na perspectiva bíblica, entre duas pessoas do mesmo sexo.

Para que possa haver uma aliança conjugal é necessário que haja um homem e uma mulher e que ambos estejam dispostos a se comprometerem um com o outro, assumindo que eles se tornarão uma família.

No texto de Efésios também fica expresso que há diferença entre os papéis assumidos pela mulher e pelo marido.

A mulher tem como missão apoiar o marido na aliança conjugal, e isto é feito a medida que ela assume sua postura de auxiliadora idônea, que está ao lado do marido para ajudá-lo com a missão que Deus lhe confiou de ser o líder de um lar que está se formando.

O marido tem como missão liderar sua família, seu lar, que começa por sua própria esposa com fidelidade, amor e sacrifício. Esta é a missão que ao marido é referendada quando o apóstolo Paulo relaciona sua atuação para com sua esposa na mesma medida da atuação de Jesus Cristo para com a igreja.

Assim, sem que haja o reconhecimento de que em uma aliança conjugal há papéis definidos a serem assumidos, não haverá como lutar pela manutenção da mesma. Quando em um casamento um dos cônjuges começa a querer disputar posição ou negar seu papel a aliança está comprometida.

Entendo que isto é de suma importância dentro do contexto cultural contemporâneo em que vivemos, pois tem havido um número cada vez maior de mulheres que, pelo sucesso profissional que obtiveram e a liberdade financeira que alcançaram, tem confundido seus papéis na aliança conjugal.

Também vejo que há um número cada vez maior de homens que tem se acovardado com a responsabilidade de serem líderes em seus lares, se escondendo atrás de seus trabalhos, na melhor das hipóteses, e demonstrando uma insegurança assustadora diante da tarefa de serem os sustentáculos emocionais e espirituais de suas casas.

PRECISAMOS NOS COMPROMETER COM NOSSOS DEVERES NA ALIANÇA CONJUGAL.


“Sujeitem-se uns aos outros por temor a Cristo.” (Efésios 5.21)

“Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo.” (Efésios 5.28)

Estive em um encontro onde fui exposto a uma exegese muito interessante deste texto.

Conforme o expositor bíblico que estava nos conduzindo na meditação do texto, o apóstolo Paulo em Efésios 5.21-6-9 está convocando os homens cristãos de sua época a uma postura que era completamente contra-cultural.

Isso porque no contexto sócio-cultural greco/romano do Primeiro Século o homem de uma casa, de um clã, era o “patronus” e tudo e todos eram submetidos a ele, sendo o mesmo o centro da vida social e familiar, tendo precedência sobre tudo o mais.

As ordens que Paulo dá as mulheres, filhos e escravos, eram ordens que naturalmente seriam cumpridas, pois se não o fossem, haveriam consequências a serem arcadas. Mas as ordens dadas por Paulo ao homem como marido, pai e senhor, eram completamente fora do contexto sócio cultural de sua época.

Este é um ponto importante para que possamos compreender que conforme a Bíblia se nos tornamos seguidores de Jesus Cristo, se o evangelho nos alcança, não é mais a cultura contemporânea quem dita as regras para nossa vida, mas a cultura do Reino de Deus que é expressa pela Palavra de Deus aplicada e orientada pelo Espírito Santo aos nossos corações.

Qual é o nosso dever como cônjuges quando entramos em uma aliança conjugal? É que sejamos fiéis um ao outro e que trabalhemos para a construção de um relacionamento de amor.

Veja que o texto bíblico diz que os maridos da mesma forma que Jesus ama a igreja devem amar a sua esposa. Não é uma sugestão, não é um argumento baseado no sentimento, mas uma ordem.

Isso em nosso contexto também é profundamente contra-cultural porque a cultura contemporânea considera o amor, em essência, como uma espécie de sentimento. Assim, no contexto cultural em que vivemos se não temos mais um determinado sentimento, então, não temos mais amor, e se não temos mais amor não temos mais a obrigação de permanecer casados.

Mas, no contexto bíblico, o amor é visto primeiramente como uma decisão, um compromisso que assumimos e que por permanecermos fiéis a ele gera em nós sentimentos profundos pelo outro.

Por isso é importante para casais que haja o estabelecimento de um pacto, uma cerimônia que será a base de nosso alicerce relacional, que nos ajudará a manter nossa aliança conjugal, pois quando as dificuldades chegarem, quando os sentimentos não estiverem a flor da pele, não iremos decidir por terminar, não iremos ceder ao conceito contemporâneo de que o amor acabou e de que precisamos encontrar um parceiro melhor.

Iremos, antes, nos lembrar que temos um dever, que assumimos um compromisso diante de Deus de amar um ao outro, e que podemos trabalhar pela restauração, construção, manutenção deste amor, através do exercício do respeito, paciência, aceitação e perdão.

Acho que não é demais relembrar a citação de Stephen Kenitiz:

O objetivo do casamento não é escolher o melhor par possível mundo afora, mas construir o melhor relacionamento possível com quem você prometeu amar para sempre”. 

Todo casamento passa por momentos de altos e baixos, toda relação passa por fases de crise, isso não significa que devamos abrir mão da relação. Mas se baseamos nosso amor em meros sentimentos e não no dever que assumimos de amar um ao outro é o que faremos.

Com isso eu não estou dizendo que não existem contextos onde uma relação tenha que terminar. A Bíblia abre possibilidades para o divórcio, para o fim de uma aliança conjugal. Contudo a Bíblia apresenta isso como uma consequência série, que é produto da dureza do coração humano, resultado de quebra na fidelidade ou no abandono do respeito ao outro.

Deus nunca nos apresenta o divórcio como uma opção natural, que deva ser escolhido por um casal sem que antes tenha sido feito de tudo para que a relação seja restaurada. Quando nossa sociedade lida com a questão da separação ela o faz a partir de uma postura individualista e utilitarista, onde eu abro mão do outro, porque o outro já não produz em mim o que produzia antes. Isso não é amor. Quem se relaciona assim nunca amou o outro, amava o que o outro podia lhe proporcionar. O amor bíblico é sempre altruísta, é sempre uma entrega em busca de dar ao outro o de melhor que pode ser dado.

E devemos fazer isso por temor a Cristo. A ordem que as Escrituras nos dá para que nos sujeitemos uns aos outros está baseada no fato de que somos pessoas que realmente levamos nosso relacionamento com Jesus Cristo a sério.

E podemos fazer isso porque Deus fez isso por nós. Dependurado em uma cruz, Jesus Cristo olhou para nós, olhou para aqueles que o traíram, o negaram, o prejudicaram e escolheu assumir o seu dever de nos amar com um amor redentor, em submissão a vontade do Pai.



PRECISAMOS DE UM PODER SOBRENATURAL PARA MANTER UMA ALIANÇA CONJUGAL.

“Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito.” (Efésios 5,18)

Quando pensamos no casamento, biblicamente, como já citado, nossa mente precisa se voltar para Gênesis 2, onde iremos contemplar a narrativa da boa e perfeita criação de Deus.

“Com a costela que havia tirado do homem, o SENHOR Deus fez uma mulher e a levou até ele. Disse então o homem: Esta sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada. Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.” (Gênesis 2.22-24)

O casamento não é uma invenção humana, conforme defende a sociologia, visando a preservação das posses. O casamento foi instituído por Deus, conforme a narrativa da revelação bíblica, visando o estabelecimento da união entre um homem e uma mulher, buscando a plenitude do ser humano.

O texto de Gênesis chama esse acontecimento de “unir-se”. Literalmente “apegar-se” que tem o sentido no original hebraico de “ser colado a algo”. Esta é a palavra que é usada para referir-se a união de alguém por meio de uma aliança, de uma promessa de compromisso. 

Contudo, em Gênesis 3 somos informados de que algo aconteceu que quebrou o poder da harmonia que havia entre homem e mulher como resultado da criação boa e perfeita de Deus.

A Queda, que é o conceito teológico para explicar a deformidade presente em nosso mundo, rompeu o relacionamento do ser humano com Deus e o tirou de sua fonte de graça e poder, lançando o ser humano a uma postura de vida egoísta.

Agora a relação harmoniosa que existia entre homem e mulher como fruto da vida de Deus presente neles, é substituída pela amargura e competitividade egocêntricas que passa a existir no coração do ser humano.

Essa é a explicação que nos é dada por Jesus Cristo para que haja a realidade do divórcio presente entre os seres humanos. Não fomos criados para uma relação conjugal de ruptura, mas a mesma acontece, devido a dureza do coração humano.

Assim, para que tenhamos absoluta condição de lutar pela manutenção da aliança conjugal é necessário que nos submetamos novamente ao governo de Deus sobre nossas vidas.

Quando rendemos nosso ser ao governo amoroso de Deus, mediante o acolhimento do evangelho: do reconhecimento de nossa rebelião, nosso arrependimento para com ela e aceitação de que Jesus Cristo morreu e ressuscitou para nos reconciliar com Deus. Então, passamos a ter a presença de Deus em nós através do Espírito Santo e a medida que nos submetemos a ele recebemos a liberação do poder de sua vida e conseguimos ser naturalmente sobrenaturais.

Isso aplica-se ao casamento, aquele que já está acontecendo, ou aquele que vier a acontecer, na medida que conseguimos nos sujeitar uns aos outros, porque o poder do Espírito Santo nos capacita para fazermos isso.

Quando nos rendemos ao amor de Deus por nós, passamos a compreender que nós não somos o centro de todas as coisas, e que nem nosso casamento é o centro de todas as coisas, mas que nós, o casamento, a família e tudo o mais, existem para trazer glória a Deus, que é o centro de todas as coisas.

Assim, quando nos tornamos autênticos seguidores de Jesus Cristo, nosso casamento passa a ser uma bênção, não porque não tenha problemas, desencontros, desentendimentos, ou porque estamos sempre nos “sentindo apaixonados”.

Nosso casamento se torna uma bênção porque somos reconduzidos aos propósitos originais de Deus para o casamento, o sexo, e tudo o mais que fazemos em uma relação a dois, que é ajudar um ao outro a amadurecer e se parecer cada vez mais com Jesus Cristo e assim experimentar a realidade do amor de Deus.

Como diz Tim Keller:

“Quando, ao longo dos anos, alguém vê o que você tem de pior e conhece você com todos os seus pontos fortes e falhas e, ainda assim, se compromete inteiramente com você, isso é uma experiência completa e suprema. Ser amado sem ser conhecido é confortador, mas superficial. Ser conhecido e não ser amado é nosso maior medo. Mas ser plenamente conhecido e verdadeiramente amado é muito parecido com ser amado por Deus. E é disso que precisamos mais do que qualquer outra coisa. Esse amor nos liberta da presunção, nos humilha a ponto de abandonarmos a hipocrisia e nos fortalece para qualquer dificuldade que a vida trouxer.”

Este é o amor de aliança! É o amor da aliança conjugal pela qual devemos entrar em combate. E só é possível vencer se contarmos com o poder sobrenatural do Espírito Santo de Deus vivendo em nós e nos conduzindo a realidade da essência do casamento.

Nenhum comentário: