quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Fim de ano, mas a vida continua....
Olá pessoal.
Com a graça de Deus consegui tirar 10 dias de folga. Foi um tempo muito bom. Viajei bastante, visitei amigos queridos e desfrutei com minha família de um tempo muito bom de relacionamentos. Mas, gostaria de aproveitar este último dia do ano, para deixar registrado minha última reflexão de 2009. O ano está terminando, mas a vida continua. É engraçado e ao mesmo tempo sábio olhar para o final de um ano. Engraçado, porque as pessoas acham que um simples mudar de dia pode renovar toda a sua vida, mas é sábio, porque quando lidamos com o tempo desta maneira podemos estabelecer marcos que fecham ciclos para começarmos um novo momento.
Contudo, a grande questão não está em meramente mudar de um ano para o outro, mas em mudar atitudes em nosso coração. Hoje acordei com esta convicção. A convicção de que Deus está me chamando para mudar algumas coisas em minha vida: pensamentos, hábitos, vícios, posturas, atitudes, sentimentos, quantas coisas temos para mudar em nossa vida! Há um texto em Jeremias 33.3 que diz o seguinte: "Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece". Uau! Que promessa tremenda é esta de Deus a Jeremias. Será que esta é uma promessa que ele deseja cumprir para minha vida e a sua? Eu acredito que sim.
Acredito que Deus é um Ser relacional que quer se revelar a nós. Este é meu desejo, conhecê-lo. Quero que tudo o que me atrapalha alcançar este objetivo seja colocado de lado. Meu ano está acabando, mas minha vida continua e desejo que ela continue crescendo em intimidade com Deus. E você?
Em Isaías 43.18-19 Deus nos convida para deixar o tempo que passou para trás e olhar para o futuro: "Esqueçam o que se foi; não vivam no passado. Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não a reconhecem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo". Deus está sempre fazendo algo novo. Através de Jesus Cristo, através de sua cruz, ele nos deu nova vida e a cada dia ele nos conduz a algo novo, não no sentido de modismo, mas no sentido de uma nova experiência com Deus. Eu quero ser conduzido para um novo ano por este Deus que faz coisas novas e quero participar do que ele está fazendo de novo na história e na vida de muitas pessoas.
Desejo a você um novo ano e um ano novo.
Que neste ano, Deus caminhe conosco revelando-se cada vez mais a cada um daqueles que o buscarem de verdade.
No caminho,
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Tributo a Okuyama
Usarei este post para falar sobre uma das pessoas que mais influenciou e ainda influencia a minha vida.
"Pedro"Isokichi Okuyama. Ele é meu "sensei de coração". Eu acho incrível a maneira que Deus atua em nossa história para nos guardar e preservar e para ir nos conduzindo aos propósitos dele, mesmo quando estamos indiferentes a ele.
Para este post ter sentido vou ter que contar um pouco de história, na verdade, um pouco da minha história. Eu desde pequeno, talvez por ter sido muito franzino e doente quando criança, sempre gostei muito de artes marciais. Eu era fã dos filmes do "Besouro Verde", devido ao "Kato" o mordomo chinês do herói "Besouro Verde". Kato era interpretado por Bruce Lee, que na época ninguém imaginava que viria a ser o ícone do cinema de artes marciais como veio a ser. Quando mais velho eu não perdia uma estréia de algum filme novo de Kung Fu que fosse lançado no cinema, a não ser os que eram proibidos para menores, pois naquela época tinha censura, he...he...
Bem, aos 12 anos minha mãe permitiu que eu começasse a treinar Judo e me matriculou no Centro Ribeirão Pretano de Judo. Treinei por dois anos Judo, chegando a faixa amarela, mas o que me fascinava mesmo era o Karatê. Um dia encontrei um livro em uma banca de jornais sobre Karatê com muitas explicações e fotos de um japonês e comprei e comecei a treinar em casa. Em seguida comprei um outro livro intitulado "Karatê Junior" e também comecei a tentar imitar o que via ali. Isto foi feito em paralelo ao meu treinamento de Judo.
Quando eu estava com 14 anos, vi em um dos jornais da cidade de Ribeirão Preto uma matéria com uma foto dizendo que a academia de Karatê Butoku-kai estava em um novo endereço. Aquilo encheu meus olhos. Minha mãe achava Karatê muito violento e não me deixava treinar, mentia para mim dizendo que só maiores de 18 anos é que poderiam treinar Karatê, isto quando eu era menor.
Naquela semana peguei minha bike e fui até o endereço no centro da cidade, Rua Duque de Caxias esquina com Rua São José. Quando cheguei, um cara estava em uma escada arrumando a placa do Dojo, mais tarde eu iria conhece-lo melhor, seu nome era Ícaro e ele era um faixa marrom, um dos Karatecas mais fortes que já conheci. Ele me cumprimentou e disse que eu poderia entrar. Na sala de entrada estava atrás de uma escrivaninha uma senhora, que me atendeu com cordialidade. Seu nome Susana, ou Dna Susana como nós a chamávamos e mais tarde eu iria saber que ela era esposa do Sensei Okuyama.
Ela me passou os horários e eu me matriculei com um dinheiro que tinha guardado de trabalhos esporádicos que fazia. No dia seguinte cheguei na parte da manhã para treinar. Quando entrei, dei de cara com Sensei Okuyama, que me parecia alguém familiar, e só mais tarde é que fui associar que ele era o japones do livro que eu havia comprado a dois anos atrás....risos.
Sensei Okuyama, de poucas palavras, me cumprimentou, chamou um faixa roxa, que o pessoal chamava se Sergião, e mandou que ele me desse a primeira aula. Eu e Sergião nos tornamos bons amigos.
Nos primeiros 3 meses frequentei as aulas da turma das 9h da manhã, mas como eu já vinha praticando pelos livros eu aprendia rápido e, então, comecei a treinar com o pessoal das 7h da manhã, sob o ensino de Okuyama. Na Botuko-kai fiz bons amigos: Eli, Ronaldo, Sidiney, entre outros, mais tarde veio o Roberto Santana.
Bem, assim comecei minha trajetória no Karatê. Contudo, o alvo aqui não é falar do Karatê em si, mas de como Deus usou a vida de Okuyama Sensei para seus propósitos em minha vida.
Eu só estudava, e amava Karatê, logo comecei a passar a manhã toda no Dojo e ir na parte da tarde também. Isto me proporcionou não apenas a oportunidade de treinar Karatê, mas de ir me tornando mais próximo do Sensei Okuyama e através da vida dele e do conhecimento que ele tinha do Budô minha vida foi radicalmente transformada.
Com Sensei Okuyama aprendi o sentido da palavra foco e também disciplina. Aprendi a ser dedicado ao que faço e a honrar as pessoas e suas histórias. A fidelidade dele a seu Sensei, o Professor Okuda, como Okuyama dizia, era algo extraordinário. Com isto aprendi a ser fiel a meus Sensei e Sempais.
Quando eu comecei no Karatê, Sensei Okuyama era um shintoista, ele não acreditava em um Deus pessoal, mas entendia que Deus era uma energia que estava em todas as coisas. Com o passar do tempo Deus foi se revelando mais e mais a ele e hoje ele é um seguidor autentico de Jesus Cristo e o mesmo ímpeto e dedicação que ele tinha ao Karatê ele tem ao Senhor Jesus.
Ainda hoje eu encontro com meu Sensei e ele continua me orientando e ensinado, e o que ele me diz, sobre Karatê está dito. Entre muitas outras coisas, Deus usou Pedro Okuyama para me manter afastado de confusões e das drogas, por exemplo, pois ele sempre dizia que o verdadeiro Karatê só devia ser usado em última instância e em caso de vida ou morte, e por isto devíamos nos desviar do perigo.
Minha admiração por ele era tamanha e eu desejava tanto ter um Karatê "forte" como eu acreditava que era o dele que eu queria treinar cada vez mais e fazia tudo que ele me dizia. Ele disse que eu deveria dormir cedo nos finais de semana para estar inteiro para os treinos e por isto eu deixei de sair para as farras. Disse que eu não deveria beber muito, pois isto tirava a energia e eu parei de tomar cerveja quando saia. Assim, comecei a ir as reuniões de jovens da Igreja Presbiteriana em Rib. Preto e fui alcançado pelo Evangelho de Jesus Cristo.
Sou muito grato a Deus pela vida de Okuyama Sensei. Sou grato a Deus por ele ter me presenteado com a oportunidade de aprender Karatê com um verdadeiro "budoka" (guerreiro). Assim, neste post deixo meu tributo a meus Sensei de coração: Pedro Isokishi Okuyama. Com ele aprendi honra, determinação, máxima força sempre, nunca desistir, gentileza e respeito.
A você meu querido Sensei eu digo:
OSS!
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Bênção
Chegamos no mês de Dezembro e com ele chegamos em mais um final de ano. Entra ano e sai ano e muitas pessoas continuam vivendo da mesma maneira, repetindo os mesmos processos, levando uma vida ao longo de todo um novo ano, repetindo as mesmas coisas, esperando que, de alguma maneira sua vida seja diferente, para constatar em mais um ano que chega ao fim, que tudo continua exatamente igual.
Meus pensamento pode parecer "fúnebre" em um primeiro momento, mas se você parar e pensar um pouco verá que eu tenho razão, pelo menos em relação a muitas pessoas. A questão que está em pauta aqui é que este padrão se estabelece e estende-se por nossas vidas, porque vivemos com o foco errado.
Conforme o que a espiritualidade bíblica nos ensina, o objetivo final de nossa vida como seres humanos é glorificar a Deus e ter nele nosso prazer. Em um dos ensinos da Igreja Cristã Reformada isto é posto da seguinte maneira: "Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre". Na Bíblia isto é apresentado da seguinte maneira: "Venham! Bendigam o Senhor todos vocês, servos do Senhor, vocês, que servem de noite na casa do Senhor. Levantem as mãos na direção do santuário e bendigam o Senhor!" (Salmo 134.1-2)
O ser humano foi criado para adorar a Deus! Fomos criados para nos relacionarmos com Deus e para bendizermos ao Senhor, falar bem dele, e viver de uma maneira que ele seja glorificado através de nossa vida. Quando fazemos isto nossa existência ganha sentido. Conforme este Salmo bendizer é tanto um convite como uma ordem. O final da estrada do discipulado é adoração, quando tudo terminar o que faremos por toda nossa eternidade será bendizer ao Senhor por quem ele é e pelo que ele fez por nós: "De Sião os abençoe o Senhor, que fez os céus e a terra!" (Salmo 134.3).
E pelo fato do final ser adoração ela se constitui no próprio meio e combustível para a vida daqueles que seguem se relacionando com Deus através de Jesus Cristo. Sabemos quem somos e sabemos quem Deus é, sabemos o que ele fez por quem somos, através de quem ele é em Jesus Cristo. E isto deveria encher o nosso coração de gratidão e louvor.
A palavra que a Bíblia usa para tudo isto é: BÊNÇÃO!
Somos abençoados pelo Senhor, e isto se chama graça, e respondemos ao Senhor bendizendo-o (abençoando-o, é a mesma palavra no original), e isto se chama gratidão. Graça e gratidão! Duas palavras que andam juntas, dois movimentos que são forças correspondentes. Se vivemos conscientes de que somos pessoas agraciadas por Deus, então, a cada ano nossa vida ganha novo impulso, nova força, novo progresso, novos alvos, para continuarmos seguindo em obediência pelo mesmo caminho do discipulado, mas que a cada final de ano, nos leva a perceber quantas mudanças ocorreram em nós e através de nós, devido as bênçãos de Deus.
Somos abençoados para abençoar, e quando abençoamos bendizemos a Deus. Em tudo o que fazemos, se já estamos em Jesus Cristo, somos expressão da bênção que Deus tem concedido a cada um de nós. Bênção não retida, mas compartilhada a medida que adoramos a Deus, erguendo nossas mãos para bendizê-lo e para abençoar os seres humanos ao nosso redor.
Espero que você chegue neste final de ano com esta constatação: pela bênção de Deus estou hoje um pouco mais parecido com Jesus do que estava o ano passado.
No Caminho, antecipando o Reino, até que ele chegue plenamente!
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Viver a vida
A vida! Todos nós temos um grande desafio quando pensamos em viver a vida, mas se você é uma pessoa que está procurando viver a vida fundamentada na perspectiva de ser um seguidor de Jesus Cristo, então, seu desafio é maior. Será? Muitas vezes achamos que ser um cristão (um seguidor de Jesus Cristo) no passado era mais fácil do que hoje, ou mais difícil. Contudo, na verdade não era nem mais fácil e nem mais difícil. Não é nem mais fácil e nem mais difícil ser um cristão do primeiro século ou do século XVI, ou ser um cristão na China, ou nos Estados Unidos, ou no interior do Nordeste, ou em um grande centro como São Paulo. Isto porque o caminho do discipulado, que é o caminho da fé cristã, trata com as realidades concretas de qualquer época e de qualquer lugar.
Contudo é preciso entender que existe sim diferenças entre um tempo e outro e um lugar e outro que podem gerar alguns problemas especiais para a vida cristã. Um destes problemas é quando a sociedade ou a cultura toma uma postura ou tentação que sempre foi contrária aos valores básicos da vida social e passa a validar isto como sendo aceitável e natural. Em nossa sociedade contemporânea uma das tentações que recebeu esta aprovação social é a ambição, ou o orgulho.
Sempre houve na história humana pessoas orgulhosas, soberbas e ambiciosas. O que difere estas realidades no nosso contexto contemporâneo é que nossa sociedade passou a ver a ambição como uma virtude, ao invés de uma tentação. Como diz Eugene Perton: "Fomos apanhados num modo de vida que, em vez de se deleitar em descobrir o sentido de Deus e buscar saber as condições nas quais as qualidades humanas melhor podem ser realizadas, com arrogância desafia os relacionamentos pessoais e só fala o nome de Deus quando maldiz." Eu acrescentaria e quando precisamos de alguma coisa.
Somos treinados por nossa sociedade a achar que temos que fazer a nossa vida funcionar. Que uma vida boa é aquela que acontece conforme nossos desejos e expectativas e que devemos lutar para fazer com que as coisas aconteçam do jeito que desejamos e planejamos custe o que custar, pois afinal de contas, estamos em busca de nossa felicidade e queremos viver bem.
O que precisamos compreender, no entanto, é que nossa vida só é "vivida bem", quando é vivida nos termos da criação. Só viveremos bem se aceitarmos que Deus nos ama e estivermos abertos para recebermos seu amor. Só viveremos bem se reconhecermos que Deus é o criador e que nós somos as criaturas. Só viveremos bem com Deus se revelando e nós compreendendo sua revelação. Só viveremos bem com Deus mandando e nós obedecendo.
Viver a vida como um cristão significa que nós aceitamos os "termos da criação", aceitamos que Deus é o nosso criador e redentor, e desejamos crescer dia a dia em sua vontade nos tornando cada vez mais parecidos com Cristo, desenvolvendo nossa alegria e satisfação no Senhor, experimentando e estendendo seu amor e amadurecendo na paz de Cristo.
Cito Peterson mais uma vez, pois se queremos viver a vida é preciso entender que : "Não temos um Deus para sempre e sempre satisfazer nossos caprichos, e sim um Deus a quem confiamos nossos destinos."
No Caminho,
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Igreja
Hoje quero escrever sobre um assunto que me apaixona, mas que ao mesmo tempo é um dilema.
Sim, refiro-me a Igreja. Dentre tantas coisas que faço, acho que aquilo que me define é que sou um "pastor/missiólogo". Como pastor, meu coração está sempre pensando na igreja, e como missiólogo minha mente está sempre voltada para o que a igreja é na essência de sua vocação.
Quando usamos esta palavra, Igreja, hoje em dia, as mais variadas percepções e idéias vem a mente das pessoas. O fato é que ao longo dos anos o conceito que a Bíblia nos apresenta sobre a igreja foi sendo perdido a ponto de hoje, quando abrimos um dicionário e procuramos pela palavra igreja o que encontramos como definição é "um lugar para adoração pública". "Um lugar"! Mas veja, na perspectiva bíblica, a igreja não pode ser definida como um lugar, ela é definida como o ajuntamento de pessoas que estão comprometidas com o governo de Deus através de Jesus Cristo sobre as suas vidas.
A igreja é, portanto, uma comunidade de discípulos, que são pessoas que reconheceram sua desconexão com Deus, se arrependeram disto, e aceitaram que através do sacrifício de Jesus Cristo e sua ressurreição, eles podem voltar a conexão com Deus, e então passam a viver a suas vidas para que os propósitos de Deus para a humanidade se manifestem através deles.
Quando abrimos a Bíblia a visão e exemplos que encontramos ali sobre a igreja são de natureza orgânica e não estrutural. A igreja é o "Corpo de Cristo" é um "santuário feito de "pedras vivas" para a habitação de Deus, são ramos ligados a Videira verdadeira, uma semente lançada no chão que se torna uma árvore, uma família (veja os conceitos de família que aparecem como irmãos, irmãs, pai, mãe, noiva, etc).
Assim, em nenhum lugar do Novo Testamento encontramos uma palavra que conceitue a igreja como um lugar aonde as pessoas vão. A igreja não é o lugar, mas o grupo de pessoas que se reúnem em obediência, submissão e adoração a Deus através de Jesus Cristo. Por isto mesmo, o conceito de igreja é algo dinâmico, podemos pensar a igreja tanto na dimensão do povo reunido para adoração, serviço e comunhão, como o povo espalhado em serviço e missão ao mundo.
A palavra que tem sido usada para tentar dar alguma substância a igreja focada na perspectiva bíblica é "missional". Ser missional, ou ser uma igreja missional, nada mais é do que ser uma igreja que é formada por pessoas que realmente reconhecem que estão vivendo debaixo da liderança de Deus através de Jesus Cristo e que estão comprometidos com a missão de Deus no mundo.
Quando pensamos a igreja a partir de um lugar, então, nossas ações e estratégias se limitam a linearidade, programações, eventos especiais, e manutenção de estruturas. Quando pensamos a igreja a partir de um povo missional, então, nossas ações e estratégias estendem-se para além do local que nos reunimos, dos dias de semanas que a igreja tem programações, para o dia-a-dia de cada um de seus membros, que, como seguidores de Jesus Cristo, estarão comprometidos em viverem debaixo da sua vontade e disponíveis para cooperarem com o Espírito Santo de Deus na missão redentora de Jesus no mundo.
Amo a Igreja! E por isto mesmo, oro e insisto continuamente que precisamos ver que tipo de "vinho" estamos tomando e oferecendo para as pessoas tomarem. Será que é mesmo o "vinho novo" do Evangelho do Reino? Ou é o "vinho velho" e saboroso das nossas tradições, sejam elas seculares ou religiosas?
Valeu!
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Evangelho
"Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O justo viverá pela fé."
O Evangelho é a boa notícia que Deus tem para nós. Esta boa notícia está relacionada a duas dimensões, a Lei e a Graça. Uma maneira diferente de se dizer isto é que o Evangelho é composto por uma boa notícia que é precedida por uma má notícia. Confuso? Parece, mas não é. Na verdade, embora não seja confuso, não é atrativo para a nossa sociedade, ou, para o ser humano caído. A dimensão da "má notícia" é executada pela Lei. A Lei de Deus nos expõe a consciência de que por conta própria não podemos nos justificar. A Lei nos coloca de joelhos diante de Deus, nos levando a admitir toda nossa falência e impropriedade. A "boa notícia" é expressa pela Graça. A Graça é o oferecimento da Justiça de Deus em Jesus Cristo. Ou seja, aquilo que não somos capazes de fazer por conta própria diante de Deus é executada por Jesus Cristo em nosso lugar. Se a Lei serve para nos colocar de joelhos diante de Deus, a Graça nos coloca de pé. Ao nos prostrarmos diante da cruz de Cristo, admitindo nossa limitação, independência e orgulho diante de Deus, somos perdoados pela oferta de amor expresso por Deus em Jesus Cristo, e, justificados por este amor, nos colocamos de pé para agora vivermos para aquele e naquele que por nós morreu e ressuscitou. Você já experimentou a realidade deste maravilhoso Evangelho na sua vida? Isto é feito pela fé. A aceitação de que as coisas são do jeito que Deus diz que são.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Reflexões
Olá pessoal!
Preciso confessar que não ando muito inspirado para escrever. Tenho pensado em muitas coisas e analisado muitas situações e a Palavra de Deus diz que devemos ser cuidadosos para não julgar, pois com a medida que julgarmos também seremos julgados. Mas estou escrevendo isto porque não consigo deixar de refletir sobre a falta de um real compromisso e anseio por Deus e pela missão de Jesus na vida de muitas pessoas que se dizem seguidoras de Jesus Cristo. É impressionante como nós temos o poder de nos enganarmos e nos iludirmos. Como é difícil para o ser humano conseguir entender que todo o seu problema passa pelo pecado. Sim, por esta postura que temos de querer reger e governar a nossa própria vida, e pelo desejo que temos de que tudo seja feito segundo nossa vontade. Bom, a única maneira de vivermos a nossa vida com Deus é quando nos rendemos de verdade ao seu amor manifestado em Jesus Cristo e passamos a ser uma nova criação, que agora vive para aquele que por nós morreu e ressuscitou. Bem, eu nem sei porque estou tentando escrever isto aqui, talvez seja apenas por ter notado que já faz muito tempo que não escrevo algo, talvez seja porque Deus esteja querendo falar algo através de mim, ou para mim, que eu ainda não consegui entender.
Bem, vamos pelo caminho, afinal de contas a proposta de meu blog é este mesmo, para pessoas que estão tentando seguir Jesus em um mundo pós-moderno.
Beijo no coração!
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Trabalho
O Salmo 127 faz parte de um conjunto de Salmos da Bíblia que são chamados de Salmos da Peregrinação, porque eles eram Salmos recitados pelos peregrinos israelitas enquanto iam de viagem para a cidade de Jerusalém.
Estes Salmos compõe um arcabouço prático do que vem a ser a vida de uma pessoa que passa a viver a sua vida não apenas dizendo que crê em Deus, mas se relacionando de verdade com ele através de Jesus Cristo, o que é chamado de discipulado.
Cada um destes Salmos trata de algum aspecto prático da nossa vida e como Deus se relaciona com ele. O Salmo 127 é um Salmo que nos fala de trabalho. O Salmo 126 termina com a expressão “Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes” (Salmo 126.6).
O Salmo 127 inicia-se com a afirmação “Se não foi o SENHOR o construtor da casa será inútil trabalhar na construção. Se não é o SENHOR que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda.”
Nesta colocação temos a primeira diretriz para que o trabalho ocupe o lugar certo em nossa vida, que é a importância de vermos o trabalho como uma bênção de Deus para nós.
Algumas pessoas olham o trabalho como um fardo ou um castigo, mas o ensino bíblico nos mostra que o trabalho é um presente de Deus para o ser humano. Em Genesis, o primeiro livro da Bíblia, vemos que o trabalho foi uma dádiva que Deus concedeu ao ser humano logo que o criou. No capítulo primeiro de Genesis nos versos 27-30, encontramos a narrativa da criação do homem e da mulher e a trabalho que Deus concedeu a eles de gerenciarem e cuidarem de todo o restante da Criação. Em Genesis 2.8-17 somos também informado que Deus plantou um jardim no Éden e colocou o ser humano lá para cuidar deste jardim.
Somente após a decisão estúpida que o ser humano tomou de se desligar de Deus e tocar a sua vida de modo independente de seu criador é que a terra passou a resistir ao ser humano, ao invés de colaborar com ele, e “do suor do rosto” passamos a comer o nosso pão.
Quando o Salmo 127 diz que se o Senhor não edificar a casa ou não guardar a cidade é inútil que tentemos fazer qualquer coisa, o que ele está propondo não é que nós fiquemos sem fazer nada, mas que votemos a depender de Deus e a trabalhar em parceria com ele.
Quando seguimos nossas vidas desligados de Deus o trabalho pode ganhar duas dimensões diferentes em nossa vida. Por um lado ele pode se transformar neste fardo tirano de obrigação que temos que exercer, pois se não fizermos não teremos como sobreviver.
Por outro lado, ele pode se transformar em nosso deus. Ou seja, podemos passar a achar que o que dará segurança, efetividade e reconhecimento para nossa vida é o nosso trabalho. Isto é exemplificado na história de Caim e Abel no capítulo 4 de Genesis, aonde somos informados que Caim se saiu muito bem como agricultor e por isto achava que Deus tinha a obrigação de reconhecê-lo e aceitá-lo pelo seu esforço.
Neste ponto podemos observar a segunda diretriz para que o trabalho ocupe o lugar certo em nossa vida, que é a dependência de Deus. No Salmo 127.2 lemos: “Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O SENHOR concede o sono àqueles a quem ele ama”.
Veja, esta parte do Salmo está nos mostrando que embora devamos ver o trabalho como uma bênção de Deus para a nossa vida, não devemos colocar nossa confiança e esperança no trabalho, mas em nosso relacionamento com Deus.
Quando confiamos que o nosso sustento e a garantia de nosso futuro está em nosso trabalho o resultado disto é insônia e esgotamento. O Salmo diz que se colocamos nossa confiança no trabalho ficaremos esgotados, porque acordaremos cedo, mas será inútil e diz que teremos insônia, pois dormiremos tarde, mas também será inútil.
Quando aprendemos a louvar a Deus por nosso trabalho, mas a confiar no Senhor para a garantia do nosso futuro e não no nosso emprego, conseguimos dormir bem, pois o Senhor concede o sono aqueles a quem ele ama.
Se você parar para pensar um pouco nisto tenho certeza de que concordará com este princípio e ensino bíblico. Por mais que trabalhemos e por mais sucesso que tenhamos, quem de nós pode de fato garantir que amanhã as coisas continuarão como estão?
E se achamos que somos nós que temos que garantir isto, com toda certeza, entraremos para o clube da insônia, pois começaremos perder o sono com a ansiedade do dia de amanhã.
É por isto que Jesus nos ensinou a orar no Pai nosso solicitando a Deus que ele providencie para nós o necessário para cada dia. Quando confiamos que Deus é quem está cuidando de nós e o nosso trabalho é apenas uma das formas que ele usa para fazer isto, então, vamos conseguir descansar em paz.
Agora chegamos a terceira e última diretriz do Salmo para que tenhamos o trabalho no lugar certo de nossa vida. Esta diretriz nos é apresentada nos versículos de 3 a 5 que diz:
“Os filhos são herança do SENHOR, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal.”
Em um primeiro momento estes versículos podem parecer completamente fora de lugar quanto ao que o Salmo vem tratando sobre trabalho. O salmista vem falando de trabalho e derrepente muda o assunto para filhos.
Mas o exemplo do salmista tem um objetivo sim relacionado ao trabalho. O Salmo quer que vejamos que embora o trabalho seja valioso e importante na nossa vida, ele não é o nosso maior bem.
E aqui temos a terceira diretriz! Para que o trabalho esteja no lugar certo em nossa vida ele não pode substituir os nossos relacionamentos. Nosso trabalho não pode tomar o lugar de Deus e nosso trabalho não pode tomar o lugar das pessoas que amamos.
O trabalho só tem sentido em nossa vida se temos pessoas ao nosso redor para celebrar conosco dos seus resultados. Não há nada mais triste do que acentar-se a uma mesa sem ter ninguém ao redor dela com você.
Então, não deixe que seu trabalho roube de você seus relacionamentos, ao contrario use-o para que você tenha muitas pessoas ao redor de sua mesa. O salmista usa como ilustração os filhos, mas acredito que podemos incluir ai cada pessoa com quem conseguirmos construir um relacionamento significativo.
E aqui entra a igreja. Em Marcos 10.29 e 30, Jesus nos fala que um dos resultados de nos tornarmos seus seguidores é que ganhamos muitos novos relacionamentos, muitos novos irmãos e irmãs, mães e muitas novas casas. Ele está se referindo a igreja.
Uma comunidade de autênticos seguidores de Jesus Cristo é constituída por pessoas que valorizam seu relacionamento com Deus e com o próximo e que estão dispostos a, mesmo que sofram perseguições, trabalharem para construírem relacionamentos significativos, através dos quais outros também possam ser alcançados por Jesus Cristo.
Quero convidar você a pensar um pouco em qual é o lugar que o seu trabalho tem ocupado em sua vida. Ele tem sido uma bênção para você, para sua família e para seus relacionamentos? Ou será que tem sido inútil tudo o que você tem feito?
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Uma comunidade de discípulos
Em Mateus 28.16‐20 encontramos Jesus dando uma ordem a seus primeiros seguidores que estabelece a essência daquilo que a Igreja é. Ele diz que seus seguidores deveriam sair pelo mundo a fora para fazerem novos discípulos (seguidores) para ele.
Isso significa que a Igreja que Jesus sempre quis é uma comunidade composta por homens e mulheres que estão dispostos a seguirem Jesus Cristo por toda a sua vida aprendendo com ele a viver a vida, pensando o que Jesus pensa, falando
o que Jesus fala e fazendo o que Jesus faz.
Para que isso pudesse acontecer, Jesus Cristo deu a vida dele por homens e mulheres, que uma vez se reconhecendo como pecadores (pessoas que estão vivendo a vida de modo independente de Deus), se arrependem e reconhecem que na morte de Jesus Cristo seus pecados foram cancelados e na sua ressurreição uma nova possibilidade de vida lhes é oferecida.
Esses seguidores se juntam a outros que também anseiam que Jesus viva a vida dele neles e através deles e vão pelo mundo a fora fazendo as obras do Reino de Deus.
Há três grupos de pessoas que ao longo dos Evangelhos vão se relacionando com Jesus e que servem de paradigma para mostrar qual é o nível de nosso relacionamento com ele. Um grupo é o da multidão que segue a Jesus pelos benefícios que podem receber dele. A esse grupo Jesus serve, ensina, liberta e
cura, mas nunca se dá a conhecer intimamente.
Um outro grupo é o dos simpatizantes, que vão com Jesus por acharem interessante seus ensinos, concordam com parte deles, mas nunca se comprometem para valer com o seu senhorio sobre suas vidas. Este grupo também recebe a atenção de Jesus, mas não são pessoas que vão realmente fazer grande diferença para ele.
Um último grupo é o dos discípulos. Aqueles homens e mulheres que, não só entenderam quem Jesus Cristo realmente é, mas também entregaram suas vidas a ele e se comprometeram a viver para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
Esse é o grupo que compõe a Igreja que Jesus sempre quis e que é capaz de fazer uma real diferença no mundo por viverem submissos as novas realidades do Reino de Deus.
A qual grupo você pertence?
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Palavra
Olá pessoal.
Vamos seguir com nossos prolegômenos?
Bem, hoje quero tratar sobre a questão da Palavra. A fé "judaíco-cristã" é uma fé baseada na palavra. Não em qualquer palavra, mas na palavra de Deus. Contudo, não se deixe enganar pelas "palavras", risos. O que está envolvido nisso é a convicção de que estamos diante de um Deus que fala, e mais, que quer falar, e quer falar porque quer se comunicar e quer se comunicar porque quer se revelar.
Este Deus tem falado ao longo de nossa história, na verdade a história começa devido a sua palavra, bem como todo o úniverso. "Disse Deus: Haja luz! E houve luz." É assim que começa a narrativa da ordem na criação relatada no livro de Gênesis, o primeiro livro da Bíblia. No Evangelho de João 1.1 lemos que a Palavra ou o Verbo, estava com Deus e a Palavra era Deus e que tudo o que foi feito foi feito por essa Palavra que agora se faz gente em Jesus Cristo. Por que? Para que possamos ver a glória de Deus. Ou seja, porque Deus quer se revelar. Em Hebreus 1.1-2 está registrado: "Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nosso antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo".
O que estou tentando mostrar aqui é que o Deus que criou todas as coisas, incluindo a mim e a você, é um Deus que quer se comunicar e quer se revelar a sua criação. Este Deus que fala, e nos fala por intermédio de Jesus Cristo, também é o Deus que se relacionou com homens e mulheres no passado, se revelou a eles e os orientou a registrar tais revelações e histórias em um livro, ao qual chamamos Bíblia.
Assim, a Bíblia é a palavra escrita de Deus que visa nos revelar a Palavra Viva que é o próprio Deus. Muitas pessoas que conversam comigo me dizem que não acreditam na Bíblia, ou que não conseguem compreender a Bíblia, ou que não conseguem ler a Bíblia. Em meu entender há uma questão comum entre todas elas e a questão é que elas não conseguiram ainda entender o que de fato a Bíblia é.
Sou professor de teologia e filosofia e leciono em um seminário e o que vou escrever agora pode ser assustador para muitas pessoas que trabalham com o ensino teológico. Mas a Bíblia não é um fim em si mesma. Ela não existe como uma realidade absoluta. E ela, apesar de um livro, não é um livro qualquer, no sentido de usarmos a Bíblia como usamos qualquer outro livro. Os antigos a chamavam de "um Livro Vivo" e eu acredito nisto.
Acredito nisto não porque ache que a Bíblia é um livro mágico. Em certo sentido ela é como qualquer outro livro mesmo. Ela tem um tema, ela tem histórias, ela tem estruturas literárias. Mas, por outro lado, ela não apenas nos fala sobre algo ou alguém, ela não apenas trás uma coletânea de doutrinas ou ensinos proposicionais. Ela nos revela a Palavra, ela nos coloca em contato com a voz de Deus, ela é uma espécie de "porta do guarda roupa" de Nárnia que tem o poder de nos tirar do nosso mundo limitado e nos transportar para o mundo real.
A Bíblia só tem sentido se nós acreditamos em um Deus que é real e que fala. Ela nos expõe diante dele. O objetivo da Palavra Escrita de Deus não é que a usemos para encontrar respostas a nossas perguntas. O objetivo da Palavra Escrita de Deus é nos colocar diante da Palavra Viva, Jesus Cristo, é nos transportar para sua presença e nos ajudar a aprender a perceber sua voz e sua presença conosco.
Então, dá próxima vez que você pegar a sua Bíblia para ler, quando você a abrir não tente simplesmente entender o que você está lendo, procure ouvir.... passe pela porta do "guarda roupa" e descubra que o Deus que falou, ainda fala e quer falar com você.
Até mais!
terça-feira, 8 de setembro de 2009
O caminho da apatia espiritual
Olá pessoal.
Quero escrever um pouco sobre um tema, não é um prolegômeno, que infelizmente vejo se manifestando na vida de muitas pessoas ao meu redor ao longo da minha vida. Chama-se apatia. A coisa mais difícil na vida não é começar algo, mas concluir, ou continuar firme por toda a vida. No Reino de Deus isso não é diferente. Eu sempre digo que no Reino de Deus não importa como começamos, mas como terminamos. Contudo, isso é uma verdade para a vida como um todo.
Por exemplo, você pode não começar bem um casamento, no sentido de que tudo saiu conforme você esperava, mas pode terminar muito bem a medida que investe na relação para que ele seja o que deve ser. Por outro lado, às vezes, pessoas começam muito bem um casamento, mas com o passar do tempo deixam de investir e tudo termina em divórcio ou em uma relação de pura aparência.
Treino karatê desde meus 14 anos de idade e durante todo esse tempo vi muito gente começar, parar, voltar, nunca mais voltar, e etc. Eu mesmo fiquei um tempo sem treinar, mas o foco em meu coração nunca se perdeu, contudo é aqui que está o perigo maior. Muitas pessoas acham que porque treinaram um pouco de karatê continuam sendo karatecas, mesmo que nunca mais tenham treinado.
O mesmo ocorre na nossa vida no Reino de Deus. Muitas pessoas experimentam realidades do Reino, vivem um tempo de comunhão profunda, singela e especial com Deus, e depois começam a se distanciar disto, mas acham que continuam vivendo com Deus da mesma maneira que viviam antes. Será?
É nesse ponto que se desenvolve o que chamo de "apatia espiritual". É quando uma pessoa já não se importa mais com a pérola de maior valor, já não está mais entusiasmada com o Reino de Deus, nem encantada com o Rei desse reino, mas porque está perto do Reino, ou já tenha vivido algumas realidades nele, acha que está tudo bem.
Não se engane, há muito mais pessoas assim do que você possa imaginar! Será que você não é uma delas? Como saber? Tenho pensado nisso, primeiramente para uma sondagem pessoal, em meu próprio coração, a fim de que eu possa estar garantido de que não estou nessa trajetória. Faço isso porque uma das coisas que sempre me deixaram intrigado é como pessoas que servem a Deus com tanto afinco, experimentam realidades tão poderosas, são usadas de modo tão especial, de repente abandonam tudo.
Depois de muito pensar e meditar sobre isso, com a preocupação pessoal de não ser um desses que caem nessa armadilha, cheguei a conclusão de que nada acontece "de repente". Na verdade existe um caminho que vamos trilhando que nos conduz a essa queda brusca, mas que não é abrupta, pois é consequência de termos chegado a este estado de apatia espiritual.
Deixe-me compartilhar o ciclo do caminho com você, pelo menos, como eu o tenho percebido:
1. Indiferença. O processo começa com uma pequena indiferença em nosso coração para com o que Deus está fazendo. Um desinteresse em estar envolvido com a vida da Comunidade, com relacionamentos significativos, em participar de encontros, em desenvolver disciplinas espirituais básicas.
2. Isolamento. Em seguida vem o isolamento, que é o passo seguinte que concretiza externamente o que já vai sendo sentido no coração. Começamos a evitar encontros, faltamos de reuniões por qualquer motivo, e sempre achamos que temos uma razão adequada para isso, começamos a evitar as pessoas que sabemos que nos amam, mas que estão comprometidas com Deus e desejam nos ver apaixonados por eles também. Quando encontramos com essas pessoas nos esforçamos o máximo para evitar conversar espirituais, focamos nossa atenção no que trivial.
3. Ignorância. O próximo passo nesse caminho é a ignorância para com as coisas do Reino. É incrível, mas pessoas que conhecem a Deus, que já experimentaram tantas realidades significativas, começam a ficar entorpecidas quanto a presença de Deus e seu mover. Não é uma ignorância teórica, na verdade a pessoa pode até continuar fazendo algumas coisas como sempre fez, por exemplo, liderar um tempo de louvor, ou dar aulas, ou liderar um grupo, pois a teoria está lá. É uma ignorância relacional, experimental, existencial. Ignorância da presença de Deus, da voz do Pai, de perceber o que o Espírito Santo está fazendo e nos chamando para fazer com ele.
4. Insatisfação. Ai vem o último e derradeiro passo antes da queda. É quando a pessoa começa a ficar insatisfeita com o Reino de Deus. Quando Deus já não é mais o prazer para o seu coração. Quando já não se deseja mais dizer, do fundo da alma, como Davi nos Salmo 63.1 "a minha alma tem sede de ti"; "o teu amor é melhor do que a vida!" (v.3). Quando começamos a desejar outras coisas e o Reino já não é mais a "pérola de maior valor", onde o brilho do Reino começa a ser ofuscado pelas pequenas luzes do mundo.
Ai chegamos no que Paulo disse a respeito de Demas: "pois Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica". Que triste! Que lamentável!
Espero que esse texto possa ajudar você a fazer uma constante e contínua avaliação de sua vida, assim como tenho procurado fazer da minha, para que você se mantenha sempre no Caminho.
Forte abraço.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Prazer
Olá pessoal!
Quero pensar hoje sobre prazer. O que é que te dá prazer? Prazer! Essa é uma palavra que, na maioria das vezes, está associada ao nosso bem estar, ou então, a satisfação de alguma necessidade básica. Para alguns seguimentos do Cristianismo o conceito é pagão. Alguns acham que verdadeiros cristãos não deveriam sentir prazer ou buscá-lo. Mas prazer é um prolegômeno. Sim, é um dos fundamentos da vida de Deus para nós. Veja bem, se somos criados a imagem e semelhança de Deus, então, isso significa que o sentimento de prazer é algo que vem de Deus. Há muitos textos na Bíblia que diz que Deus sente prazer, que Deus sente satisfação. Sendo assim, podemos ter prazer e sentir satisfação de um modo coerente e que contribua para o nosso bem, para o bem dos outros, e para a glória de Deus.
O que te dá prazer? Eu tenho prazer de estar com amigos, de estar com meus filhos e amigos queridos ao redor de uma mesa conversando, pensando e refletindo sobre a vida e Deus. Tenho prazer em estar com pessoas, tenho prazer em ensinar, tenho prazer em treinar karatê, tenho prazer de estar com minha amada e preciosa esposa, tenho prazer em ver o sorriso dela, tenho prazer em ver um bom filme, ouvir uma boa música, mas acima de tudo, tenho muito prazer em experimentar e participar do que Deus está fazendo na história, na minha história e na história de outros.
E ai? O que é que te dá prazer?
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Amor total
Voltei! E acho que você não vai gostar de eu ter voltado....
Comigo voltam os nossos prolegômenos. E hoje quero falar sobre amor. Como somos rápidos para falar, cantar e afirmar coisas sobre nós e Deus que não são as realidades que desejamos de fato ver acontecer em nossa vida. Tenho ouvido repetidamente uma música que vim a conhecer com um dos meus filhos, o Yuri. Ela chama-se "Meu Universo". É uma letra muito bonita, com uma melodia linda e uma poesia maravilhosa, mas profundamente forte. Digo isso porque ela faz afirmações sobre o desejo que temos de ter Jesus como o nosso universo. Já parou para pensar no que isso significa? Significa que você está dizendo que seu amor por ele é total. Não parcial, não quase que total, mas TOTAL! A Bíblia diz que não devemos amar de palavras, mas de fato e de verdade. E é aqui que quero dividir uma crise com você. Nesse Domingo que passou (30 de agosto de 2009) terminei uma série em nossa Comunidade que chamei de "Não era para ser assim! Conhecendo a igreja que Jesus sempre quis." E terminei meu estudo desse Domingo com essa canção, "Seja meu universo".
O que me deixa quebrado é ver que as pessoas acham isso lindo, mas para muitos não passa de pura palavra e música bonita. Não é de fato e de verdade. Já sei, já sei, está achando que estou te julgando, certo? Então vamos a um teste. Torço para que você e eu "passemos" nele: Jesus é seu universo? Seu amor por ele é total? Vamos responder a algumas questões para tirar a prova:
1. Você é um contribuinte fiel, generoso e alegre? Sim, todos os meses você dizima, oferta, contribui, dê o nome que você quiser dar, com sua comunidade local para que o Reino de Deus seja levado adiante mediante os ministérios dela? Talvez você diga, não, mas é que eu acho que não devo dar o dinheiro só na minha igreja, então, se você não dá só na sua igreja, relacione o nome das missões para as quais você envia suas contribuições. Ai você diz, não é que eu mesmo administro isso dando para pessoas a medida que eu vejo sua necessidade e sinto Deus me dirigindo para fazer isso. O.K. Então relacione o nome das pessoas para quem você deu dinheiro esse mês, e quanto você deu e veja se você está mesmo falando a verdade ou mentindo. Deus na sua Palavra nos ensinou que devemos ofertar na comunidade de seguidores de Jesus. Devemos fazer isso para aprender que não somos donos do que temos, para expressar nosso reconhecimento e gratidão a Deus que nos dá tudo o que temos e para aprender que não devemos ter controle sobre o que temos. Outros devem administrar isso.
2. Vamos a outra? A música diz que não queremos dar a Jesus um único dia da nossa semana. Você dá a ele todos os dias da sua semana? Verdade? Você tira um tempo todos os dias para adorar, orar, ler a Bíblia, se relacionar com ele? Está atento todos os dias a oportunidades de servi-lo servindo pessoas? O que tenho visto é pessoas dizendo que não dão a Jesus somente um dia da semana como uma desculpa para se ausentar de encontros aonde poderão ser instruídos, corrigidos, poderão servir e ser servidos. O que me deixa muito frustrado é ver que quanto mais eu ensino para as pessoas sobre a graça de Deus. Sobre a grande maravilha de que Deus as ama e quer se relacionar com elas não exigindo isso como obrigação, mas como privilégio, menos as pessoas usam desse privilégio e mais elas se sentem a vontade para cuidar dos seus próprios interesses, e a verdade é que elas não dão um dia só da semana para Jesus, elas dão um, ou dois dias, do mês para Jesus.
3. Mais uma, qual é a primeira luz a entrar pela janela do seu quarto? A canção pede que seja Jesus, é ele? Ele é seu primeiro pensamento? Será que seu primeiro pensamento não é como é que vai ser esse meu dia, será que vou conseguir o que quero hoje? Seu namorado, dinheiro, curso emprego, etc. E Jesus está perdido no meio desses pensamentos.
Bom, quer continuar? Acho melhor não. É triste constatar que estamos vivendo em um momento da história que confirma a colocação de Jesus que nos últimos dias o amor se esfriaria do coração de muitos. Por outro lado, é muito bom saber que Jesus continua exatamente aonde sempre esteve e disponível para qualquer um que de todo o coração e com totalidade do seu amor queira de fato que ele seja o seu UNIVERSO.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Explicação
Olá pessoal!
Estou escrevendo apenas para dar uma satisfação a vocês de meu silêncio.
Estive mergulhado de cabeça na escrita de um livro que sairá no próximo mês, "Diálogos da Cabana".
É um livro baseado no livro A Cabana, refletindo a partir do livro e com a Bíblia sobre vários temas teológicos.
Agora estou de volta e em breve continuaremos com nossos prolegômenos.
Valeu!!!!
Estou escrevendo apenas para dar uma satisfação a vocês de meu silêncio.
Estive mergulhado de cabeça na escrita de um livro que sairá no próximo mês, "Diálogos da Cabana".
É um livro baseado no livro A Cabana, refletindo a partir do livro e com a Bíblia sobre vários temas teológicos.
Agora estou de volta e em breve continuaremos com nossos prolegômenos.
Valeu!!!!
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Plena soberania
Vamos adiante, pessoal?!?
Vimos como Deus tem operado o exercício de sua soberania em nossa história, mesmo quando o ser humano pretende bani-la. Quando pensamos no que Deus fez em Cristo Jesus, através de sua morte e ressurreição, não devemos ter em mente o ser humano como o centro de todo o processo. Na verdade, o resgate do ser humano, a possibilidade que Deus nos oferece de voltar para casa, de nos colocarmos novamente debaixo de sua soberania é uma parte de algo muito maior que está acontecendo. Na verdade o que ocorre com através do que Jesus faz com sua vida, morte e ressurreição, é trazer de volta a ordem plena do Reino de Deus para todas as esferas da vida. Se não olharmos para Jesus com essa consciência de que sobre ele está a plenitude de toda a soberania de Deus, então, muitas das suas exigência soaram como abuso e intromissão. Particularmente, acho que esse é o maior problema com a mensagem do Evangelho que fazemos hoje em dia. É certo que precisamos pregar o Evangelho e que ele tem a ver com a graça de Deus, mas também é certo que esse Evangelho da Graça é o Evangelho do Reino de Deus que Jesus anunciou. E esse é o Evangelho que diz que Jesus é o Senhor soberano sobre toda a criação e como consequência disso ele chama toda a humanidade e toda a ordem criada para se colocar novamente sob seu governo, até que ele venha entregar tudo ao Pai. É com base na consciência da plena soberania de Deus que a igreja deveria viver e cumprir sua missão. Não será através de mais ensino ou de melhores programas religiosos que vamos conseguir alcançar pessoas com o Evangelho ou fazer com que as pessoas que estão na igreja sejam mais comprometidas com a vontade de Deus. Isso só acontecerá quando cada um de nós realmente entender, acreditar e submeter-se aquele que diz: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra..." Você acredita nisso? Se acredita, então, me responda: "Quem é que manda em sua vida?"
quarta-feira, 15 de julho de 2009
A Soberania Banida
Olá a todos!
Espero que tenham digerido o último post, seja como for, vamos continuar. Deus é soberano. E ele exerce sua soberania com a profundidade de seu amor. É em sua soberania que ele resolveu criar o ser humano, alguém que fosse feito a Sua imagem e semelhança, alguém que pudesse participar da relação de amor existente na comunidade trinitária que compõe a pessoa de Deus. Assim, Deus cria o ser humano (Adão e Eva), homem e mulher, e como os cria a sua imagem e semelhança deseja dar a eles a liberdade de permanecerem em seu relacionamento de amor com Deus ou não.
A Queda é um dos temas mais confusos que lidamos na teologia. A maioria de nós não consegue compreender o porque Deus permite ao homem pecar. O porque ele dá ao ser humano o direito de se rebelar contra ele. O porque, se Ele sabia que o ser humano iria comer do fruto do "conhecimento do bem e do mal", não simplesmente evitou, ou não permitiu que o ser humano não comece. Pois bem, vou tentar responder isso. Veja bem, vou TENTAR!
A nossa grande dificuldade com a questão da Queda é por que nós construímos nossos relacionamentos a partir do controle e do poder e não do amor. Quem ama deixa ir! E Deus ama o ser humano de tal maneira que deu ao ser humano o direito de ir. Se Deus nos obrigasse a ficar com ele, então, Ele não nos amaria de verdade e nós também não o amaríamos de verdade. É por isso que a "árvore do conhecimento do bem e do mal" é necessária e mesmo imprescindível para nossa relação com Deus.
Mas, quem ama de verdade, não só deixa ir, como também perdoa e acolhe quem partiu, quando esse volta arrependido. E novamente, Deus demonstra seu grande amor para conosco, quando não só está disposto a nos acolher de volta, como também trabalha para criar as possibilidades para esse retorno acontecer. Romanos 11.32 coloca isso dessa maneira: "Pois Deus colocou todos sob a desobediência, para exercer misericórdia para com todos." Fantástico! Veja como até na Queda o que está em foco é a soberania de Deus. A Queda não foi um acidente que pegou Deus de surpresa, ele a permitiu, e até mesmo a programou, no sentido de saber que essa seria a opção do ser humano. Mas fez isso, porque sabia que teria misericórdia para oferecer a todos que desejassem retornar.
Talvez a melhor maneira de tentar entender isso seja através da história que Jesus conta do pai e seus dois filhos em Lucas 15. Na história o filho mais novo pede ao pai a sua parte da herança, e Jesus diz que o pai divide a herança entre o filho mais novo e o mais velho. Então, não muito depois dessa partilha, o filho mais novo pega sua herança e vai embora da casa do pai. A questão é: o pai não sabia que isso iria acontecer ou poderia acontecer? A resposta é: sim, sabia. Então porque dividiu a herança? Por que não disse ao filho mais novo que não iria fazer aquilo? Por que não deu um "sermão" do filho mais novo, uma dura e mandou ele ir trabalhar?
Porque o pai sabia que o amava suficiente para deixá-lo partir se assim desejasse e que o amava suficiente para recebe-lo de volta, quando ele resolvesse voltar. Recebe-lo não como um escravo, mas como um filho. O pai reparte a herança, porque ele não queria escravos com ele, mas filhos, ele não queria ninguém com ele obrigado ou interessado no que ele tinha para dar, mas com queria que seus filhos estivessem com ele, por amor.
Bom, diante de tudo isso, qual é o ponto que se ressalta aqui? É que, o maior problema que o ser humano tem hoje, incluindo aqueles que vão a uma igreja, ou seguem alguma religião, é não reconhecer a soberania de Deus. Quando "banimos" a soberania de Deus, quando dizemos eu quero ser deus para mim mesmo, quando tolamente limitamos a Deus em sua liberdade soberana, nos tornamos escravos, mesmo que estejamos na casa do próprio Pai.
Para que a salvação tenha sentido para nossa vida, nós precisamos reconhecer que Deus nos criou para nos relacionarmos com ele, e para que essa relação seja autêntica Ele nos ama o suficiente para nos deixar ir, e nos ama o suficiente para nos aceitar de volta. Ele continua sendo o Deus soberano e em sua soberania escolheu o caminho de sua misericórdia para conosco.
Esse caminho não é uma religião, é uma pessoa, uma pessoa que se sacrificou por nós: Jesus Cristo, o Deus soberano que se fez homem.
Pense nisso!
sábado, 11 de julho de 2009
Soberania 2
Olá pessoal!
Demorei um pouco para postar de propósito. Em minha opinião o assunto que estamos tratando aqui é muito "pesado" e difícil de digerir. Portanto, desejo dar a você um tempo para pensar e repensar o que está lendo. Por que esse assunto é tão "indigesto"? Porque ele é a essência da "árvore do conhecimento do bem e do mal". É, isso mesmo! Quando o ser humano fez a opção de comer do fruto da árvore que Deus disse que não deveria ser comido, o que ele estava fazendo era dizer: "Quero ser independente de Deus". E a soberania de Deus passa justamente por esse ponto.
Reconhecer a soberania de Deus é admitir que ele tem todo o controle e todo o direito de ter o controle, sem ter que nos dar satisfação de nada. Ele é Deus. Ele é quem criou e sustenta todo o universo e ele é quem governa todo esse universo, então, quem somos nós para dizer: "Ei! Deus, quero que o Senhor faça isso assim e assim." Ou, pedir satisfação para ele de qualquer coisa que aconteça? E isso que é mais interessante, apesar de Deus ser absolutamente soberano, ele abre espaço para que eu e você nos relacionemos com ele e usufruamos de seu amor.
O problema, em minha opinião, é que confundimos a realidade do seu amor com displicência. Veja bem, Deus nos ama, mas ele continua sendo Deus e continua sendo soberano e tendo toda a autoridade no céu e na terra. E ele não vai abrir mão de seus valores e nem fazer nenhum tipo de concessão a nós, porque ele nos ama. Ao contrário! Porque ele nos ama ira nos corrigir e nos chamar ao arrependimento para que possamos viver a nossa vida conforme a sua vontade e direção absoluta.
Jesus diz: "Por que vocês me chamam de Senhor, Senhor e não fazem o que eu mando?" E ai? Que resposta você tem para dar a ele? E eu? A resposta que ele aguarda é um coração quebrantado e um espírito contrito.
No caminho....
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Soberania
Olá pessoal.
Bom, hoje eu vou tratar de um prolegômeno que faz muita gente ficar extremamente inconformada com Deus. Vamos falar sobre soberania de Deus. Esse é um tema controvertido devido ao fato de que na Queda o ser humano decretou (supostamente) a sua independência. A idéia do ser humano é que ele é um ser com vontade soberana que deve ser respeitada. No contexto da religião isso levou o ser humano a "criar" muitos "deuses" a sua imagem e semelhança. Sim, mesmo no contexto do cristianismo, e mesmo o cristianismo protestante evangélico, muito do que se pensa e se fala sobre Deus, não tem nada a ver com o Deus que se revela na Bíblia e que se revelou em Jesus Cristo. Nos capítulos 9 a 11 de Romanos, o apóstolo Paulo trata do tema da soberania de Deus. Esses capítulos são pouco lidos, pouco usados em nossas reuniões de oração, ou encontros de estudo bíblico, e não são pregados, se são, você vai contar nos dedos quem já pregou. Por falar nisso, você se lembra de ter ouvido uma pregação ou ensino desses capítulos alguma vez? Bem, em síntese o que o apóstolo Paulo diz nesses capítulos é que Deus é quem é soberano e não o ser humano. Ele faz as coisas do jeito dele e não do nosso. E ele não se deixa prender aos nossos estratagemas, como que se tivesse obrigação de responder as nossas expectativas. Uau!! Não desista agora! Não pare de ler! Quero que você pense na lógica disso. Se Deus existe, e se ele é Deus, então, não há nada mais lógico do que nós seres humanos entendermos que não podemos resistir a ele, não podemos mudá-lo, não podemos dominá-lo, não podemos brincar com ele. Conforme Paulo apresenta nesses capítulos, Deus é todo poderoso, e irresistível. Ninguém pode contê-lo. Estamos falando do Deus que criou e sustenta todo o universo. Não é a toa que muitas pessoas preferem fazer a escolha de dizer que não existe tal Deus. Para ser sincero eu me solidarizo e me simpatizo mais com essas pessoas. Sabe por que? Porque elas, pelo menos, são coerente. Se Deus não existe, então, elas podem viver do jeito que bem entender e fazer as coisas do jeito que bem entender. No final vão ter que arcar com as consequências, mas elas estão agindo de acordo com sua crença. Agora, pense comigo, duro são aqueles de nós que dizem: "Lógico que Deus existe!" Mas que continuam vivendo do jeito que bem entendem, e acham que Deus não vai se importar com isso. Meu amigo. Se Deus existe, e ele é o criador e sustentador, o Deus todo poderoso e soberano sobre tudo e todos, então, quem somos nós para discutirmos com ele? O mais sensato é obedece-lo sem nenhuma restrição. E é aqui que Paulo nos surpreende com o Evangelho. Ele nos diz que esse Deus que é todo poderoso e que poderia nos destruir, optou em exercer sua misericórdia para conosco e expressar essa misericórdia em um grandioso ato de amor. Ele nos entregou seu Filho Jesus Cristo, para que através de sua morte e ressurreição ele pudesse nos oferecer seu perdão e fazer de nós, "vasos"(uma expressão que Paulo usa no texto) de misericórdia. Esse é o grande problema que muitos de nós temos com Deus, mesmo os que estão frequentando regularmente uma igreja. Achamos que temos nossos direitos, mas que direito temos nós diante de um Deus tão poderoso? Como diz Paulo, que direto tem o vaso de reclamar com o oleiro? Bom, eu disse que ia ser da pesada....
Espero ver você pelo Caminho....
sexta-feira, 3 de julho de 2009
"Número 1"
Não, esse não é mais um dos prolegômenos que quero ver com você. Dessa vez estou escrevendo para compartilhar algo mais pessoal. Há um desenho que meu filho menor assisti que se chama "A Turma do Bairro". Nesse desenho os meninos, que formam uma equipe de um determinado bairro são classificados com identidades numéricas. Assim, tem o "Número 1", que é o líder da turma, o "Número 2", e assim por diante. Baseado nesse desenho brinco com meus filhos em casa designando-os assim: Reisy, meu mais velho, é o número 1, Yuri, o do meio, o número 2, e Hesley, meu caçula o número 3. Brincadeira de pai. Bem, estou escrevendo este post especialmente para meu filho Reisy. Por que? Hoje é seu aniversário e ele está completando 22 anos. Nossa, o tempo passou tão rápido. Eu nem o vi crescer. Quando percebi tinha um homem ao meu lado, um filho muito querido, um amigo. Tive o privilégio de treinar karatê com ele, de ensinar o pouco que sei, de passar principalmente o "espírito dos samurais" que me ensinaram a ter. Também pude ver o Reisy crescer em graça, amor por Deus e pelas pessoas e em compromisso com Jesus Cristo. A vida é engraçada, cometemos tantos erros, e eu acho que errei tanto com ele, mas Deus em sua infinita graça, tomou toda minha imperfeição e, mesmo assim, favoreceu de modo maravilhoso a meu filho. Diante de tudo o que eu poderia desejar ou deixar para meus filhos, para o Reisy, é o ensino de que nada vale mais nessa vida do que ser um homem que tenha o privilégio de conhecer a intimidade do coração de Deus. Sei que ele está nesse caminho. Sei que Jesus é a pérola de maior valor para ele. Minha oração é que nesse dia, para você, Reisy, meu filho número 1, Jesus seja sempre o seu NÚMERO 1!
OSS!
Sabedoria
Nosso prolegômeno de hoje é a sabedoria. As Escrituras Sagradas dão grande importância a sabedoria. Na verdade a sabedoria na perspectiva bíblica está diretamente ligada ao conhecimento e obediência a Lei do Senhor. Sabedoria é diferente de inteligência na perspectiva bíblica. Alguém pode ser muito astuto, ter muito conhecimento a respeito de várias coisas e ainda assim não ser uma pessoa sábia, porque seu conhecimento não a conduz a um estilo de vida que seja composto pela amizade com Deus. A essência da sabedoria, segundo as Escrituras, é o temor do Senhor. E o que é "temor do Senhor"? É você reconhecer o privilégio que é viver a sua vida em amizade com um Deus que é santo e absolutamente poderoso. É você reconhecer que ele o ama e responder a essa amor de modo responsável e comprometido. Esse é um ponto que destoa em nossa sociedade. Destoa porque para nossa sociedade amor não tem nada a ver com compromisso. Contudo, nos valores do Reino de Deus tem. É impossível amar sem se comprometer. É impossível amar sem se dar. É impossível amar sem se sacrificar. Assim, a sabedoria inicia-se pelo fato de reconhecermos que Deus nos amou tanto que se deu por nós. E esse tipo de amor gera temor, respeito, reverência em nossos corações. Gera deslumbramento e desejo de se comprometer, se doar, viver para honrar esse que se deu por nós. A partir dai começamos a desenvolver a sabedoria. Começamos a aprender que viver a nossa vida a partir das orientações da Lei do Senhor é a maneira mais sabia de viver. Então? Você é inteligente ou sábio?
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Preciosidades
Bem...
Vamos lá pessoal! Meu prolegômeno de hoje tem a ver com o que é importante. Não apenas um pouco importante, mas o que realmente é importante para nós. Esse era um assunto que Jesus sempre tratava com as pessoas. Tratou com seus seguidores, tratou com a multidão, tratou com Marta e Maria e com o jovem rico. E trata comigo e com você. O que tenho aprendido sobre isso é que o que é importante, verdadeiramente importante, em minha vida, ganha minha atenção e minha prioridade. Amigos são importantes (veja o excelente post que minha esposa escreveu no blog "Essas Mulheres Maravilhosas" hoje). A família é importante, a saúde é importante, mas conforme Jesus nada dessas coisas devem ser mais importante do que "buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça". Essa é uma das maneiras de Jesus se referir a darmos total prioridade a Deus e ao nosso relacionamento com ele. Na visão de Jesus nada deveria ser mais precioso para nós do que a oportunidade de vivermos nossa vida novamente no Reino de Deus. Jesus compara isso a você encontrar uma pérola ou um tesouro mais valioso do que qualquer outra coisa e estar disposto a não perdê-lo por nada. Aqui entra meu segundo aprendizado sobre o que realmente é precioso para mim. Algo só é verdadeiramente precioso quando ele vale nosso sacrifício e nosso esforço. Por isso eu fico a pensar se realmente para muitas pessoas que dizem acreditar em Deus, crer em Jesus, se relacionar com ele, realmente o tem como alguém que é precioso para elas. Sejamos sincero, se nossa relação com Deus não exige nosso sacrifício, nossa disposição de dar o melhor, então essa relação não é preciosa. O que me espanta é que Deus não exige isso de nós, sem ter feito a parte dele. Eu e você somos preciosos para Deus. Sabe porque somos preciosos para Deus? Porque ele se sacrificou por mim e por você. Ele saiu de sua zona de conforto, ele demonstrou o quanto realmente importamos para ele ao se fazer parte de nossa história em Jesus de Nazaré e experimentar a morte para nos oferecer a vida. Então? O que é precioso para você? Deus o é?
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Prolegômenos
Prolegômenos! Que palavra mais esquisita, não?!
Essa palavra é usada tanto na filosofia quanto na teologia para se referir aos fundamentos básicos. E é sobre isso que vou procurar conversar com vocês em meus próximos posts. Conversando com meus filhos, lendo o que eles escrevem e ouvindo suas angústias e questionamentos diante do que escrevo e do que lêem, tenho percebido como o Adversário é astuto e joga com muitas estratégias contra a nossa vida. Em meu ponto de vista, o maior problema do cristianismo ocidental é a complacência com que a maioria das pessoas lidam com as coisas relacionadas a Deus. Diante desse fato o pêndulo tem oscilado de um lado para outro e extremos são assumidos na vida de muitas pessoas. Alguns, usam do subterfúgio da culpa e do medo para convencer as pessoas de que elas precisam ter uma vida de compromisso com Deus; o resultado disso é uma série de irmãos mais velhos (da parábola do chamado filho pródigo de Lucas 15) que estão frequentando as igrejas, mas se sentindo como escravos diante de Deus. Outros, ao descobrirem o coração gracioso e generoso de Deus que não teme em repartir conosco suas bênçãos (a herança da parábola), como o filho mais novo, tomam tudo em suas mãos e num descaso enorme simplesmente abandonam a casa do Pai e vão viver a suas vidas como bem entendem. Nesse ponto vejo uma grande sutileza em nossos dias, pois muitos acham que não estão fazendo isso porque continuam frequentando reuniões da igreja, mas o fazem porque não estão nem um pouco interessados em obedecer a Deus, em estarem comprometidos com as coisas do Pai, por prazer e alegria, achando que tudo é deles e que podem viver a sua vida com Deus dentro do padrão que eles estabelecem e não que Deus estabelece. Bem, dois extremos, e qual é o ponto de equilíbrio nisso? É o que o apóstolo Paulo diz: "porque o amor de Cristo nos constrange." Se não tivermos consciência do grande amor de Deus por nós e como esse amor se manifestou sacrificialmente em nosso favor através de Jesus Cristo, nós sempre vamos ser ou como o irmão mais velho ou como o irmão mais novo. Mas o modelo que devemos seguir na parábola é o do Pai. Esse modelo nos é revelado em Jesus Cristo. Pense nisso.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Devoção
Hoje eu quero falar com você a respeito de devoção. Certa vez perguntaram para Jesus qual era o maior de todos os mandamentos, ao que ele respondeu que o mais importante era esse: "Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças." A partir dessa resposta de Jesus fica claro que devoção é uma entrega total a algo ou a alguém. Para Jesus, o maior de todos os mandamentos era o Shema, essa declaração de que você está concentrando toda a sua vida e o melhor dela para Deus. Você é devoto? Fico surpreso em perceber como cada vez mais o poder da sociedade secular tem tomado conta de nossa vida. Nós achamos normal manter uma relação com Deus e com as coisas que envolvem a Deus de modo relapso e com descaso. A nossa repulsa, que julgo justa, por uma religiosidade vazia, muitas vezes tem feito com que, no lugar de nos tornarmos mais devotos a Deus, nos tornemos pessoas mais relapsas e irreverente para com Ele. Talvez você esteja discordando de mim, e você tem todo o direito de fazê-lo, mas permita-me fazer algumas perguntas para você, a fim de defender minha tese. Quando saímos para um restaurante, queremos chegar e ocupar um bom lugar, quando vamos para a escola ou para o trabalho, nos organizamos para chegar no horário, e procuramos dar o nosso melhor ali. Quando vamos ao cinema ou ao teatro, chegamos antes, ninguém chega na metade de um filme ou de uma peça, na verdade às vezes chegamos bem antes para, novamente pegarmos um bom lugar, porque queremos participar daquele momento usufruindo do melhor. Agora pense em como tem sido a participação das pessoas, a sua participação, em uma reunião, em um culto, em um encontro de adoração a Deus. O que tenho visto é cada vez mais as pessoas chegando mais tarde em nossos cultos, participando sem o mínimo de atenção ao que está acontecendo, e muitas vezes saindo antes da conclusão. Alguém sai do cinema antes do filme ter terminado? Bem, você pode continuar discordando de mim, mas acho que estamos caminhando a passos largos para nos tornarmos pessoas cada vez mais devotas a nós mesmos. Ouça, ó Israel.....
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Simplesmente Deus.
Olá pessoal!
Vou continuar pensando com vocês sobre a questão da simplicidade. Quando olhamos para a vida de Jesus e o que ele nos ensina, acho que podemos resumir tudo em: 'Simplesmente Deus". Sim, Jesus está nos dizendo que quando aprendermos a viver a nossa vida focado apenas em Deus, tudo o mais acontece. Eu sei, eu sei... Eu também penso isso e digo para mim mesmo, mas como isso funciona? Ou é fácil dizer, mas quero ver fazer. O problema é que nós realmente não acreditamos em todo o amor que Deus tem por nós. Duvidamos que ele realmente te o controle de todas as coisas e pode dirigir tudo em nossa vida para o bem. Não estou julgando você e nem mesmo criticando, estou apenas fazendo uma constatação quanto a questão do nosso estilo de vida. Sim, nosso! Pois eu também estou incluso nisso. Em minha opinião vivemos assim porque continuamos iludidos pela "serpente", que agora utiliza de todo um sistema social para nos convencer que não podemos viver de modo diferente daquele que estamos vivendo. Vou dar um exemplo. Vivemos em uma sociedade onde não dá para se fazer nada sem dinheiro. Ai somos iludidos com o fato de que para viver a nossa vida com segurança precisamos ter sempre mais dinheiro. A primeira parte é verdade, não podemos viver sem dinheiro; a segunda já não é, não precisamos ter cada vez mais dinheiro para viver. Eu vejo essa situação a partir da transitoriedade da vida. Hoje vivo precisando receber "x", porque tenho filhos e eles estudam, e tenho muitos gastos nesse momento da minha vida, mas amanhã, quando meus filhos estiverem formados, e com suas vidas encaminhadas, podendo cada um se sustentar, eu posso viver com "metade de x". Deu para entender? Mas a nossa sociedade quer nos convencer que precisamos garantir que no futuro estejamos vivendo com o "dobro de X" ou pelo menos com a mesma quantia que vivemos hoje. Mas, não precisamos! Se hoje eu vivo com "x" e Deus é o foco da minha vida, amanhã quando estiver liberado de algumas responsabilidades posso viver com "metade de x" e dar a outra metade para que o Reino de Deus avance. Complicado? Risos.... Será mesmo? Bom.... Jesus disse: "Uma comida tenho para comer....fazer a vontade daquele que me enviou."
Simplicidade é viver simplesmente para Deus!
Continuo seguindo pelo caminho, tentando ser um discípulo de Jesus em um mundo pós-moderno....
Até....
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Simplicidade.
Olá pessoal!
Bem, hoje vou tentar compartilhar com vocês um conceito muito complicado para nossa sociedade contemporânea que faz do material e do prazer os alvos de sua vida e adoração. Simplicidade! O que é isso? Simplicidade é uma palavra que pensamos conhecer, mas que na verdade não conhecemos. Uma pessoa simples é não é uma pessoa pobre ou inculta, é uma pessoa inteira. Na espiritualidade clássica simplicidade é uma realidade que deve atingir nossa vida com Deus, com o próximo e com as coisas. Em relação a Deus ser simples é ter um coração que é totalmente dele. É ter uma mente que não está dividida entre Deus e qualquer outra realidade. Vocês já pararam para perceber como não fazemos isso? É por isso que nossa vida é complicada. Por que nosso foco de vida não é um só. Conforme as Escrituras, e Jesus concordou com isso, o alvo de nossa vida deve ser: "Amar o Senhor nosso Deus com TODO o nosso coração, com TODO o nosso entendimento, com TODA a nossa força." Viram? TODA/TODO! Não é com parte de nós enquanto outra parte pende e se desgasta com outros interesses. Uma vida simples, é uma vida que busca o Reino de Deus em primeiro lugar. Não deixei o texto incompleto. Minha esposa costuma dizer que esse texto de Mateus 6.33 deveria ser lido assim: "Busquem o Reino de Deus em primeiro lugar e: ponto! Mais nada. Ai você diz, mas e "as outras coisas serão acrescentadas?" Esse é o nosso problema! Somos tão cegos que mesmo quando afirmamos que o que devemos fazer é buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, o fazemos pensando que "ai as demais coisas nos serão acrescentadas". E quando fazemos isso na verdade o nosso coração não está inteiramente no Reino de Deus, em Deus, em nosso desejo por ele, mas está na idéia de que as demais coisas nos serão acrescentadas. Como se já não bastasse essa luta por termos uma vida simples com Deus, nós também precisamos viver uma vida simples com o próximo e com as coisas. Essas duas áreas dependem de vivermos uma vida simples com Deus. Sem a primeira as duas outras não acontecerão. Ter uma vida simples com o próximo significa ser autêntico, não ter uma amor fingido, mas estar completamente aberto para amar e servir a pessoa sem o desejo de receber qualquer coisa em troca. E ter uma vida simples para com as coisas, não significa não ter posses materiais, mas significa que nossa vida não está presa a nada do que possuímos. A expressão disso chama-se GENEROSIDADE! Ser generoso é a expressão prática de nossa simplicidade para com as coisas.
Pois bem, pensem um pouco nisso, enquanto seguem pelo CAMINHO....
terça-feira, 9 de junho de 2009
Ser apreciado ou ser amado?
Bem, vou tentar transformar em palavras o que está em minha mente e coração. Nem sempre é fácil fazer isso. Já perceberam? Muitas vezes as coisas estão bem claras no seu interior, mas torna-las claras para os outros nem sempre é fácil. Mas, vamos lá! Penso que a maior necessidade que temos, que o ser humano tem, é de ser amado e de amar. Fomos criados para isso. Acredito que fomos criados por um Deus pessoal que existe em uma comunidade de três pessoas que se amam o tempo todo e de tal maneira que se tornam um. Acredito que o ser humano foi criado para participar disso. Por outro lado, apesar dessa ser a nossa maior necessidade, nos desconectamos dessa fonte de amor e isso trouxe-nos sérias conseqüências. Nossa sociedade, por não saber amar, propõe que encontraremos o que procuramos se formos apreciados. Apreciação é uma busca frenética de nosso século. Queremos ser reconhecidos, queremos ser aplaudidos, queremos....., queremos ser amados! Mas, achamos que o amor é algo que vamos conquistar a medida que formos reconhecidos e apreciados. Contudo, apreciação e amor, não são a mesma coisa, e nem sempre combinam. Qual é o alvo em seus relacionamentos? Ser amado, ou ser apreciado? Bom, como disse, na minha mente isso está muito claro, mas ainda, talvez, não esteja maduro o suficiente para eu transformar em palavras, mas, está ai!!! O que pensam? O que dizem sobre isso?
Abraços,
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Servindo por amor.
Em Lucas 15.11-32 encontramos a história do pai e dos dois filhos. Nessa parábola de Jesus o pai reparte a herança entre seus dois filhos. O filho mais novo vai embora e o mais velho fica em casa e continua trabalhando e servindo ao pai. Sempre falamos do filho mais novo que retorna para casa e como o pai o acolhe, mas quero convidá-lo a pensar na atitude do filho mais velho e como o pai lidou com ela.
Apesar do filho mais velho ter ficado na casa do pai e servi-lo, ele o fazia por medo e obrigação e não por amor. Talvez achasse que tinha que de alguma maneira mostrar ao pai que era digno do seu amor, que era digno de receber a herança que o pai lhe dera. O fato é que Jesus coloca na história, nos lábios do filho mais velho, o seguinte: "Olha! Todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens."
E você? E eu? E nós? Como é que enxergamos e lidamos com o privilégio de nos relacionarmos com Deus e servi-lo. Como uma obrigação? Como um esforço que temos que fazer? Com o objetivo de Deus reconhecer nosso esforço e entender que somos merecedores de suas dádivas?
Ou o fazemos por amor! Com a certeza de que o Pai, em Jesus, nos resgatou, e já nos deu tudo o que é dele? Todo seu amor, toda a sua graça e o privilégio de sua presença, e viver para glorificá-lo é um grande prazer para nós?
"Quando trabalhamos para Cristo por obrigação, parece trabalho, mas, se amamos Jesus de fato, nosso trabalho é uma manifestação desse amor, e se parece mesmo com amor." (Francis Chan).
terça-feira, 19 de maio de 2009
Eu tenho um sonho
Todos os dias meu coração é desafiado a não me conformar ao que convencionalmente aprendemos que a igreja é. Quero ser um seguidor de Jesus Cristo e quero ver a igreja, como uma comunidade de seguidores de Jesus Cristo.
A tempos tomei a decisão de que não quero estar comprometido com qualquer realidade de igreja menor do que a realidade de uma igreja missional. Missional é apenas uma expressão moderna para denotar a idéia central das Escrituras de que a igreja é em sua essência missão. Uma comunidade de seguidores de Jesus servindo ao mundo.
E você? Com que tipo de igreja você se anima ou quer estar envolvido? Qual seu sonho? Martin Luther King Jr, certa vez disse: "Eu tenho um sonho!" Eu também tenho partilhado de um sonho:
"O sonho de ver um dia os vários lugares onde pessoas se reúnem para adoração a Deus, cheios de pessoas que ficarão acordadas à noite, por estarem preocupadas com seres humanos que foram criados a imagem de Deus. Cristãos que se preocuparão com os corpos maltratados e as almas feridas, com futuros sem esperança e a eternidade daqueles que estão indo para o inferno, que é uma vida de total separação de Deus. Sonho com o dia em que as pessoas que se dizem seguidoras de Jesus, se reunirão no nome dele e estarão tão cheias do amor do Pai que sairão, espalharão esse amor e estenderão mãos sadias em direção a pessoas de "mãos ressequidas" - orando, treinando e encorajando-as a andar em plenitude de vida. Sonho com centros de adoração, "espaços de vida", cheios de pessoas que amam radicalmente, cujo foco seja o outro e não a si mesmas, e que compartilham a vida de Cristo com naturalidade e entusiasmo. É com isso que sonho."
E é por isso que, mesmo muitas vezes não compreendido, mesmo que muitas vezes falhando, procuro viver.
Oro para que cada um de nós deseje e trabalhe para viver assim.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Vivendo graciosamente
O padrão de vida que Deus nos propõem em Jesus Cristo é a graça. Muitos conceitos que temos não são compreendidos de modo prático em nosso viver diário e penso que a graça é um deles. Como podemos viver pela graça? Como é que a graça influencia o nosso viver diário? Em Tito 2.11-12 o apóstolo Paulo escreve o seguinte: "Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente."Conforme esse texto a graça de Deus nos capacita a viver de uma maneira radicalmente atraente no nosso dia-a-dia. Praticamente vejo que isso aplica-se a nós a medida que entendemos que caminhar como seguidores de Jesus Cristo é caminhar para fora de nós mesmos. A graça é uma expressão do amor e o amor é um transbordar da graça em direção ao outro. Seguidores de Jesus Cristo deveriam ser pessoas conhecidas por essa realidade. Pela expressão de gentileza para com o outro, de cuidado para com o que sofre, de atenção para com as pessoas que passam por nós. Será que sabemos o nome do atendente da farmácia? Quando paramos para abastecer nosso carro olhamos nos olhos do frentista do posto de gasolina? Paramos para cumprimentar nossos vizinhos e saber um pouco de sua história? Mostramo-nos acolhedores e misericordiosos para com as pessoas? O Reino de Deus é a expressão dessas e muitas outras realidades na vida do dia-a-dia de gente que se diz seguidores de Jesus Cristo. Para isso, eu e você precisamos aprender a viver para fora de nós mesmos, e para viver assim precisamos estar em uma relação de amizade e intimidade com Deus, de modo que a vida dele transborde de nós.
Siga em frente!!!!!
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Cinza
Escrever não é fácil! Procurar tornar claro para as pessoas e para vocês mesmo o que está em sua mente, mais desafiador ainda, em sua alma, não é uma tarefa fácil. Geralmente fazemos uma leitura do mundo e da vida a partir de uma cosmovisão que temos e que geralmente foi adquirida, nos foi passada. Não há nada de errado com isso, se formos coerentes com a nossa cosmovisão. O problema é que muitas vezes não refletimos, não pensamos o suficiente para de fato defendermos nossa cosmovisão, apenas a reproduzimos. No campo da religião aprendemos que a vida tem sentido em Deus, que ela é relevante, significativa e cheia de plenitude, pelo menos dentro da religião cristã. O que não percebemos ou não sabemos lidar é com os momentos de nossa vida onde a tonalidade se desbota. Onde a cor é perdida. Onde tudo se torna cinza. O que fazer? Como viver com a fé e com os fundamentos do que aprendemos sobre Deus nesses momentos? Você sabe me responder? Já se perguntou? Ou finge que nunca vive momentos assim? Porque, a final de contas, em Cristo somos mais do que vencedores! Somos?!? Sempre?!? Sejamos honestos, há vales cinzentos em nossas vidas. Se não há na sua, há na minha. Como eu os vivo? Não sei, estou tentando aprender. Uma convicção que procuro manter nesses momentos é que mesmo que possa não parecer, mesmo que seja o mais absurdo das probabilidades, mesmo que eu não sinta, sei e confio que Deus está comigo ali. Ainda que eu ache que ele não está, sei que está. Confuso? Não, sem cor! Cinzento!
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