terça-feira, 29 de maio de 2012

Desafiando o poder absoluto de quem é amado.

"Vivemos em tempos de grande fragilidade emocional. As pessoas se ofendem com facilidade e, quando são criticadas, reagem, dizendo ter sido ofendidas. Na verdade, vivemos numa época em que a ofensa emocional, ou a mágoa, quase sempre se transforma em padrão de julgamento para decidir se houve amor nas palavras do ofensor. Se alguém reclamar que se sentiu ofendido por algo que você disse, muitos outros pensarão que você não agiu com amor. O amor, portanto, não é validado por eles pela qualidade do ato e nem por seus motivos, mas pelas reações subjetivas. Neste tipo de relacionamento, o ofendido tem autoridade absoluta. Se ele disser que você o ofendeu, muitos entenderão que você não agiu com amor, que você é culpado. Jesus não permitirá que esse conceito fique livre de contestação." (John Piper)

Essa consideração de John Piper sobre como nossos relacionamentos hoje são influenciados por essa cultura da "psicologização" da alma é, em minha opinião, fenomenal. Se lermos os Evangelhos com atenção iremos perceber que existe um "Jesus" no imaginário da igreja contemporânea que não tem nada a ver com o Jesus revelado na Bíblia.

Na "cultura do descarte" em que vivemos tornamos os nossos relacionamentos também descartáveis e isso acontece porque medimos os mesmos pelos nosso subjetivismo e não pela objetividade, coerência e verdade, do que os valores da vida, em especial da vida do Reino, nos apresenta.

Quando nos sentimos em uma situação embaraçosa, quando nos sentimos acuados, ou contrariados, ao invés de fazermos a opção de amadurecer em nossas relações, aprendendo a acolher o outro, a dar-lhe a liberdade de nos contrariar, a acolher o que julgamos ser "ofensa", e às vezes é mesmo, preferimos abrir mão dos nossos relacionamentos, argumentando que o outro não nos amou.

Assim, descartamos casamentos, descartamos amizades, descartamos a vida no comunidade dos discípulos, nos iludindo que não estamos fazendo isso, porque estamos indo para outra "igreja", mas o problema é o motivo pelo qual estamos indo para outra igreja. Podemos procurar enganar a nós mesmos, mas como diz o apóstolo Paulo, nossa consciência nos acusa, e sabemos disso.

Voltando a Jesus, o Jesus que a Bíblia revela, acho que muitas pessoas não gostariam dele e não estariam mais em nenhuma igreja se ele fosse o pastor das mesmas. Jesus é a própria expressão de amor de Deus, mas veja como ele confronta e lida com seus discípulos: "até quando vou ter que suportar vocês, homens de pequena fé", é o que ele diz a seus seguidores quando são incapazes de expulsar um demônio. À um homem que diz que quer segui-lo, mas que tem que terminar seus negócios ele diz que não há tempo, ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é digno do Reino de Deus. E a outro que quer ir ao velório dos pais, ele diz para que deixe os mortos sepultar seus próprios mortos.

Entre tantas outras colocações que são feitas por Jesus, a amigos, aos discípulos e a seus opositores. A questão é que ele não mudou. E ele continua dizendo essas e todas as outras coisas registradas na Bíblia para mim e para você. Contudo, muitos preferem entender que tais colocações não são para hoje. Muitos preferem se enganar dizendo que são seus discípulos, mas que estão ofendidos é com o pastor, e com o outro irmão que os desrespeitou ou os humilhou.

Minha pergunta é: Se Jesus Cristo é o Senhor de nossas vidas, que direito temos de argumentar contra qualquer das exigências que ele nos apresenta? Precisamos nos libertar dessa enfermidade que foi gerada em nossa geração chamada "sentimentalismo". Precisamos parar de querer nos sentir feridos e ofendidos por qualquer coisa que não expresse aquilo que gostaríamos que expressasse.

O Reino de Deus é para ser tomado a força! Ou seja, é para ser vivido para valer! Jesus não tem meios discípulos, ou somos, ou não somos, foi ele quem disse, quem não é por mim é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha.

Deixe-mos nossos fracos argumentos de lado, e nos dobremos, portanto, aquilo que a Palavra de Deus nos diz! Nada de descartar relacionamentos, nada de excluir-nos, buscando outros lugares, não pela missão,  mas pelo desejo de evitar o trabalho de amarmos e perdoarmos, como Jesus nos ordenou.

No Caminho,


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