sábado, 29 de dezembro de 2012

Reflexões de mais um ano que termina

Olá pessoal!

E estamos chegando ao final de 2012.

Esse foi um ano emblemático, risos.....

Foi um ano em que muitos viveram, ainda que na brincadeira, muito da expectativa do tão temido "fim do mundo". Mas aqui estamos e nosso mundo não terminou. Não terminou, mas vai terminar. Vai terminar porque ele não era para ser assim.

Quando Deus criou o mundo, o fez bom e perfeito, para que nós, que fomos criados a imagem e semelhança de Deus pudéssemos viver nele e cuidar de seu desenvolvimento. No entanto, tomamos uma decisão, e continuamos tomando, que trouxe caos a criação boa e perfeita de Deus.

A decisão de querer viver a vida, conduzi-la, lidera-la, sem a submissão e dependência da liderança amorosa de Deus é o que trouxe e continua a trazer todo o mal para nosso mundo. Seja em nossos relacionamentos, seja na maneira como lidamos com a criação, seja em como cuidamos de nossa própria vida.

E é por isso que esse nosso mundo vai terminar! Vai terminar, porque Deus escolheu nos amar e nos perdoar, trazendo de volta para ele todos aqueles que arrependidos da decisão de se afastarem dele, retornam, humildes e dependentes do que Jesus Cristo fez em nosso favor, com sua vida, morte e ressurreição.

Vai terminar, porque Deis não criou o ser humano e o mundo para viverem se destruindo, se matando, tomados de medo e enfermidades. Deus nos criou para um mundo bom e perfeito, um mundo que ele estará trazendo de volta a medida que vidas vão se submetendo ao governo de Jesus Cristo.

Para que haja um mundo bom e perfeito, Deus terá que banir tudo aquilo e todos aqueles que insistirem em serem rebeldes ao amor gracioso que Deus nos oferece em Jesus Cristo. Portanto, nosso mundo vai chegar a um fim, mas esse fim será uma renovação de todas as coisas, para que então, os justificados em Jesus Cristo, herdem a terra.

Até que esse dia chegue, vamos continuar tendo tarde e manhã, vamos continuar tendo inverno e verão, vamos continuar, terminando anos e começando anos. Portanto, é de suma importância que saibamos viver, e bem, cada dia de nossa existência.

O ano de 2012 está chegando ao fim e com ele reflito sobre minha própria existência:

1. Nesse ano eu desejei amar mais a Deus, servi-lo melhor, honrá-lo, mas meus avanços foram muito tímidos.
2. Nesse ano eu desejei acertar com todos aqueles com quem me relacionei, mas errei com muitos, e constatei, mais uma vez, que as pessoas, principalmente aquelas que já conhecem o Evangelho, não sabem lidar com a graça, com o perdão, e com gente que é como eu, profundamente imperfeita.
3. Nesse ano eu cresci em amor e em intimidade com aquela que é o maior presente de Deus para minha vida, Susy Mauren. Você é a mulher mais maravilhosa que um homem poderia querer ao seu lado.
4. Nesse ano, vi meus filhos amadurecendo, se tornando homens, crescendo espiritualmente, assumindo seu lugar na sociedade e no Reino de Deus. Vi Deus presente na vida deles. Não há maior alegria para um pai do que ver que seus filhos andam na verdade. Reisy, Yuri e Hesley, amo vocês. E me orgulho dos homens em quem vocês estão se tornando.
5. Esse ano recebi mais uma "filha" em minha família, Camila. Minha primeira "nora". Oro para que realmente o relacionamento entre você Camila e o Reisy, cresça em santidade e intimidade. Que Deus abençoe vocês e os torne em um casal cheio da presença dele.
6. Esse ano me alegrei com a formatura de meu filho Yuri. Fez um trabalho e tanto, será um profissional brilhante, mas acima de tudo um discípulo autêntico de Jesus Cristo.
7. Esse ano, meu caçula, Hesley, amarrou a faixa roxa de Karatê na cintura. Está ficando muito forte, mas o que mais me alegra é que ele já é um faixa preta de Jesus Cristo. Um menino apaixonado por Deus e pela missão de fazer discípulos onde ele se encontra.
8. Esse ano me alegrei com pessoas que foram alcançadas e discipuladas pelo ministério da CPV. Um ano onde me alegrei com muita gente que chegou, mas me entristeci com muitos que partiram, principalmente com aqueles que o fizeram por não conseguir perdoar, por aqueles que não compreendem o quanto são tão carentes da graça de Deus, como aqueles que julgam e condenam por seus erros.
9. Esse ano me alegrei por ver jovens a procura de um Karatê que se perdeu. É bom saber que ainda existem pessoas que querem conhecer o Karatê budô que conheci um dia. Alegrei-me por poder continuar treinando e por caminhar com amigos antigos e novos na arte das mãos vazias.
10. Esse ano meu coração continuou marcado pela perda de meu pai, pela tristeza de sua ausência, pelas dificuldades na vida de minha mãe. Mas, estou seguro de que a graça de Deus tem suprido todas essas realidades.
11. Esse ano sofri com amigos queridos que sofreram e continuam a sofrer com a rebelião e cegueira de seus filhos. Sigo orando para que Deus nos surpreenda com a graça salvadora em cada um desses casos.
12. Termino esse ano constatando que continuo sendo humano, muito humano. Constatando que o bem que quero fazer continua se desviando de mim, e que o mal que gostaria de evitar continua tendo domínio sobre meu coração. Termino esse ano consciente de como preciso continuar dependente do evangelho, ansioso pelo governo do Rei sobre toda minha vida, sobre as sombras do meu coração.

Termino 2012 com o profundo desejo de que 2013 seja o ano do retorno do Rei! Se for, espero ver você de joelhos, como espero estar, diante dele. Diante de Jesus Cristo, o Rei dos reis, e Senhor dos senhores.

Maranata!

No Caminho,

Ricardo Costa

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Pessoas

Olá pessoal!

Aqui estou novamente para refletir um pouco com vocês. Estamos chegando ao final de mais um ano. Não sei como foi seu ano, mas o meu ano foi muito intenso e muito desgastante. E o principal motivo de meu cansaço são as pessoas.

Estive refletindo nisso essa semana que passou, em oração, e algumas percepções vieram ao meu coração, acredito que trazidas pelo Espírito Santo de Deus. Por que as pessoas nos desgastam? Ou melhor, porque nos sentimos desgastados pelas pessoas?

Primeiramente porque todos nós, sem nenhuma exceção estamos influenciados pela realidade de um mundo que se desconectou de Deus. Deus é a fonte de todo relacionamento perfeito e uma vez que nos desconectamos dele, então, nossos relacionamentos não são perfeitos.

Isso me leva para uma segunda questão! Se em Jesus Cristo fomos reconciliados com Deus, então, por que ainda temos relacionamentos conflituosos? Porque a reconciliação com Deus precisa ser estendida em reconciliação uns para com os outros, para que se torne efetiva no plano existencial.

O problema é que cada um de nós está sempre olhando para o que o outro fez de errado, o que o outro fez de mau, como o outro não nos acolheu, não nos perdoou, não nos amou, etc. A questão aqui é que existe uma reciproca completamente verdadeira. Se os outros falham conosco, e falham; nós também falhamos com os outros.

Se falhamos porque somos limitados, influenciados ainda por decisões que não estão completamente rendidas a Jesus Cristo, porque ainda somos seres imperfeitos que caminham para a perfeição, os outros falham conosco pelos mesmos motivos.

Isso inclui também a incapacidade que as pessoas tem de perdoar. Não quero diminuir o peso disso, pois Jesus Cristo deixa claro em Mateus 18, que se não perdoamos de coração aquele irmão que falha conosco, seremos entregues por Deus a situações que nos angustiarão, até que paguemos a divida do perdão, ou seja, estejamos dispostos a perdoar.

Contudo, é preciso que reconheçamos que as pessoas, isso inclui todos nós, tem dificuldades em perdoar porque não são perfeitas, sendo assim, precisam ser ensinadas e precisam escolher andar de conformidade com aquilo que lhes foi ensinado.

Vou caminhando para o final de meu ano com a certeza de que terei um novo ano, onde continuarei tendo muitos problemas com as pessoas, porque elas querem que eu seja o que não sou, querem que eu satisfaça aquilo que só Jesus Cristo pode satisfazer, querem que eu não erre com elas, mas esquecem de quanto erram comigo.

E, lembre-se! Continuarei tendo problemas porque o reverso disso tudo é verdadeiro. Tudo isso se aplica a mim também. Mas o que para mim é mais animador é saber que aquele que não vive esse reverso, resolveu me amar e perdoar. E me deu poder para amar e perdoar.

E é isso que vou continuar escolhendo para lidar com as pessoas.

Até ano que vem!!!!!!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

UMA VIDA MISSIONAL

Existem palavras que começam a ser usadas por nós com o objetivo de desenvolver ou de dar clareza a um conceito. No entanto, com o passar do tempo, a palavra se transforma em um termo da moda e ai muita gente começa a usar, mas o conceito que a palavra expressava já não está mais presente na vida de muitos.

É minha opinião que isso tem acontecido com o termo "missional". A palavra começou a ser usada a fim de expressar o conceito de uma vida vivida em completo engajamento com a missão que Jesus Cristo nos outorgou, mas tenho visto que muitas pessoas tornaram o termo em uma palavra que ser refere a algumas atividades que uma igreja precisa realizar.

Veja bem, eu não sou contrário ao fato de que uma igreja local realize algumas ações em conjunto, mas essa não é a essência de ser missional. Em minha opinião isso deve ser feito para ajudar os cristãos no processo de treinamento, mas se começarmos a tomar a palavra missional para simplesmente fazer referência a algumas ações que a igreja executa em seu calendário de atividades, mais uma vez estaremos cometendo o mesmo erro que há tempos temos cometido como igreja. O erro de tornar a missão em uma programação, atividade ou evento.

Ser missional significa ser uma pessoa que tem a missão como parte de seu estilo de vida. O grande alvo de uma igreja missional é ver cada um de seus membros como autênticos seguidores de Jesus Cristo, que estão engajados em viver a missão em seu dia-a-dia.

Quero dar 8 dicas de como isso pode ser feito. Essas dicas são orientações que muitos pastores missionais têm dado, à luz do que vemos acontecendo no ministério de Jesus Cristo e seus primeiros seguidores. Que fique claro que não são dicas de atividades da igreja, não são sugestões de programações para a igreja. São ações pessoais que podem e devem ser implementadas por cada um de nós como seguidores de Jesus Cristo em missão no mundo. Seguirei a ordem apresentada pelo Pr Jonathan Dodson. Outra coisa que precisa ficar claro é que essas dicas não são exclusivas e nem exaustivas, mas são pertinentes.

Vamos lá!

1. Como com não cristãos.
Quando você sair para comer fora, procure sentar próximo de não cristãos que estejam na lanchonete, sorveteria, cafeteria, etc. Se você for uma pessoa mais extrovertida pode até mesmo pensar em sentar em uma pesa que esteja sendo ocupada por algum não cristão que está sozinho. Faça um jantar ou convide seus vizinhos para uma pizza em sua casa, convide amigos não cristãos do seu trabalho para comer em sua casa, ou tomarem um café juntos.

2. Caminhe, não dirija.
Quando você sair pelo seu bairro para ir a um supermercado, uma padaria, uma banca de jornal, loja, etc; se for próximo procure fazer isso a pé. Sorria para as pessoas que cruzarem com você pela rua, cumprimente-as, de um bom dia ou boa tarde. Se há um parque ou área de caminhada próximo a sua casa, vá fazer caminhada, leve as criança para passear, vá passear com seu cachorro. Converse com as pessoas, ore por elas, ouça-as.

3. Seja regular.
Procure intencionalmente frequentar sempre os mesmos lugares e se puder sempre na mesma hora. Por exemplo, coloque gasolina sempre no mesmo posto e sempre no mesmo período, vá sempre a mesma cafeteria, ou restaurante, ou pizzaria. Tente ir sempre nos mesmos dias da semana, ou do mês. Seja simpático, cumprimente as pessoas que estiverem servindo você, pergunte pelo nome delas. Com o passar do tempo você vai ganhar intimidade, ai pergunte pela vida da pessoa, procure conhece-la, ore por ela. Ouça-a, dê-lhe livros, cds, etc de presente.

4. Desenvolva seu hobby com não cristãos.
Vá a uma academia, comece a aprender jogar tênis, ou uma arte marcial, violão, pintura, artesanato. Aprenda jardinagem, entre em uma escola de idiomas, mas faça isso em lugares onde hajam não cristãos. Seja simpático, compartilhe sobre sua vida, ouça-os sobre a vida deles, ore por eles.

5. Converse com seus colegas de trabalho.
Após o expediente ou em horários de intervalos, não fique em seu canto, seja no trabalho ou na escola, junte-se a seus colegas não cristãos, escute-os, identifique seus dramas, seus problemas, a visão de vida e de mundo que eles tem, seus medos e esperanças. Seja intencional, puxe assuntos sobre espiritualidade, sobre a visão que eles tem de Deus e da vida. Ore por eles. A medida que ficar sabendo de problemas que eles tem, diga que estará orando por eles, compartilhe sobre ações de Deus na sua vida.

6. Seja voluntário.
Procure descobrir alguma atividade que esteja sendo exercida em sua cidade, no seu bairro, algum projeto que a prefeitura ou a sociedade do bairro está fazendo, e seja um voluntário. Dê um sábado por mês para servir ou ajudar em algum projeto, em uma creche, asilo, casa de repouso, projeto de esporte no bairro. Envolva-se com ações de sustentabilidade em seu bairro e cidade.

7. Participe de eventos da cidade.
Vá a festas que sejam promovidas pela Cidade. Eventos especiais de aniversário da Cidade, alguma data especial de comemoração, desfile. Estude a cultura da cidade e participe missionalmente. Puxe conversa, desenvolva relacionamentos redentivos.

8. Sirva seus vizinhos.
Observe as necessidades de seus vizinhos e ajude-os. Ajude um vizinho a concertar o carro, a tirar o lixo de diante de sua calçada, a pintar a casa, a descarregar algum material que ele esteja descarregando. Veja com a polícia, guarda municipal, corpo de bombeiros, se existe algo que você possa fazer por eles. Seja um amigo da escola de seus filhos. Seja criativo, há muito que se pode fazer para ajudar as pessoas.

Como disse, essas não são dicas de programações para a igreja, são orientações para um viver missional. O mais importante nisso tudo é que cada um de nós como discípulos de Jesus Cristo estejamos comprometidos pessoalmente com um viver missional, com dar de nosso tempo e atenção para não-cristãos. Ser intencional em nossos relacionamentos, e buscarmos relacionamentos redentivos, orando pelas pessoas, servindo-as e compartilhando o evangelho com elas de modo natural a medida que as portas vão se abrindo.

Bem é isso ai!

Seja missional!


terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Jesus da Bíblia


Olá pessoal!

Faz tempo que não escrevo em meu blog, às vezes penso até em fecha-lo, mas o fato é que existem textos e reflexões que quero compartilhar que só cabem bem aqui mesmo.

Quero deixar registrado aqui uma realidade, um fato, concernente ao Deus que é revelado por Jesus Cristo, na Bíblia.

Jesus não é um cara bonzinho, bacana, boa praça. Na cultura da galiléia e judéia do primeiro século onde os Evangelhos foram escritos, Jesus assumiu a figura de um Rabino Judeu. Ele ao contrário dos demais rabinos era misericordioso para com todos, amoroso e gracioso. Mas é muito importante entendermos o que isso significa para Jesus Cristo, conforme revelado nas Escrituras e não dar a esses termos o conteúdo que pretendemos ou que nossa cultura contemporânea dá.

Veja bem, a Bíblia toda trata a respeito de Jesus Cristo. Isso porque toda a Bíblia diz respeito ao fato do ser humano, que fora criado bom e perfeito, em um mundo bom e perfeito, ter se rebelado contra a vida que tinha na relação com o Deus bom e perfeito, e o fato de que essa rebelião trouxe caos a tudo que Deus criara bom e perfeito.

A partir dai, a narrativa bíblica se concentra no fato de existir uma humanidade desconectada e disforme e em Deus que, apesar disso, decide entrar em nossa história e vida com sua graça salvadora, conduzindo todo um processo para que ele próprio, na pessoa de seu Filho entrasse em nosso mundo como um ser humano. Deus fez isso se tornando no homem Jesus Cristo.

Deus como Homem, em Jesus Cristo, então, vive entre nós para nos mostrar como seria nossa vida se não tivéssemos nos desligado de Deus. Mas ao fazer isso ele também traz consigo a restauração do domínio e governo de Deus sobre todas as coisas, seu Reino, começando a exercer isso sobre a vida de cada ser humano que se rende a ele.

Diante disso, então, precisamos entender que o Jesus da Bíblia, que é o Deus Santo e Eterno, em forma de ser humano, com amor, misericórdia e graça, acolhe os pecadores: prostitutas, mulheres sedutoras, mulheres manipuladoras, mulheres com suas compulsões, ladrões, e homens de negócio que se tornam soberbos e orgulhosos pelo seu sucesso, crianças e velhos, jovens e adultos. Ele acolhe o homossexual, o depravado, o viciado, o religioso, etc.

Contudo, Jesus não nos acolhe, em sua graça, misericórdia, amor e perdão, para nos deixar continuando a viver como queremos. Ele nos acolhe para nos transformar e nos colocar novamente em dependência e submissão ao governo de Deus sobre nossa vida.

Então que fique bem claro, que se alguém afirma que crê em Jesus Cristo, e esse "Jesus Cristo" for de fato o Jesus Cristo que a Bíblia revela, esta pessoa está dizendo que crê que:

1. Jesus recebe com amor, graça, misericórdia e perdão um viciado para libertá-lo do seu vício as drogas e compulsões, sejam elas quais forem, para uma vida de serviço diligente ao próximo.
2. Jesus recebe homens e mulheres estressados, medrosos, depressivos, para renová-los e torná-los pessoas cheias de alegria em poder viver uma vida voltada para o outro, socorrendo pessoas, construindo uma vida cheia de esperança e significado.
3. Jesus recebe com amor, graça, misericórdia e perdão a homossexuais (masculinos e femininos) para transformar sua distorção sexual em uma sexualidade sadia, que pode não incluir um casamento com o sexo oposto, mas que certamente os levará a uma vida de celibato alegre, pois não vão querer se envolver com pessoas do mesmo sexo.
4. Jesus recebe religiosos com amor, graça, misericórdia e perdão, para os tirar de sua vida de hipocrisia e flagelo exigente, e lhes dar uma vida cheia de poder que é fruto de um relacionamento novo, significativo e diário com Deus.
5. Jesus recebe com graça, misericórdia, amor e perdão, a mim e a você, e a cada ser humano que quiser vir a ele, para então, nos libertar da escravidão do nosso egoísmo, que faz com que achemos que a vida tenha que existir para nós, e nos conduz a viver a nossa vida agora para ele.

O nome que a Bíblia dá a isso que Jesus Cristo faz é Reino de Deus! Ele já se iniciou na vida de todos aqueles que são autenticamentes discípulos, aprendizes de Jesus Cristo, daqueles que já se renderam ao seu governos amoroso e gracioso, que nos é estendido pelo Evangelho, que é a vida morte e ressurreição de Jesus Cristo por nós. E um dia esse Reino irá exercer seu domínio sobre todo o Universo.

Portanto, não se iluda! Jesus é amoroso, gracioso, misericordioso e perdoador. Contudo, ele não é esse cara bomzinho, como alguns querem que ele seja, deixando que cada um siga a sua vida como bem entende. Esse não é o Jesus Cristo que a Bíblia nos revela.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

As Três Perspectivas na Evangelização

Olá pessoal!

Quando falamos sobre evangelismo, precisamos nos lembrar de que existem pelo menos três perspectivas que se relacionam em termos de pessoas que estão envolvidas no processo.

1. Primeiro temos a pessoa que ainda não foi alcançada pela graça amorosa de Deus em Jesus Cristo. Estas são aquelas que se constituem no objetivo de nossa evangelização. Podem ser nossos amigos, cônjuge, parentes, companheiros de trabalho e estudo, entre outros.

Quanto a estes as Escrituras os descrevem como pessoas que estão mortas em seus delitos e pecados (Efésios 2.1-2), são cegadas espiritualmente por Satanás (2Coríntios 4.3-4), são ignorantes quanto as realidades espirituais (1Coríntios 2.14), estão perdidas como ovelhas sem pastor (Marcos 6.34), vivem apegadas ao presente século e amam o sistema do mundo caído (Tito 3.3).

Sobres estas pessoas nós precisamos nos lembrar de duas coisas pelo menos: A primeira é que a única diferença entre nós e eles é que a graça de Deus já nos alcançou e ainda não os alcançou, antes de respondermos ao evangelho éramos exatamente assim. A segunda é que vendo-os conforme a Bíblia os retrata (nossos parentes e amigos) nosso coração deve se encher de compaixão e disposição de nos relacionarmos com eles visando compartilhar o evangelho.

2. Segundo, temos Deus que está engajado neste processo da evangelelização. Na verdade Deus está agindo antes de nós em termos do evangelho, age conosco e continuará agindo depois de nós. Assim as Escrituras nos mostram que o Deus que se revela em Jesus Cristo é aquele que está sempre em busca do perdido.

A Bíblia nos diz que é o próprio Deus quem conduz as pessoas até Jesus Cristo para serem salvas (João  6.44), que é Ele quem nos dá nova vida (1Coríntios 3.6), usa da sua autoridade para capacitar a igreja a fazer discípulos (Mateus 28.18-19), deseja que toda a raça humana tenha a oportunidade da salvação (1Timóteo 2.3-4), que é o Espírito Santo quem convence as pessoas do pecado, justiça e juízo de Deus (João 16.8).

Isso mostra que só estamos envolvidos efetivamente com o trabalho de evangelização, porque o próprio Deus está em busca do perdido, é ele quem vem ao nosso encontro e nos oferece de sua graça e misericórdia através da pessoa de Jesus Cristo. Deus está o tempo todo em busca de pecadores para tranforma-los em filhos e filhas amados que o adorem em espírito e em verdade.

3. Terceiro, temos a igreja, os discípulos de Jesus Cristo, que se envolvem naquilo que o Senhor está fazendo em prol da salvação de outras pessoas. Deus tem nos dado o privilégio de participar com ele naquilo que está fazendo em favor da salvação de outras pessoas.

Por isso as Escrituras descreve os cristãos como santos, pessoas que já estão separadas em Jesus Cristo para os propósitos de Deus no evangelho (Colossenses 1.2), servos, pessoas que estão servindo a Deus na proclamação do evangelho (Atos 16.17), plantadores, pessoas que estão lançando a semente do evangelho na vida de outros (1Coríntios 3.5-6), trabalhadores da seara do Reino de Deus (Lucas 10.2), testemunhas de que Jesus Cristo está vivo (Atos 1.8), dependentes de Deus para o que estão fazendo (João 6.44)

Quanto a nossa atuação com Deus em prol de compartilhar o evangelho com aqueles que ainda não foram alcançados pela graça de Deus, devemos sempre nos lembrar de que nós trazemos Cristo as pessoas, e Deus, através do Espírito Santo, leva as pessoas a Cristo.

Será que podemos imaginar uma tarefa mais empolgante do que essa de compartilharmos com Deus a sua obra de redenção no mundo? Que o Senhor encha nosso coração de alegria e entusiasmo com essa tão sublime tarefa.

No Caminho,

terça-feira, 10 de julho de 2012

Crescimento numérico


Olá pessoal!

Gostaria de refletir com vocês aqui o porque devemos ansiar, desejar, orar e trabalhar para que nossas igrejas cresçam. Como um pastor reformado, muitas vezes me deparei com o argumento para justificar o diminuto número de membros em nossa igreja que diz que não devemos nos preocupar com números, com o tamanho, mas com a qualidade. Veja bem, eu não estou fazendo aqui uma apologia a "megas-igrejas". Na verdade eu acredito que Deus tem o interesse de produzir tudo quanto é tipo de tamanhos de igrejas diferentes. Meu argumento aqui é em prol do crescimento, seja através da multiplicação de discípulos em uma igreja local, através da plantação de novas igrejas, através da apertura de novos campus (multilocais) onde o evangelho esteja sendo pregado. Acho que muitos pastores reformados usam essa história de "qualidade" como uma desculpa para não encarar a falta de paixão, ou falta de estratégias missionais para alcançar mais pessoas. Então, meus argumentos são os seguintes em prol da busca pelo crescimento numérico de nossas igrejas:

1. Números representam pessoas! E Deus é glorificado pela conversão de seus eleitos que estão desgarrados pelo mundo. O Senhor Jesus disse que Deus é glorificado pela abundância dos frutos em nossa vida, o que certamente, inclui vermos mais pessoas se tornando discípulos como nós somos discípulos.

2. Crescimento numérico significa que um maior número de pessoas renderam suas vidas ao governo de Jesus Cristo.

3. Crescimento numérico significa que há mais pessoas aprendendo a viver a vida a partir da vida de Jesus Cristo.

4. Crescimento numérico significa que haverão mais pessoas em nossas igrejas alcançando outras pessoas e servindo outras pessoas através do amor de Jesus Cristo.

5. Crescimento numérico significa que aumentará a base para que tenhamos mais líderes sendo formados para influenciarem o mundo com os valores do Reino de Deus.

6. Crescimento numérico significa mais recursos financeiros, de dons e talentos para o desenvolvimento de mais e novos ministérios e a plantação de mais igrejas.

É claro que os motivos que dou tem como fundamento minhas convicções teológicas e missionais de que a igreja é o povo de Deus em missão no mundo. Quando compartilho o que escrevi o faço convicto de minha fé no que a igreja deve ser e não no que muitos fazem com que ela seja.

Se nós acreditamos que Deus é realmente digno de ser adorado, que ele é glorificado por cada pessoa que se rende ao seu amor gracioso manifestado em Jesus Cristo, que cada cristão deve realmente ser loucamente apaixonado pelo Senhor e ter o seu Reino como a pérola de maior valor, então, será muito simples entender que o crescimento numérico de nossas igrejas é algo que deve acontecer para a glória de Deus.

No Caminho,


domingo, 17 de junho de 2012

Mosaico Missional: Cuidado com a resposta

Mosaico Missional: Cuidado com a resposta: O Evangelho sempre impôs e continua impondo sobre a comunidade dos discípulos a responsabilidade de vivê-lo, compartilha-lo e respondê-lo co...

Cuidado com a resposta

O Evangelho sempre impôs e continua impondo sobre a comunidade dos discípulos a responsabilidade de vivê-lo, compartilha-lo e respondê-lo contextualmente. O que isso significa? Isso significa que embora a mensagem do Evangelho seja uma só e inalterada, a mesma precisa ser decodificada para cada cultura e contexto especifico.

Tal ação engloba as perspectivas sociológicas, antropológicas, culturais, que envolve os diversos contextos no espaço e no tempo. Chamamos esse exercício de contextualização. Contudo, precisamos considerar a seriedade de tal prática, pois em minha opinião, em nome da contextualização podemos diluir e até mesmo perder o próprio Evangelho.

Essa não é uma situação nova, a de lidar com a contextualização da mensagem sem que a mesma seja comprometida, pois quando lemos as cartas do apóstolo Paulo no Novo Testamento já percebemos como o mesmo teve que lidar com essa questão. Vejamos alguns exemplos do que estou escrevendo:

Aos Gálatas o apóstolo escreveu: "Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que já alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo." (1.6-7)

Aos Colossenses escreve: "Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade." (2.8-9)

A Timóteo o apóstolo orienta: "Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade." (1Timóteo 4.6-7)
"Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas." (2Timóteo 4.3-4)

A Tito é dito: "Porque existem muitos insubordinados, palradores frívolos e enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância." (1.10-11)

A direção que encontramos na Bíblia para essas situações é que devemos nos apegar firmemente ao evangelho e continuar anunciando-o com integridade e relevância. E para fazer isso é preciso que tomemos cuidado com nossa contextualização. Precisamos ser cuidadosos com as respostas que temos que dar aos contextos de nossa geração.

Muitas vezes percebo que a tendência de muitos cristãos é que, percebendo algum desconforto ou questionamento da sociedade para com algum aspecto do evangelho que está sendo apresentado de modo distorcido por algum grupo que carrega o nome evangélico, é de reagir procurando tratar do mesmo assunto dentro de uma cosmovisão que agrade a sociedade que nos cerca. Mas isso é um grande equivoco. Nossa resposta precisa ser com o evangelho, com o que a Bíblia chama de "sã doutrina".

Talvez o exemplo mais claro que eu possa dar é o que se refere a como lidamos com a questão do dinheiro, que evoca o assunto dízimo das Escrituras.

Como vemos muitas igrejas evangélicas completamente desvirtuadas neste campo, ensinando e procurando motivar as pessoas a darem por ganância, pois se derem Deus sempre irá dar mais para elas, ou por medo, pois se não derem Deus vai tirar tudo o que elas tem; acabamos evitando lidar com esse assunto.

A postura que muitas igrejas tomam é a de entender que o dízimo não é um tema confortável para a sociedade contemporânea, então, não vamos tratar deste assunto, ou não vamos falar disso, para não sermos confundidos com esse outro seguimento de igrejas que apostam na prosperidade sem fundamento bíblico.

Contudo, isso é um erro. Estamos dando a resposta errada. A resposta não é deixar de ensinar sobre dízimo, sobre fidelidade e contribuição, a resposta é ensinarmos sobre essas coisas a luz do evangelho, que nos mostra que devemos ser fiéis em nossa contribuição, generosos, e alegres, e que o dízimo é uma referência, assim como o sábado, para nos lembrarmos de quem é o Senhor de nossas vidas.

Isso foi só um exemplo! O mesmo diz respeito a como temos lidado com várias outras questões como sexo, homossexualismo, envolvimento com a igreja local, testemunho, etc.

Assim, tomemos cuidado com nossas respostas ao mundo que nos cerca. Não é diluindo o evangelho que cumpriremos a missão. O conveniente é que continuemos respondendo ao nosso mundo da mesma maneira que o apóstolo Paulo ordenou que Timóteo respondesse ao dele: "Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério."

No Caminho,

Ricardo Costa

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Igreja: somos uma equipe

O que significa compreendermos que a igreja é uma grande família que trabalha junta em prol do Reino de Deus? Cada um dos nossos vários ministérios precisam se ver como uma equipe, um time, cujo objetivo de cada um é cumprirem juntos a missão de Deus. Ai, cada ministério precisa olhar para os demais como parte integrante de uma mesma e grande equipe. Vou compartilhar cinco princípios que devem estar presentes em todos nós, em todos os ministérios e em toda a vida de uma igreja local:

1. Trabalharmos juntos sempre precederá vencermos juntos. Todos devemos estar dispostos a trazer e dar o nosso melhor para Deus, ao invés de ficar esperando que alguém faça isso.

2. Todos nós devemos ser valorosos ao time. Isso significa que devemos apoiar e pastorear uns aos outros e não ficar esperando que apenas o líder faça isso. Também precisamos ser receptivos a todo feedback que seja saudável.

3. A base de nossas equipes deve ser o relacionamento de amizade e não o relacionamento funcional. Devemos trabalhar duro, mas devemos gostar de estar juntos em contextos informais, nos divertir juntos, comer juntos, rir, chorar, passear, se envolver em atividades fora do ministério. A igreja não é um negócio, é uma família.

4. Todos da equipe devem se sacrificar em busca da excelência, e não apenas alguns. Devemos carregar as cargas juntos.

5. A chave para mantermos a saúde e unidade do time e da igreja é a resolução intencional de conflitos. Precisamos amadurecer e entender que ser uma equipe não significa que não teremos conflitos. A diferença está em como lidamos com nossos conflitos. Neste ponto há sempre três possibilidades: a) Isolamento, nos fecharmos para os relacionamentos; b) Descartarmos, jogarmos fora os relacionamentos saindo da equipe (igreja); c) Buscar a reconciliação, exercendo a humildade e o perdão mútuos, pela graça. As duas primeiras atitudes não irão nos transformar e cooperar para que amadureçamos em Cristo, mas a terceira nos fará amadurecer e nos tornará uma equipe e igreja que tenha a estatura de Jesus Cristo.

Como você quer caminhar? Desejamos que nossa igreja seja uma comunidade de discípulos que trabalham juntos pela edificação e expansão do Reino de Deus. Que essa seja a escolha de cada um de nós,

No Caminho,

Ricardo Costa

terça-feira, 29 de maio de 2012

Desafiando o poder absoluto de quem é amado.

"Vivemos em tempos de grande fragilidade emocional. As pessoas se ofendem com facilidade e, quando são criticadas, reagem, dizendo ter sido ofendidas. Na verdade, vivemos numa época em que a ofensa emocional, ou a mágoa, quase sempre se transforma em padrão de julgamento para decidir se houve amor nas palavras do ofensor. Se alguém reclamar que se sentiu ofendido por algo que você disse, muitos outros pensarão que você não agiu com amor. O amor, portanto, não é validado por eles pela qualidade do ato e nem por seus motivos, mas pelas reações subjetivas. Neste tipo de relacionamento, o ofendido tem autoridade absoluta. Se ele disser que você o ofendeu, muitos entenderão que você não agiu com amor, que você é culpado. Jesus não permitirá que esse conceito fique livre de contestação." (John Piper)

Essa consideração de John Piper sobre como nossos relacionamentos hoje são influenciados por essa cultura da "psicologização" da alma é, em minha opinião, fenomenal. Se lermos os Evangelhos com atenção iremos perceber que existe um "Jesus" no imaginário da igreja contemporânea que não tem nada a ver com o Jesus revelado na Bíblia.

Na "cultura do descarte" em que vivemos tornamos os nossos relacionamentos também descartáveis e isso acontece porque medimos os mesmos pelos nosso subjetivismo e não pela objetividade, coerência e verdade, do que os valores da vida, em especial da vida do Reino, nos apresenta.

Quando nos sentimos em uma situação embaraçosa, quando nos sentimos acuados, ou contrariados, ao invés de fazermos a opção de amadurecer em nossas relações, aprendendo a acolher o outro, a dar-lhe a liberdade de nos contrariar, a acolher o que julgamos ser "ofensa", e às vezes é mesmo, preferimos abrir mão dos nossos relacionamentos, argumentando que o outro não nos amou.

Assim, descartamos casamentos, descartamos amizades, descartamos a vida no comunidade dos discípulos, nos iludindo que não estamos fazendo isso, porque estamos indo para outra "igreja", mas o problema é o motivo pelo qual estamos indo para outra igreja. Podemos procurar enganar a nós mesmos, mas como diz o apóstolo Paulo, nossa consciência nos acusa, e sabemos disso.

Voltando a Jesus, o Jesus que a Bíblia revela, acho que muitas pessoas não gostariam dele e não estariam mais em nenhuma igreja se ele fosse o pastor das mesmas. Jesus é a própria expressão de amor de Deus, mas veja como ele confronta e lida com seus discípulos: "até quando vou ter que suportar vocês, homens de pequena fé", é o que ele diz a seus seguidores quando são incapazes de expulsar um demônio. À um homem que diz que quer segui-lo, mas que tem que terminar seus negócios ele diz que não há tempo, ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é digno do Reino de Deus. E a outro que quer ir ao velório dos pais, ele diz para que deixe os mortos sepultar seus próprios mortos.

Entre tantas outras colocações que são feitas por Jesus, a amigos, aos discípulos e a seus opositores. A questão é que ele não mudou. E ele continua dizendo essas e todas as outras coisas registradas na Bíblia para mim e para você. Contudo, muitos preferem entender que tais colocações não são para hoje. Muitos preferem se enganar dizendo que são seus discípulos, mas que estão ofendidos é com o pastor, e com o outro irmão que os desrespeitou ou os humilhou.

Minha pergunta é: Se Jesus Cristo é o Senhor de nossas vidas, que direito temos de argumentar contra qualquer das exigências que ele nos apresenta? Precisamos nos libertar dessa enfermidade que foi gerada em nossa geração chamada "sentimentalismo". Precisamos parar de querer nos sentir feridos e ofendidos por qualquer coisa que não expresse aquilo que gostaríamos que expressasse.

O Reino de Deus é para ser tomado a força! Ou seja, é para ser vivido para valer! Jesus não tem meios discípulos, ou somos, ou não somos, foi ele quem disse, quem não é por mim é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha.

Deixe-mos nossos fracos argumentos de lado, e nos dobremos, portanto, aquilo que a Palavra de Deus nos diz! Nada de descartar relacionamentos, nada de excluir-nos, buscando outros lugares, não pela missão,  mas pelo desejo de evitar o trabalho de amarmos e perdoarmos, como Jesus nos ordenou.

No Caminho,


terça-feira, 15 de maio de 2012

Os Desafios da Liderança na Vida do Homem




INTRODUÇÃO
Se você é um homem, e em especial um homem que tomou a decisão de seguir a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, então, tem diante de você um grande desafio.
Como homens cristãos estamos inseridos em uma sociedade que demanda de nós o mais alto custo do discipulado. Se não, vejamos:
  1. Em termos profissionais, estamos inseridos em um mercado acirrado, onde o “Dinheiro” continua sendo o grande “deus” que disputa a governo em nosso coração com o governo do Reino de Deus.
  2. Em termos familiares, somos pressionados pelo desafio de darmos uma qualidade de vida adequada a nossos filhos, o que exige de nós cada vez mais tempo dedicado ao trabalho, e darmos a eles da nossa presença para que tenham um referencial de masculinidade que seja saudável.
  3. Em termos conjugais, vivemos a pressão imposta por nossa sociedade do espaço e sucesso profissional de nossa esposa, que muitas vezes rouba a sua identidade de auxiliadora idônia; e a demanda de uma sexualidade descomprometida, que se apresenta cada vez mais como parte comum da agenda da vida.
  4. Em termos espirituais, nos sentimos muitas vezes temerosos de assumirmos nosso lugar como líderes que Deus nos levantou para ser em nossa casa, igreja e sociedade, transferindo essa responsabilidade para terceiros, que achamos serem os “profissionais” nesta área.
O texto de Efésios 6.19-22 nos apresenta alguns requesitos básicos que precisamos cultivar para respondermos ao desafio de sermos homens de Deus em uma sociedade como a nossa.
Antes, porém, de abordar esses requisitos, deixe-me levantar o contexto da época em que esse texto foi escrito, para que não pensemos que a situação deles era mais favorável do que a nossa quanto a responder ao desafio de sermos homens de Deus no nosso mundo.
A igreja de Éfeso para a qual essa carta originalmente é escrita, estava presente em uma cidade portuária e cosmopolita. Era uma cidade cujo comercio era intenso, e isso exigia muito profissionalmente daqueles que ali viviam. A cidade tinha sua economia em torno da arte dos ourives que produziam imagens da deusa Diana.
Além disso, a cultura da cidade estava imersa em uma vida de promiscuidade que era validade pelo culto a “Grande Diana dos Efésios”, uma deusa da fertilidade grega, que tinha um enorme templo erigido a ela, com mil sacerdotisas, que eram prostitutas cultuais, que ministravam dia e noite, o que tornava a cidade visitada por muitos adoradores e com uma forte ênfase na promiscuidade, pois fazia parte do ritual da adoração a Diana o ato sexual com as sacerdotisas de Diana, o que poderia acontecer em qualquer lugar. 
Também eram exercidas muita arte mágica e feitiçaria por conta de se entender que as mesmas davam aos seus praticantes a capacidade de manipular a vontade dos deuses.
Assim, o contexto para o qual originalmente esta carta é escrita, não difere muito do nosso próprio contexto, no que diz respeito aos desafios de se ter uma vida regida por novos valores, que são amplamente opostos a ordem do dia na agenda da sociedade que nos cerca.
Assim, quais são os requisitos que a palavra de Deus nos apresenta neste texto para respondermos aos desafios de nossa liderança masculina?
O requisito da oração (v.19)
Precisamos de pessoas que orem por nós! 
Precisamos de ter uma vida consistente de oração, por várias vezes encontramos o apóstolo Paulo orando nesta carta (1.3; 1.17-19; 3.14-21), mas também precisamos de gente que ore por nós. 
Sugiro que devamos construir uma confraria de oração. Cada um de nós deveria ter mais dois outros homens com quem pudéssemos contar para estarem orando especificamente por nós e por quem pudéssemos orar. Além, é claro de contar com a oração de toda a igreja.
O requisito do evangelho (v. 19)
O apóstolo Paulo era um pregador do evangelho! E para que ele pudesse pregar o evangelho, primeiro ele precisava receber a mensagem.
Em Efésios 3.1-6 o apóstolo Paulo diz que recebeu o conhecimento deste evangelho e foi comissionado para compartilhar esse evangelho.
Esse conhecimento não diz respeito meramente a uma compreensão teórica do conteúdo do evangelho, mas um apropriação experiêncial do mesmo em sua vida, para que o mesmo pudesse ser compartilhado com outros.
Só existe uma mensagem que é capaz de fazer frente a todas as pressões que estão ao nosso redor, e essa é a mensagem do evangelho. Somente quando o evangelho se torna parte de nós é que teremos poder para enfrentar qualquer valor que seja contrário ao estilo de vida do Reino de Deus que nos é proposto.
O requisito da coragem (v.19-20)


Em minha opinião uma das questões que mais precisamos lidar em nossas vidas como homens é a da coragem. Desde a Queda a covardia tem sido um mal que acompanha a nossa masculinidade.
O medo traz grandes prejuízos para nós como homens e líderes. Por causa do medo nos omitimos, por causa do medo mentimos, por causa do medo abrimos mão de valores que não deveríamos abrir.
Contudo, encontramos muitas vezes nas Escrituras, o desafio de Deus para que sejamos homens de coragem (Josué 1.6,9; Juízes 6.12). Deus não aprova os covardes, ao contrário a covardia é vista como pecado para Deus (Apocalipse 21.7-8).
Precisamos ser homens de coragem para não abrirmos mão do nosso compromisso com o governo de Jesus Cristo sobre nossas vidas, mesmo que venhamos a sofrer consequências por causa disso (Efésios 6.20)
O requisito da parceria/amizade (v.21-22)
Nós homens geralmente temos mais dificuldades de sermos transparentes uns com os outros do que as mulheres. Não gostamos de expressar nossa vulnerabilidade, talvez esse seja um dos motivos de encontrarmos poucos homens envolvidos com a prática da oração comunitária.
Contudo, Deus nos criou para sermos relacionais. Precisamos uns dos outros se queremos nos fortalecer como homens de Deus e como líderes que fazem a diferença em nossa casa, igreja e sociedade.
Precisamos uns dos outros para que possamos nos fortalecer e nos estimularmos a caminhar sem desistir. Neste texto há duas perspectivas nesta dimensão da relacionalidade.

  • A primeira, é a da parceria de Paulo com a igreja. Ele envia Tiquico porque quer que a igreja saiba como ele, Paulo, está. O apóstolo não quer esconder a sua situação. Ele não pretende fingir, não pretende usar máscaras.
Nós também precisamos de uma igreja que possa nos conhecer. Nós também precisamos de uma igreja para quem possamos abrir nosso coração e expor nossa situação contando com suas orações e apoio. Isso acontece de modo mais fácil em um contexto de pequenos grupos, do que em uma reunião geral com toda a comunidade, mas ela precisa acontecer.

  • A segunda, é a própria amizade de Tíquico. Você tem “Tiquicos” em sua vida? O apóstolo Paulo tinha vários! É muito interessante ver que em suas cartas ele descreve uma grande quantidade de pessoas pelo nome, e com expressões de afeto, o que demonstra como Paulo era uma pessoa que tinha amigos.

Você tem amigos? Gente que te conhece, que sabe de suas lutas, que acompanha sua história, que pode contar para outros, não a titulo de fofoca, mas quando você precisar, qual é a sua situação?
CONCLUSÃO
Se buscarmos observar esses requisitos nossa masculinidade será fortalecida. Se nossa masculinidade for fortalecida, nossas esposas ganharão com isso e nossos filhos também. 
Se assumirmos o nosso lugar como líderes, se sairmos de trás de nossas “árvores” e assumirmos o nosso lugar a igreja ganhará com isso e a sociedade também.

No Caminho, 

Ricardo Costa

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A Mesa da Comunhão


Existem palavras que são próprias de um determinado contexto! Por exemplo:
  • há palavras que são próprias do contexto militar, como: SENTIDO!
  • há palavras que são próprias do contexto da intimidade familiar: Apelidos carinhosos que são dados no contexto da família
  • há palavras que são próprias do contexto esportivo: “O lutador levou uma baiana”.
Assim também a palavra COMUNHÃO é particularmente própria do contexto da igreja, a comunidade dos seguidores de Jesus Cristo.
No contexto social também há relacionamentos, amizade, parceria, e todas essas dimensões estão contidas na palavra comunhão, mas a palavra comunhão, em termos bíblicos transcende todas essas coisas.
Isso porque o conceito bíblico para a palavra comunhão é o evangelho! Na igreja temos comunhão não porque meramente gostamos das pessoas, não porque nos damos bem o tempo todo uns com os outros, mas porque o evangelho promoveu essa comunhão entre nós.
Jesus deixou claro que aquilo que ele veio fazer através de sua morte e ressurreição era promover a condição de termos nossa comunhão restaurada com Deus e uns com os outros.
“Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim.” (João 17.20-23)
O nosso problema é que achamos que para essa “comunhão” existir as pessoas precisam sempre responder positivamente a nossas expectativas e isso não acontece, então, achamos que não temos comunhão.
Mas, a comunhão não é uma opção, é uma realidade. Portanto, ou nós nos dispomos a viver em comunhão com Deus e uns com os outros, ou não estamos vivendo em comunhão com Deus, mesmo que achemos que estamos vivendo.
Deixe-me compartilhar com você algumas realidades concernentes a vida de comunhão para a qual Deus nos resgatou.

A COMUNHÃO É ESTABELECIDA EM JESUS CRISTO.
“Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito.” (Efésios 2.14-18)
Esse texto deixa claro para nós que foi através da morte de Jesus Cristo que Deus promoveu a reconciliação, não apenas entre nós e ele, mas também uns com os outros. Portanto, a comunhão não é fruto de um esforço de nossa parte para tentar ter um bom relacionamento uns com os outros.
A comunhão é manifestada em nossa vida para com o outro a medida que nos submetemos ao poder do evangelho, ao poder da vida de Jesus Cristo que está em nós, a medida que dizemos não para nossa justiça própria e nos colocamos sob a justiça da cruz.
Quando temos algum tipo de desentendimento, quando nos deparamos com alguma forma de manifestação de pecado cometido por nós ou por outros, precisamos entender que tal situação não destrói a comunhão. O que destrói a comunhão é a nossa indisposição de abrir mão de nossos direitos, quebrantar nosso coração e acolher com graça e perdão o outro e nos deixarmos ser acolhidos com graça e perdão pelo outro.
Se isso não for feito, estamos barrando nossa comunhão com o outro, mas também estamos barrando nossa comunhão com Deus. E é por isso que Jesus nos instrui a não adorar sem que nosso coração esteja resolvido com o outro.
“Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com o seu irmão; depois volte e apresente sua oferta.” (Mateus 5.23-24)
A postura que nossa sociedade tem, incluindo muitos dos que fazem parte da igreja, é a de se temos problemas com alguém não vamos mais nos relacionar com essa pessoa:
  • Se nosso filho tem problemas com o professor vamos levá-lo para uma nova escola;
  • Se temos problemas no relacionamento conjugal, vamos atrás de uma nova relação; 
  • no caso de igrejas, vamos embora para outra, ou, alguns até acham que a pessoa com quem temos problema é que deve ir embora para outra igreja, pois afinal de contas chegamos primeiro.
Lembremos que Jesus Cristo pagou o preço da sua vida para que tivéssemos comunhão novamente com Deus e uns com os outros.
“Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.” (1João 1.3)

A COMUNHÃO É MANTIDA POR NOSSA OBEDIÊNCIA A PALAVRA DE DEUS.
“Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” (Efésios 4.1-3)
Nossa tendência natural, como seres humanos afetados pela Queda, é a de que nos injuriemos com o que vemos de errado no outro e respondamos a isso com indignação.
Contudo, se fomos alcançados pelo evangelho, estamos vivendo sob um novo poder, mas também sob uma nova ordem de padrões e de posturas que devemos assumir. Tiago nos diz:
“Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.” (Tiago 1.19-20)
É claro que não estamos dizendo aqui que devemos fingir que não existe nada de errado, quando alguma coisa errada estiver acontecendo. O que estamos dizendo aqui é que a maneira como agimos com o que está acontecendo de errado é produzida por uma postura diferente, que deve se manifestar em nós se formos obedientes a palavra de Deus.
Veja o texto de Efésios nos ensina que devemos:
  • Que ao lidarmos uns com os outros precisamos ser completamente humildes, pois também temos nossas falhas, nossos desvios de caráter, nossos pecados, mesmo que esses estejam ocultos dos olhos das pessoas. Lembre-se que um dia todos eles serão revelados.
“Os pecados de alguns são evidentes, mesmo antes de serem submetidos a julgamento, ao passo que os pecados de outros se manifestam posteriormente. Da mesma forma, as boas obras são evidentes, e as que não o são não podem permanecer ocultas.” (1Timóteo 5.24-25)


  • Que ao lidarmos uns com os outros precisamos ser completamente dóceis. Ver o erro do outro não nos dá o direito de sermos duros no tratamento com o mesmo. Esse é o padrão do presente mundo mal, incluindo a religião, mas não é o padrão do Reino de Deus. Mesmo na correção precisamos ter palavras dóceis e gentis para com o outro e não palavras que firam e esmaguem.

“Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão.” (Gálatas 6.1)
  • Que ao lidarmos uns com os outros precisamos ser completamente pacientes. Nossa tendência é a de achar que para tudo tem um limite. Usamos a expressão “minha paciência tem limite”. O problema novamente é que na esfera dos nossos relacionamentos no Reino de Deus esse limite está definido pelo que Jesus Cristo fez por nós. E como ele nos perdoou ilimitadamente, precisamos ter paciência ilimitada uns para com os outros. Jesus em Mateus 18.15-17 e 21-35 nos ensina como é que a paciência deve ser uma pratica na manutenção de nossos relacionamentos como seguidores dele.
Nossa paciência precisa ser manifestada como um continuo suporte de amor um ao outro. Nossa meta é vermos a paz de Cristo preservada em nossos relacionamentos por conta da unidade do Espírito que temos entre nós.
Assim, se formos obedientes a toda a palavra de Deus e não apenas aquilo que nos é conveniente, se formos obedientes ao governo de Jesus Cristo que é exercido sobre nós por sua palavra e pelo poder de seu Espírito, nós vamos trabalhar pela reconciliação e preservação da paz em todas as esferas dos nossos relacionamentos.

A COMUNHÃO É DESENVOLVIDA A MEDIDA QUE CRESCEMOS NO NOSSO RELACIONAMENTO COM DEUS.
“Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma. Se afirmamos que temo comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1João 1.5-7)
Um detalhe que geralmente acaba nos passando despercebido é que a fonte de toda a comunhão está na nossa relação com Deus e não meramente na busca de um bom convício com o outro.
A palavra de Deus nos ensina que em Cristo fomos trazidos a paz! Ela nos ensina que devemos preservar essa paz através de nos mantermos vinculados pelo Espírito. E a maneira de nos mantermos ligados pelo Espírito é que cada um de nós tem no coração o desejo de buscar uma crescente vida de relacionamento com Deus.
Veja, isso é simples! Somos seres caídos! Nosso sistema original foi contaminado pelo pecado, e Deus em Jesus Cristo, pelo seu Espírito está nos restaurando ao plano original. Contudo, para que isso aconteça nós precisamos nos dispor para responder continuamente a obra do evangelho em nossa vida.
Todos os dias precisamos escolher andar na luz! Todos os dias precisamos cultivar em nosso coração o compromisso com a rendição de nossa vontade ao Senhor. Nós não temos comunhão uns com os outros porque queremos, nós temos comunhão uns com os outros porque essa é a consequência natural de estarmos em comunhão com Deus.
O apóstolo Paulo nos apresenta isso em sua Carta ao Gálatas, quando nos fala sobre as obras da carne e o fruto do Espírito. Esses dois conjuntos de atitudes são a manifestação do nível de nossa vida com Deus e como isso se expressa para com nossos relacionamentos.
Vejamos como isso é tratado em Gálatas 5:
“Toda a Lei se resume num só mandamento: Ame o seu próximo como a si mesmo. Mas se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, cuidado para não se destruírem mutuamente. Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne.” (Gálatas 5.14-16)
O contexto que dá fundamento a lista que é feita pelo apóstolo Paulo do que é chamado de obras da carne e frutos do Espírito é como estamos nos relacionando uns com os outros.
Satisfazer os desejos da carne neste texto é agir para com o outro conforme a nossa velha natureza anseia. E como é?
“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes.” (Gálatas 5.19-21)
E viver pelo Espírito é andar em comunhão continua com Deus, buscando sua vontade manifesta em sua Palavra e agindo de conformidade com a vida do Espírito que está em nós. Se assim fazemos o que se manifesta em nossos relacionamentos é o que a palavra de Deus chama de fruto do Espírito.
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5.22-23)
Conforme o texto bíblico, nossos relacionamentos são beneficiados pelo fato de que já estamos em Cristo, e que nele estamos crucificando a nossa velha natureza. Não exigimos mais os nossos direitos, eles foram crucificados com Cristo.
“Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também no Espírito.” (Gálatas 5.24-25)
Quanto mais íntimos formos de Deus, mais consciência teremos do pecado, mas também mais graça para oferecer aqueles que pecam.
CONCLUSÃO
Toda essa realidade se personifica na mesa da comunhão!
Aproximar-se da mesa da comunhão, para participar da santa ceia, exige de cada um de nós a disposição de estar em paz com Deus e uns com os outros.
As Escrituras nos dizem para não nos aproximarmos da mesa da comunhão sem discernir o corpo de Cristo. Isso significa que não podemos participar desta mesa sem ter a consciência de que ela promove a paz entre nós e Deus, mas também entre uns com os outros.
As Escrituras nos dizem que devemos examinar a nós mesmos e, então, comermos do pão e bebermos do cálice, e isso implica em ver se nosso coração não está precisando acertar qualquer pendência com o outro.
Implica em aceitarmos o fato de que comer e beber da mesa da comunhão é dizer para Deus que aceitamos a oferta de seu perdão e graça para nós e estamos dispostos a estendê-la aos outros.
Se fizermos a primeira parte sem a segunda, estamos comendo e bebendo juízo sobre nós, pois Deus irá nos colocar a mercê dos “torturadores”, até que aprendamos que mesmo que as pessoas errem conosco precisamos perdoá-las e liberá-las de nossas exigências, seja quantas vezes forem, pois fomos perdoados uma única vez, mas de uma dívida impagável.

No Caminho,


Ricardo Costa

sábado, 21 de abril de 2012

Conselhos de Deus em tempos de aflição


Penso que não estou equivocado em afirmar que o maior anseio de todo ser humano é o de ser feliz.

Felicidade é algo que nos atrai. Acredito que nos atraia porque fomos criados para sermos felizes, mas a nossa sociedade atrela o conceito de felicidade a isenção de problemas e dificuldades que geram aflições em nossa vida.

A questão em relação a isso é que a maioria das pessoas andam tomadas por ansiedade e frustração, incluindo aqueles que buscam algum tipo de auxílio para suas vidas na religião.

Ansiedade, porque quando as coisas vão bem em nossas vidas, ficamos sempre temerosos de que algo de ruim aconteça, trazendo aflição sobre o nosso viver, e assim acabamos vivendo a nossa vida sob pressão.

Frustração, porque mais cedo ou mais tarde acabamos tendo que lidar com situações difíceis e problemáticas, que geram aflição em nosso viver.

Você passou ou está passando por algum tipo de aflição? O que você espera de Deus em relação a essa situação? Como você tem encarado essa aflição?

Então a questão que se levanta é: se andamos com Deus, por que é que passamos por tempos de aflições em nosso viver? Por que Deus não nos livra das mesmas?

O fato que precisamos considerar é que as Escrituras bíblicas em nenhum lugar faz menção de Deus nos prometer uma vida sem aflições se acreditarmos nele e se andarmos com ele.

O que ele nos promete é a graça da sua presença que pode nos dar sabedoria e forças para atravessarmos tempos de aflição.

Neste texto do Evangelho de João 16.17-33, estamos sendo introduzidos a realidade com a qual Jesus estava para se deparar, a cruz, que traria muita aflição para ele, mas também para seus primeiros seguidores.

Olhando para esse texto vejamos alguns conselhos que recebemos de Jesus para lidarmos com as nossas próprias aflições.

TODA AFLIÇÃO É TRANSITÓRIA.

“Digo-lhes que certamente vocês chorarão e se lamentarão, mas o mundo se alegrará. Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria. A mulher que está dando à luz sente dores, porque chegou a sua hora; mas, quando o bebê nasce, ela esquece a angústia, por causa da alegria de ter vindo ao mundo. Assim acontece com vocês: agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, e ninguém lhes tirará essa alegria.” (v.20-22)

É impressionante a clareza e objetividade de Jesus neste texto quanto as nossas aflições!

Primeiro, ele deixa claro que vamos enfrentar aflições: “Digo-lhes que certamente vocês chorarão e se lamentarão,” Segundo ele deixa claro que isso não vai durar para sempre: “mas a tristeza de vocês se transformará em alegria.”

Muitas pessoas procuram na religião algo que possa acalentar suas aflições e muitos líderes religiosos apresentam uma mensagem falsa de que se estivermos com Deus, então, não vamos ter nenhuma aflição em nossas vidas.

Contudo, Jesus Cristo, aquele que veio para revelar plenamente a nós quem Deus é e como ele é, não endossa esse conceito. Jesus deixa claro que pelo simples fato de estarmos vivendo em nosso mundo, a aflição será parte de nossa vida.

Por quê? Bem, não é porque Deus seja mal ou que goste de nos ver sofrendo, mas é porque essa é a consequência gerada em um mundo que foi deformado pela nossa desobediência a Deus e ruptura com seu projeto para nossas vidas.

Deus criou um mundo bom e perfeito e fez o ser humano para gerenciar essa criação boa e perfeita, a medida que mantivesse um relacionamento de amizade com Deus. No entanto, escolhemos seguir nosso próprio caminho e liderar nossa própria vida, a parte de Deus, e isso trouxe todo o caos e todo desencontro que experimentamos presente em nosso mundo hoje.

Mas, mesmo assim, por sua infinita graça, através de Jesus Cristo, Deus nos oferece o caminho de volta a uma vida de amizade com ele. Uma vida que pode ser conduzida novamente a partir do governo dele sobre nós, e que pode nos encher de alegria.

Essa vida não irá nos eximir das aflições aqui, mas as tornará transitórias, pois a realidade eterna é a alegria de experimentarmos a vida de Deus em nós e de participarmos do que ele está fazendo no mundo.

Quando somos justificados por Deus através de Jesus Cristo, não apenas passamos a ter paz com Deus, mas a nossa própria vida ganha um novo sentido incluindo nossas aflições.

“Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança.” (Romanos 5.3-4)

TODA AFLIÇÃO PODE NOS CONDUZIR A UMA MAIOR INTIMIDADE COM DEUS.

“Naquele dia vocês não me perguntarão mais nada. Eu lhes asseguro que meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome.” (v.23)

“Naquele dia”! Que dia é esse ao qual Jesus está se referindo aqui? Ao dia da sua ressurreição. Quando sua obra de redenção tiver sido efetivada em favor daqueles que se rendem ao seu amor gracioso.

Contudo, para que se chegue a esse dia, tanto Jesus quanto os discípulos passariam por aflições. Jesus pela aflição do abandono e da cruz, seus seguidores pela aflição do medo e da covardia.

“Aproxima-se a hora, e já chegou, quando vocês serão espalhados cada um para sua casa. Vocês me deixarão sozinho.” (v. 32)

Mas a boa notícia que o texto nos traz é que em meio a essas aflições a experiência com a presença amorosa de Deus pode se tornar singular.

Os discípulos receberiam uma experiência crescente de intimidade com o Pai:

“Nesse dia, vocês pedirão em meu nome. Não digo que pedirei ao Pai em favor de vocês, pois o próprio Pai os ama, porquanto vocês me amaram e creram que eu vim de Deus.” (v.26-27)

Jesus Cristo tem sua segurança no amor incondicional do Pai por ele:

“Vocês me deixaram sozinhos. Mas eu não estou sozinho, pois meu Pai está comigo.” (v.32)

Embora busquemos a felicidade, e a busquemos porque fomos criados para sermos felizes, é importante entender que a felicidade na perspectiva bíblica não é viver sem aflições, mas é viver em uma crescente amizade e intimidade com Deus.

“Qual é o fim principal do ser humano? O fim principal do ser humano é glorificar a Deus e ter prazer nele para sempre.” (Breve Catecismo de Westiminster, atualizado)

Por isso a Bíblia nos diz:

“Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.” (Tiago 1.12)

O segredo, portanto, não está em como ter uma vida sem aflições, mas em como permanecer apegado a Deus, mesmo em meio a nossas aflições, até que a obra redentora de Jesus Cristo seja manifestada plenamente entre nós.

TODA AFLIÇÃO SERÁ SUCUMBIDA PELA PLENITUDE DA ALEGRIA DA SALVAÇÃO.

“Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.” (v.33)

Esse é um dos comentários mais extraordinários feitos por Jesus Cristo. Sua vida, sua morte e sua ressurreição, trouxeram de volta a possibilidade de experimentarmos as realidades significativas do Reino de Deus em nossa vida agora e usufruirmos plenamente disso no futuro.

O que a Bíblia chama de “salvação”, ou “evangelho”, é essa ação de Deus em Jesus Cristo, corrigindo o curso de destruição em que nosso mundo foi colocado, dirigindo-o novamente para o propósito original de sua criação.

O fato é que “neste mundo” teremos aflições. Nesta presente ordem, onde muitas coisas são feitas ainda em rebelião contra Deus, mas aqueles que se renderam ao governo de Deus em Jesus Cristo, já começam a experimentar a paz (shalom) da vida do Reino que já está entre nós.

Por isso mesmo podemos ter ânimo! Mesmo em meio as aflições podemos ter ânimo, pois sabemos quem venceu o mundo. Reconhecemos que Jesus Cristo fez isso naquela cruz. Ele venceu a morte, o pecado e o Diabo, e agora está oferecendo um novo estilo de vida para cada pessoa que se render ao amor gracioso dele e conduzindo-as a uma nova realidade de vida que se estabelecerá mais cedo ou mais tarde em nosso mundo.

Nesta nova realidade de vida que está sendo edificada em Jesus Cristo, neste “novo mundo”, não haverá mais aflições.

“Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.” (Apocalipse 21.4)

Até que chegue essa nova ordem, Jesus Cristo estará conosco, através de seu Espírito, nos conduzindo por entre nossas aflições, com sua paz e fazendo de nós promotores desta mesma paz para a vida de muitos outros aflitos.

Essa é uma realidade que pode ser sua agora! Se você está vivendo em aflição e precisa de paz, Jesus Cristo a oferece para você. Mas não para que você não tenha mais aflições, e sim para que mesmo em meio as aflições você experimente sua maravilhosa presença de amor e poder.

Se você já tem experimentado essa realidade, Jesus Cristo quer que você se una a ele como portador dessa sua paz para muitas pessoas que passam diariamente por sua vida.

Deus te dá seus conselhos em meio as aflições, mas cabe a você acolhe-los ou não. Quero convidar você a escolher pelo acolhimento do que Deus te oferece através de Jesus Cristo.

No Caminho,

Ricardo Costa