terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dons Espirituais: Finalizando


E ai pessoal!?!

Espero que tenha sido interessante para vocês está série de posts sobre dons espirituais, por Mark Driscoll. Chegamos ao final e gostaria de ler as percepções de vocês: se gostaram ou não, se concordaram ou discordaram, se ajudou ou atrapalhou.... Vamos lá escrevam.

Agora, visando fechar o assunto (sem encerra-lo, é claro) gostaria de dar uma percepção minha sobre esta questão. Há nos ensinos de Paulo três textos aonde ele trata da questão dos dons espirituais: Romanos 12; 1Coríntios 12 e 14; e Efésios 4. O que acho interessante nestes textos é que em nenhum deles Paulo está preocupado em explicá-los e defini-los. Paulo trata os dons espirituais como realidades do Reino de Deus que estão entre nós e conosco pela presença do Espírito Santo que está habitando na Igreja. Ou seja, os dons são uma realidade e estão em atuação na igreja e o que precisamos é tomar consciência disto.

Outro ponto é que os dons são a ligação do Reino de Deus que há de vir, com o Reino de Deus que já chegou. É a manifestação do poder do Reino manifestado mediante a vida do Espírito Santo em nós, e visa sempre a sinalização deste Reino no serviço e bênção de Deus para as pessoas.

Terceiro, embora a maioria dos livros sobre dons espirituais acabem tratando todos os 3 textos de Paulo como se ele estivesse falando a mesma coisa, eu acredito que existem ênfases diferentes em cada um deles.

No texto de Romanos 12, a palavra que tem destaque para dons é "karismata", e sua ênfase está em uma capacidade que recebemos do Espírito Santo e que deve ser desenvolvida por nós para ser usada da melhor maneira para abençoar outros. Ou seja, neste caso, a capacidade nos é confiada e permanece sob nossa administração.

No texto de 1Corínitos 12, embora apareça a palavra "karismata" nos primeiros 7 versículos a ênfase recai sobre o que Paulo chama de "fanerós". Este é um dom que se manifesta mediante a administração do próprio Espírito Santo, entre as pessoas, usando aquele que ele bem desejar, quando e como desejar. Ao contrário de Romanos, a idéia é que este dom que se manifesta não fica sob nossa administração, mas é dado pontualmente e em contextos que o Espírito Santo deseje. Ai em 1Coríntios 14, Paulo nos mostra que o Espírito deseja usar estes dons como "faneros" todas as vezes que a igreja está reunida e o que estamos fazendo visa glorificar a Deus e não exaltar a nós mesmos. Tenho para mim, que toda reunião da igreja, seja em pequeno grupo ou em um grande grupo, se Deus estiver no centro do que estamos fazendo, o Espírito Santo pode manifestar (fanerós) algum destes dons entre nós, e por intermédio de qualquer um de nós.

E, em Efésios 4, embora a palavra usada em nosso original, também seja dom, a mesma no grego não é "karismata", mas "dorea". Esta palavra tem o mesmo significado no português, portanto, não está errado traduzi-la por dom, mas sua conotação no texto é diferente do que é exposto em Romanos e em 1Coríntios. É claro que no texto de Efésios, um "dorea" (dom) não é dado pelo Espírito Santo, mas por Jesus Cristo. E na sequência somos informados que estes "dons" são um conjunto de homens/mulheres, com dons na área do ensino e pregação, que são dados a igreja para que a mesma seja equipada e passe a utilizar de modo correto os dons (sejam na forma de carismatas ou fanerós) que o Espírito Santo dá a igreja e esta seja edificada e alcance a maturidade em Jesus Cristo.

Portanto, concluo esta nossa série orando para que Deus nos revele como é que a dinâmica dos dons espirituais podem ser melhor efetivada e desenvolvida em nossa vida como povo de Deus hoje.

No Caminho,

2 comentários:

Ricardo Rennó disse...

Obrigado por nos ensinar verdades tão profundas Ricardo. Que o Espirito Santo o ajude a melhorar o "karismata" que te deu e te faça tão sensível a ponto de vc poder sempre ser um canal escolhido para seu "fanerós". Deus seja louvado por ter derramado o "dorea" sobre você. Espero que Ele me capacite a exercer este "dorea" como vc e assim ser benção no Reino.
p.s.: o "fanerós" tem paralelo direto com o SALMO 133

Ricardo Costa disse...

Olá Ricardo, é verdade, este Salmo é um dos que devemos incluir em nosso ensino para explicar o porque dos fanéros.